O diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a que produz, sendo caracterizada pela hiperglicemia, que é o aumento do nível de açúcar no sangue. A doença afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. Atualmente, o Brasil ocupa a quinta posição no ranking mundial entre os países com maior incidência da doença, segundo dados da do Atlas da Federação Internacional de Diabetes (IDF).

De acordo com a pesquisa Vigitel Brasil -Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, o diabetes acomete 10,2% da população brasileira. Já a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) aponta que são cerca de 10.5% dos brasileiros com a condição, dos quais 46% não sabem que a possuem.

Entre seus tipos, o diabetes mellitus tipo 2 é o de maior prevalência em solo brasileiro, chegando a representar 90% dos diabéticos do país, de acordo com a SBD. O DM2 se manifesta mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem desenvolver essa variação. Dependendo do nível de gravidade, a condição pode ser controlada com atividade física e planejamento alimentar. Em outros casos, pode exigir o uso de insulina e/ou medicamentos para controle da glicose.

No dia 26 de junho é celebrado o Dia Nacional do Diabetes, uma doença que exige uma gestão cuidadosa e constante. No entanto, há muitas informações confusas que circulam a respeito do tratamento e convívio com a doença, gerando dúvidas e insegurança entre os pacientes.

Para Karina Fontão, diretora médica da AstraZeneca Brasil, apesar de ser uma doença conhecida e que afeta milhares de pessoas, o Diabetes Mellitus ainda não é tratado da forma ideal por muitos pacientes por falta de informação adequada.

Por isso, é fundamental que sempre seja explicado, em linguagem simples e acessível, que a falta do tratamento e acompanhamento adequados pode levar a consequências graves, como complicações cardiovasculares, renais, oftalmológicas e neurológicas”, destaca.

Segundo ela, é importante a divulgação de informações seguras e de qualidade, que ajudem no alerta e na conscientização sobre a doença, visando à prevenção de seu desenvolvimento, no caso do DM2, promovendo a aderência ao tratamento e a busca de hábitos de vida mais saudáveis.

Para André Guanabara, especialista em nutrologia, afirma que por mais que seja uma doença que atinge um grande percentual da população, algumas informações sobre a doença acabam causando bastante medo, sobretudo nos enfermos.

“Muitos pensam que todo paciente diabético precisa ser submetido a furos constantes, mas isso não é verdade. Hoje, principalmente para quem tem diabetes tipo 1, temos alternativas como os monitores contínuos de glicose, que permitem um controle sem a necessidade de furos nos dedos. Além disso, a insulina inalável oferece uma forma de administração sem injeções”, explica o especialista.

Já no outro tipo da doença, de acordo com o nutrólogo, as pessoas podem fazer o tratamento de maneira mais simples. “Para o diabetes tipo 2, as mudanças nos hábitos alimentares, combate à obesidade e medicamentos orais podem ser suficientes. A medicina tem avançado bastante, e é possível tratar o diabetes de maneira menos invasiva”, pontua.

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8 mitos e verdades sobre o diabetes

1. Obesidade pode ser uma das causas do diabetes

Verdade. O acúmulo excessivo de gordura corporal é responsável pelo aumento da produção de insulina no pâncreas, auxiliando a entrada de glicose nas células e reduzindo o nível de glicose no sangue.

2. Diabetes tipo 2 pode ser prevenido com hábitos saudáveis no dia a dia

Verdade. Os hábitos saudáveis, sobretudo os que são ligados à alimentação e prática de atividades físicas (combate ao sedentarismo), são indicados tanto para o tratamento como para a prevenção de quem possui diabetes tipo 2.

3. Diabetes é uma doença de idoso

Mito. diabetes tem maior incidência em pessoas com idades mais avançadas, mas também pode afetar outras faixas etárias. Se os pais tiverem estilos de vida desregulados em alimentação e atividades físicas, muito provavelmente seus filhos seguirão os mesmos caminhos, aumentando as chances de adquirirem esse tipo de doença.

4. Quem tem  diabetes não pode nunca comer açúcar

Mito. Pacientes diabéticos podem consumir açúcar, porém, sempre devem estar atentos às quantidades de ingestão. “O açúcar é permitido, mas desde que esteja inserido de maneira equilibrada dentro da alimentação do paciente”, ressalta o médico.

Não é preciso eliminar completamente o açúcar da dieta, mas fazer escolhas mais saudáveis, com base nas orientações de um médico ou nutricionista, é importante. O consumo desequilibrado do carboidrato pode causar possíveis alterações na glicemia. E, embora o diabetes tipo 2 não seja causado diretamente pelo açúcar, está diretamente relacionado ao sobrepeso e à obesidade”, esclarece Karina Fontão.

5. Posso parar meu medicamento se já estou me sentindo bem?

Mito. De acordo com especialistas da área da saúde, mesmo com a glicemia normalizada, os pacientes diabéticos precisam manter o uso dos medicamentos. A suspensão ou alteração desses remédios só é aconselhável, por exemplo, em casos de ajuste de dose ou mudança de molécula, o que deve ser decidido apenas pelo médico responsável.

6. Fiz meu exame e minha glicemia está no controle, posso parar meu tratamento?

Mito. Estudos indicam que pacientes com diabetes, mantido sob controle desde o diagnóstico, têm menor incidência de complicações em comparação àqueles com glicemia cronicamente elevada. Assim, é essencial a continuidade do tratamento.

7. Diabetes causa cegueira?

Depende. Quando não tratado de forma adequada, existe a possibilidade de que o DM2 evolua para complicações tardias, que podem atingir coração, rins, visão ou sistema nervoso. Em relação à visão, a doença costuma acarretar algumas condições que levam à cegueira, como: glaucoma – que é a pressão elevada nos olhos; retinopatia – que causa lesão da retina; ou catarata – que ocorre quando o cristalino (lente clara do olho), fica opaco, bloqueando a entrada de luz.

Porém, uma das consequências mais comuns de não se tratar o diabetes é o desenvolvimento da doença renal crônica, uma vez que os altos níveis de açúcar no sangue fazem com que os rins fiquem sobrecarregados e deixem de cumprir sua função. Outras condições comuns, decorrentes do DM2 são doenças do coração, como insuficiência cardíaca (IC) ou acidente vascular cerebral (AVC), problemas de circulação, entre outros.

8. Diabéticos precisam ter uma alimentação saudável e fazer exercícios físicos?

Verdade. Foi construído pelo Ministério da Saúde o guia de Dez Passos para uma Alimentação Saudável para pessoas com diabetes, que oferece orientações cruciais sobre a condição. O material foi embasado no Guia Alimentar para a População Brasileira, e respaldado por evidências médicas. Entre as dicas citadas, destacam-se: realizar as cinco refeições diárias, evitar alimentos açucarados e carboidratos refinados, e incluir legumes, verduras e frutas em todas as refeições.

Em relação aos exercícios físicos, a Associação Americana de Diabetes (ADA) sugere que indivíduos com a condição sejam orientados a participar de pelo menos 150 minutos semanais de atividade física aeróbica de intensidade moderada. Caso não haja contraindicações, aqueles com DM 2 devem ser incentivados a realizar treinamento de resistência três vezes por semana.

Com Assessorias

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