As festas de fim de ano geralmente são associadas a comemorações alegres, troca de presentes, e um período para estar mais em contato com a família e amigos. Mas não é assim para todos. Algumas pessoas sofrem mais entre os meses de novembro a janeiro, com aumento de estresse e melancolia.
De acordo com uma pesquisa realizada pela American Psychological Association (Estados Unidos), 38% das pessoas disseram que o estresse costuma aumentar durante a temporada de festas – o que pode levar a doenças físicas, depressão, ansiedade e abuso de substâncias. Os motivos apresentados incluem falta de tempo, exigências profissionais, pressão financeira, troca de presentes e contato mais próximo com familiares.
No Reino Unido, uma em cada quatro pessoas acha a época de Natal mais desafiadora do que o resto do ano. Se sentir mais melancólico ou triste perto do Natal e do Réveillon é especialmente comum entre pessoas desempregadas (38%), divorciadas (35%) ou viúvas (31%). É menos comum, mas não incomum, para pais que moram com seus filhos (23%). Portanto, as crianças acabam sendo envolvidas em ambientes por vezes inquietantes.
Na opinião da psicóloga Beatriz Leite Machado, especialista em psicologia hospitalar, “um imaginário de comunhão com a família e amigos, de um amor incondicional mágico, bastante distante da realidade, faz parte em maior ou menor medida das expectativas de cada um nessa época do ano”. Beatriz afirma que pessoas maduras podem sentir algumas perdas de forma mais profunda neste período.
“É uma época em que muita gente põe na balança suas perdas, seja de status profissional, de padrão de vida, do grupo de amigos, e às vezes até de saúde. Quando há perdas de pessoas muito próximas e familiares, a tristeza precisa ser bem trabalhada para que ela continue encontrando motivações para ser feliz” – diz a psicóloga, indicando terapia e atividades em grupo (dança, ginástica, hobbies e viagens) para combater a tristeza e a solidão.
Na opinião de Inês Telma Citelli, criadora do projeto Via Dandhara, uma das mais importantes escolas brasileiras de Reiki (cura pela imposição das mãos), apesar da expectativa coletiva de alegria, esta época do ano pode intensificar o estresse, a solidão e o sofrimento pelos mais variados motivos.
Seja pela pressão de atender às expectativas da sociedade, o temor de perder o emprego ou de ter de refazer o ano letivo, pela ausência de entes queridos ou pela tensão de navegar em dinâmicas familiares complexas, enfrentar desafios emocionais durante o Natal é mais comum do que se imagina. Por isso é tão importante oferecer estratégias para lidar e superar esses desafios”.
Como a aromaterapia holística pode ajudar
Na opinião da farmacêutica e aromaterapeuta Vanessa Ramalho, o uso seguro de óleos essenciais dentro da prática da aromaterapia holística pode ajudar a melhorar a perspectiva emocional geral e complementar outras modalidades tradicionais e alternativas que visam combater a melancolia e a depressão.
A aromaterapia é uma modalidade de saúde complementar muito eficiente. Os óleos essenciais têm potencial para aliviar alguns problemas emocionais, mas seu uso não deve substituir cuidados médicos adequados” – adverte a especialista. “Os benefícios se estendem muito além de seus aromas agradáveis, atuando em um nível holístico e influenciando a mente e o corpo para promover o bem-estar emocional”.
Segundo Vanessa, muitos óleos essenciais têm propriedades antibacterianas, anti-inflamatórias e de reforço imunológico, que podem ajudar na manutenção da saúde durante a temporada de festas. “Com essa compreensão de como os óleos essenciais influenciam as emoções e promovem o bem-estar, é possível destacar os benefícios de sete óleos essenciais que podem ajudar a dissipar a melancolia do Natal:
- bergamota (Citrus bergamia),
- laranja doce (Citrus sinensis),
- camomila romana (Anthemis nobilis),
- lavanda francesa (Lavandula angustifolia),
- olíbano (Boswellia carterii),
- ylang-ylang (Cananga odorata) e
- mandarina vermelha (Citrus nobilis)”.
Durante a jornada emocional das comemorações de fim de ano, segundo a farmacêutica, esses óleos podem ser utilizados em difusores, sprays de ambientes, aromatizadores de automóveis, almofadas, travesseiros etc. – lembrando que, somente quando misturados a cremes e óleos carreadores, podem ser aplicados diretamente na pele.
Reiki também pode ajudar
Para quem sabe que não poderá evitar o encontro com pessoas de difícil convivência, daquelas que fazem disparar o gatilho da ansiedade, da contrariedade ou de emoções descontroladas, a mestre Reiki propõe um exercício mental. A pessoa deve se imaginar cercada por uma bolha de energia Reiki dourada e, ao mesmo tempo, imaginar a outra pessoa numa outra bolha de energia Reiki.
Ao se sentir segura dentro da sua bolha, a pessoa deve dizer tudo o que a faz se sentir melhor para a outra pessoa. Pode desabafar, se queixar, se justificar e até mesmo fazer perguntas. Quando já tiver dito tudo o que precisa dizer, a pessoa deve imaginar as duas bolhas se afastando uma da outra, deixando de ter qualquer ligação energética. “Nesse processo, é fundamental sentir que está perdoando a pessoa por qualquer mal que ela tenha feito e observar a bolha dela flutuando para longe, ambos em paz”, diz Inês.
Outra dica da terapeuta é cultivar momentos para acalmar a mente, seja nadando ou caminhando de manhã, ou ainda meditando antes de dormir. “Ouvir música, desenhar, fazer ioga ou qualquer outra atividade que ocupe a mente são decisões válidas quando o assunto é cuidar do emocional. Sem esquecer que sempre há tempo para o autocuidado e, principalmente, para pedir ajuda de um profissional especializado”.
Hoje, as práticas integrativas e complementares (PICs) utilizam recursos naturais para tratar diferentes tipos de desconforto, com o intuito de melhorar a saúde, estabelecer um reequilíbrio físico e emocional, diminuir tensões e estresses do cotidiano.
Algumas das técnicas mais utilizadas são Aromaterapia, Cromoterapia, Musicoterapia, Reiki e Yoga. Mas, desde 2018, existem 29 PICs no Sistema Único de Saúde – o que torna o Brasil uma referência mundial nesse segmento da atenção básica. Segundo o Ministério da Saúde, essas práticas são investimento em prevenção de doenças.