Domingo é dia de jogo! Todo brasileiro sabe disso. Mas este também é Dia das Mães. E aí, você escolhe o jogo ou “as mães”? Esse é o desafio diário de muitas brasileiras que têm de se dividir entre a rotina de ser jogadora e os compromissos da maternidade.
O Dia das Mães é tradicionalmente um dia para se passar com a família, sair para um programa diferente ou almoçar com os filhos. Mas quando se é mãe e, ao mesmo tempo, atleta, este dia – e outros também – pode estar bem distante da tradição. Imagina ter um campeonato, um treino, uma viagem, ou um jogo marcado bem neste dia?
É justamente isso que vai acontecer neste domingo, às 10h30 da manhã, quando a equipe do CHAC/ Legião Hand Master enfrentará o time de Queimados em um jogo válido pelo Campeonato Estadual de Handebol. Essa é a realidade das mães-atletas, que ‘dão seus pulos’ para conciliar a vida familiar e o esporte, sem deixar a ‘bola’ cair.
“O que a gente pode fazer? Leva o filhão… a família entende. Minha mãe sempre apoiou e também dá força para eu continuar jogando. Já ele é fanático pelo Vasco (futebol) e sempre que tem jogo eu vou com ele - mesmo sendo flamenguista. Então, esse domingo não será diferente: Ele vai no meu jogo de handebol pela manhã – torcer pela nossa vitória – e eu vou com ele no jogo do Vasco à tarde”, relata Waldirene Rezende (foto ao lado), mãe-goleira do CHAC/Legião Hand Master.
Elas jogam por amor, sem salário
Ser mãe e, ao mesmo tempo, atleta não é tarefa simples mesmo. Se para a maioria já é difícil conciliar trabalho com os afazeres de casa e ainda cuidar dos pimpolhos, acrescente a isso treinos durante a semana, treinos à noite e jogos aos fins de semana. E como cereja do bolo, comemorar o Dia das Mães em quadra, jogando. Muitas destas super-mães fazem isso. A rotina é puxada, pois elas têm que conciliar tarefas que exigem esforço físico, trabalhar – já que o esporte é amador e não tem salário – e dar atenção aos filhos, que não aliviam.
É complicado, porém, me organizo para dar a assistência necessária à minha filha e praticar esporte, que é algo altamente prazeroso. Sou professora de Educação Fìsica, então meu horário no trabalho é montado de modo que eu tenha tempo para Maria Eduarda (que não é suficiente); e meu marido e meu pai ficam com algumas tarefas. Hoje como ela já é uma moça, isso ajuda bastante”, conta Ana Paula Oliveira, pivô da equipe Master do CHAC/Legião.
Nem tudo é um mar de rosas
Muitas vezes a questão da maternidade acaba interferindo sim na vida de atleta e fazendo com que estas super-mães tenham que abrir mão de algumas coisas que também seriam importantes na sua vida, da mesma forma que a rotina de atleta acaba interferindo na maternidade. Mas nada disso é motivo para fazê-las desistir de seus filhos ou de seus objetivos.
“Não planejei ser mãe, engravidei antes do tempo e estava, inclusive, convocada para a seleção Carioca de Beach Handball. Fiquei muito triste por ter de largar a Seleção, pensei em várias coisas, mas Deus é maior e abri mão da Seleção para ter meu filho. Se fosse hoje, o escolheria novamente. E no ano seguinte mesmo voltei a jogar. Ser mãe e atleta é gratificante, apesar dos sacrifícios”, descreve Waldirene (Wal), mãe de um menino.
Adrenalina para enfrentar jornada tripla
Para os filhos, também não é fácil acompanhar a rotina das mães, principalmente quando são pequenos e não entendem bem a ausência ou “preferência” da mãe em ir para um treino ou jogo ou ter de levá-los com ela ao ginásio ao invés de ficar em casa ou ir para o parquinho, shopping. Muita negociação e entendimento são necessários da parte deles, para poderem manter saudável a relação familiar.
“Ser mãe e atleta é um pouco desafiador, é adrenalina em jornada dupla, tripla. De fato a dificuldade maior é dividir o tempo entre dois amores – filhos e o Handebol -, mas concílio com muitas conversas e negociação entre nós e os filhos, até chegarmos a um consenso”, conta Vanessa Cruz , que joga de Central no CHAC/Legião Hand Master e é mãe de um casal.
Incentivo à prática de esportes em família
Mas apesar das dificuldades, pergunta se elas trocariam essa vida de super mãe-atleta ou se diriam aos filhos para não praticar esportes? É um desafio diário, mas elas não abrem mão; muito pelo contrário, até incentivam a prática do esporte na família.
São amores diferentes: ser mãe é mágico, maravilhoso, mas ser atleta faz com que nossa alto estima fique elevada, e isso ajuda até em casa com os filhos. Como eles estudam de manhã e meu treino é a noite, muitas vezes ainda os levo comigo e eles adoram (risos). O esporte é fundamental, sempre incentivo a prática de esportes: minha filha faz handebol também e meu filho natação!”, comenta Renata Rezende (foto), mãe de Eduarda e meia-esquerda do CHAC/Legião.
E no final, os filhos estão sempre acima de tudo, resume a pivô Ana Paula: “É um amor incondicional, que não tem como mensurar. De todas as coisas que Deus me deu, certamente minha filha é a melhor. Vou amá-la mais que tudo e para sempre.”
Fonte: CHAC/Legião
Elas arrasam.em quadra!!!!!