O governador João Doria anunciou neste domingo (11) a antecipação, em 26 dias, da data final para que toda a população com mais de 18 anos no Estado de São Paulo tenha recebido ao menos uma dose da vacina contra a Covid-19. O adiantamento da data para 20 de agosto foi viabilizado com a compra de 30 milhões de doses extras da vacina Coronavac diretamente no laboratório chinês Sinovac para distribuição aos 645 municípios paulistas.
Ele também anunciou que 3,2 milhões de adolescentes de 12 a 17 anos serão imunizados a partir de 23 de agosto. Segundo o Governo do Estado, todos os adolescentes nessa faixa etária estarão vacinados, com ao menos uma dose, até 30 de setembro. Atualmente, apenas a vacina da Pfizer pode ser aplicada em adolescentes a partir de 12 anos, conforme decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), anunciada em 11 de junho. No entanto, o imunizante ainda não foi disponibilizado para este público no Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Com mais vacinas prontas, vamos garantir o cumprimento deste novo cronograma de imunização em São Paulo. Daqui a 40 dias, todos os adultos que vivem em São Paulo e podem ser vacinados estarão com, pelo menos, uma dose de vacina no braço”, acrescentou Doria.
Com o novo cronograma, pessoas com idade entre 35 e 36 anos poderão se vacinar no próximo dia 15. Entre 19 de julho e 4 de agosto, será a vez de quem tem de 30 a 34 anos. De 5 a 12 de agosto, serão vacinados os que têm de 25 a 29 anos, e entre os dias 13 e 20 serão imunizados os adultos mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos.
Dia da Esperança é antecipado em 26 dias
A antecipação do calendário fez com que o Dia da Esperança – data em que todos os brasileiros de São Paulo com mais de 18 anos estarão vacinados com ao menos a primeira dose contra o coronavírus – passasse de 15 de setembro para 20 de agosto.
A chegada de doses extras da Coronavac ocorre após acordo entre o Governo do Estado, o Instituto Butantan e a biofarmacêutica chinesa Sinovac. O primeiro lote com 2,7 milhões de vacinas desembarcou no Brasil no último dia 7 e passa por controle de qualidade antes da distribuição aos 645 municípios de São Paulo. Outra remessa com 1,3 milhão de doses virá de Pequim até o final deste mês.
De acordo com o Governo de SP, a medida é mais um passo na otimização do cronograma de vacinação por meio das estratégias de planejamento, monitoramento, distribuição e logística desenvolvidos pelo PEI (Plano Estadual de Imunização).
Além das vacinas extras que serão usadas apenas pela população de São Paulo, o Governo do Estado se baseia na estimativa de entregas de vacinas do Ministério da Saúde. O calendário considera o início do esquema vacinal, que é composto por duas doses para três dos quatro imunizantes oferecidos no Brasil.
Estudos para produzir Butanvac são iniciados
Na sexta-feira (9), em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, Doria acompanhou o início dos ensaios clínicos da ButanVac, primeira vacina contra o coronavírus com produção integral no Brasil, sem necessidade de importação de matéria-prima. Os estudos inéditos são coordenados pelo médico da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, Rodrigo Calado.
Hoje estamos iniciando o estudo clínico da ButanVac, que tem desenvolvimento tecnológico do Instituto Butantan, com cooperação técnica de outras instituições internacionais. É uma vacina brasileira, cujo insumo, envase e aplicação serão feitos aqui no Brasil, sem necessidade de importação de nenhum item, principalmente o IFA (Insumo Farmacêutico Ativo)”, disse Doria.
Os estudos clínicos foram iniciados após autorização da Anvisa, emitida na quarta-feira (7). Nesta sexta, seis voluntários selecionados passaram pelos exames necessários para a triagem antes da aplicação da primeira dose no HC de Ribeirão Preto, o que deve ocorrer nas próximas semanas.
As fases 1 e 2 dos ensaios clínicos da ButanVac serão divididas nas etapas A, B e C. Na etapa A, realizada na Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, participarão 418 voluntários que vão receber vacina ou placebo, com objetivo de verificar a segurança do imunizante. Já as etapas B e C terão como objetivo avaliar a resposta imune e envolverão mais de 5 mil voluntários.
Farão parte do estudo inicialmente pessoas com mais de 18 anos não vacinadas e que não foram expostas ao vírus. As etapas seguintes também irão envolver pessoas vacinadas, independentemente do imunizante, e pessoas que tiveram Covid-19. A previsão é que a pesquisa dure em torno de 17 semanas. As conclusões do estudo serão remetidas à Anvisa para solicitar a autorização de uso emergencial.
É a primeira vacina nacional contra o coronavírus. Poucos são os países que chegaram à vacina. Temos mais de 10 milhões de doses prontas aguardando a conclusão desse estudo que se inicia hoje. Isso é um estudo que certamente ficará na história da ciência e da saúde pública do Brasil”, destacou Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan.
Estudos da vacina
Inicialmente, o estudo clínico vai avaliar se a vacina é segura. Em um segundo momento, será estudada a resposta imunológica que os participantes do estudo desenvolverão. O estudo clínico da ButanVac será de comparação, ou seja, os resultados da pesquisa serão comparados aos das vacinas já descritas, permitindo inferir a eficiência da vacina.
Nos ensaios clínicos tradicionais, é feito um paralelo entre o grupo vacinado e um grupo controle. Mas, como os marcadores imunológicos e parâmetros de segurança já foram estabelecidos pelas demais vacinas em uso, espera-se que os resultados dos estudos clínicos com a ButanVac fiquem prontos mais rapidamente. Os resultados vão determinar se a vacina é segura, se é capaz de prevenir a Covid-19 e como será seu desempenho diante das novas variantes.
Sobre a ButanVac
A ButanVac vem sendo chamada de vacina 2.0 contra a COVID-19. Sua principal vantagem é que ela será produzida inteiramente no Brasil, já que é desenvolvida a partir da inoculação de um vírus modificado que contém a proteína S do SARS-CoV-2 em ovos embrionados de galinhas – mesma tecnologia da vacina contra a influenza (gripe). Além de ser barata e muito disseminada, essa técnica é uma especialidade do Butantan: o instituto produz anualmente 80 milhões de vacinas da gripe usando ovos.
A tecnologia da ButanVac utiliza um vetor viral que contém a proteína Spike do novo coronavírus de forma íntegra. O vírus utilizado como vetor é o da doença de Newcastle, uma infecção que afeta aves. Essa tecnologia foi desenvolvida por cientistas na Icahn School of Medicine de Mount Sinai, em Nova York. A proteína S estabilizada do vírus SARS-CoV-2 utilizada na vacina com tecnologia HexaPro foi desenvolvida na Universidade do Texas, em Austin.
Cadastro prévio no Vacina Já agiliza
O pré-cadastro no site Vacina Já é recomendado para todos os públicos incluídos no calendário do PEI e economiza até 90% no tempo de atendimento nos postos de vacinação. O formulário pode ser preenchido no site ou via WhatsApp – basta adicionar o número +55 11 95220-2923 à lista de contatos e enviar um “oi” ou clicar no link. O preenchimento antecipado não é obrigatório, mas facilita o trabalho dos profissionais de saúde e também reduz as chances de aglomeração nos pontos de aplicação das vacinas contra a Covid-19.
De acordo com o Vacinômetro do Portal do Governo de São Paulo, até as 13h20 deste domingo, um total de 28.647.796 de vacinas contra a Covid-19 haviam sido aplicadas no estado, sendo 21.412.523 em primeira dose, 6.496.381 com segunda dose e outras 738.892 na aplicação única do imunizante da Janssen. Assim, 15,63% da população estadual já completou o esquema vacinal.
Calendário
Segue a nova programação de vacinação no estado de São Paulo:
de 8/7 a 14/7: 37 a 39 anos;
de 15/7 a 18/7: 35 e 36 anos;
de 19/7 a 4/8: 30 a 34 anos;
de 5/8 a 12/8: 25 a 29 anos;
de 13/8 a 20/8: 18 a 24 anos;
de 23/8 a 5/9: 12 a 17 anos com deficiência, comorbidade e gestantes;
de 6/9 a 19/9: 15 a 17 anos;
de 20/9 a 30/9: de 12 a 14 anos.
O novo calendário está disponível no site.
Com GovSP e Agência Brasil