Com o isolamento social, muitas pessoas estão aproveitando para fazer limpeza em lugares que normalmente não são limpos, como armários, prateleiras, baús antigos, garagem, cantos úmidos, além da intensificação do convívio com animais de estimação.
O contato com pó, poeira, mofo, fungos, pelos de animais e uso inadequado de produtos químicos fará com que as pessoas levem as mãos ao nariz, boca e olhos devido à irritação e coceira. Isso ocorre especialmente com os pacientes com rinite alérgica e atópicos, que são aqueles que possuem uma predisposição a reações de hipersensibilidade, que podem agravar também problemas como asma e dermatite”, explica Gilberto Ulson Pizarro, otorrinolaringologista do Hospital Paulista.
Com isso, o ideal para a realização da limpeza é o uso de máscara, luvas, ventilação adequada e dosagem correta dos produtos químicos, lembrando sempre de evitar tocar o rosto durante o processo. Ao finalizar a tarefa, a lavagem das mãos deve ser realizada imediatamente.
“Os pacientes que tem rinite, sinusites crônicas, asma, poliposes, herpes orais ou com alguma ferida exposta nas mucosas devem avaliar a real necessidade de limpeza destes locais e verificar se outras pessoas podem ajudar ou fazer por elas essas tarefas. A predisposição genética aliada a uma exposição ambiental, na qual a limpeza vai expor a pessoa ao pó e demais alérgenos, compromete o quadro desses pacientes. Se não tiver outra maneira, se protejam e, principalmente neste período de pandemia, mantenham controladas suas doenças respiratórias crônicas”, ressalta o médico.
A otorrinolaringologista Maura Neves, doutora em Ciências da Saúde pelo Departamento de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, listou uma série de cuidados que ajudam a respirar melhor. Confira:
Lavar o nariz diariamente ajuda a remover vírus e bactérias que podem causar doenças respiratórias, como gripes e resfriados. Ainda que não haja evidências científicas de que a prática previna especificamente contra o Covid-19, esse cuidado com as chamadas vias aéreas superiores é fundamental, especialmente nos dias mais frios e secos do outono e do inverno. Conversamos com a otorrinolaringologista Dra. Maura Neves para entender o que podemos fazer durante a pandemia e quais hábitos podemos incluir na nossa rotina.
• Preste atenção na sua respiração
A dificuldade de respirar é um dos sintomas da Covid-19 nos casos mais graves da doença. “A ansiedade pode gerar a sensação de falta de ar, mas desaparece quando a pessoa se distrai ou muda o foco da atenção para outra coisa”, comenta a médica. “Quando há falta de ar verdadeira, ocorre cansaço ao andar e falar, por exemplo”, ela explica.
“Quando há presença de tosse seca, febre acima de 37.8 e falta de ar persistentes, mesmo que leves, por mais de três dias, deve-se procurar atendimento médico”,
Dra. Maura alerta. Diarreia, vômitos, alteração de olfato, coriza e congestão nasal são sintomas menos frequentes que não necessitam de procura hospitalar. Caso tenha dúvidas, a médica sugere sempre procurar seu médico.
A médica comentou também sobre o a transmissão pelo ar e o uso de máscaras: “o indicado é que pessoas que apresentam sintomas respiratórios, com a confirmação ou não para a Covid-19, façam o uso da máscara cirúrgica”. Em situações cotidianas, como ir ao mercado ou à farmácia, é preciso manter o distanciamento social de cerca de 1,5 metro, já que o vírus pode ser transmitido por gotículas do ar.
• Torne a lavagem nasal um hábito
A lavagem nasal previne contra doenças respiratórias, como gripes e resfriados, mas ainda não há evidência específica contra o Covid-19. Há um consenso entre a comunidade médica de que a lavagem nasal ajuda a remover sujeiras, vírus e bactérias. “Por isso, mesmo sem a comprovação contra o coronavírus, limpar o nariz com frequência ajuda na prevenção de outros problemas respiratórios e evita comprometer o sistema imunológicos”, lembra.
Reforçamos a necessidade de individualização dos dispositivos de lavagem nasal bem como sua limpeza após cada uso. Tal limpeza pode ser feita com pano com álcool no bico do dispositivo. É importante, após a lavagem nasal, lavar as mãos com agua e sabão, já que muitas vezes o soro escorre das narinas ou tem parte dele assoada.
• Mantenha a casa arejada limpa!
O vírus pode permanecer vivo em superfícies de 5 a 7 dias. Manter o ambiente limpo e arejado, aliado a limpeza com desinfetantes, como agua sanitária ou álcool são importantes para prevenir o contágio. “Precisamos lembrar de separar um ambiente para ser ‘sujo’ na casa, específico para colocarmos os sapatos e objetos que estiveram na rua e que necessitam de higienização”, finaliza Dra. Maura.