Pesquisa comprova: corrida ajuda a manter a mente sã

Nem sempre é preciso medicar. Muitas vezes, apenas mudança de hábitos já resolve. Corrida é uma delas

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corrida

Já dizia a canção de Leila Pinheiro: “Tudo é questão de manter a mente quieta a espinha ereta e o coração tranquilo”. Mas como manter a saúde mental nos tempos tão conturbados de hoje em dia? Neste Dia Mundial da Saúde Mental, comemorado em 10 de outubro desde 1992, especialistas alertam para a importância de acabar com o preconceito em torno da questão e como manter a mente sã.

Infelizmente, milhares de pessoas com problemas de saúde mental ainda são discriminadas e marginalizadas. Mesmo em sofrimento, existe uma ideia que buscar ajuda é “para os fracos” e que “cada um tem que saber lidar com seus próprios problemas”. É o que afirma a psiquiatra Renata Vargens, vice-diretora clínica da Casa de Saúde Saint Roman, especializada no tratamento de saúde mental e dependência química no Rio de Janeiro.

Segundo ela, nem todo sofrimento mental precisa ser tratado de forma medicamentosa. “Muitas vezes a abordagem psicoterápica e mudanças de hábitos de vida podem auxiliar na busca do bem-estar emocional”, frisa ela. Poucos sabem, mas aquela corrida matinal ou a série de exercícios realizada na academia não favorecem apenas a saúde do corpo: o cérebro também se beneficia – e muito! Pesquisas recentes do Laboratório de Neurociências do United States Institute of Health comprovam que a prática de atividades físicas atua diretamente sobre a memória e o aprendizado.

Segundo Bernardo Liberato, especialista do Núcleo de Neurologia do Hospital Samaritano Barra, o fato de manter o corpo em movimento, evitando o sedentarismo, contribui positivamente para a manutenção das funções cerebrais. De acordo com o médico, a atividade física está relacionada à redução do estresse porque ajusta o ‘fluxo do pensamento’ e melhora a ansiedade e a tomada de decisões, até mesmo em situações de forte pressão.

“Tudo isso se deve à quantidade de neurotransmissores liberados pelos indivíduos que praticam exercícios regularmente. Outro benefício é a redução das fadigas física e mental, bem como o aumento das sensações de alívio e bem-estar. Todos esses fatores estão relacionados à dopamina e à serotonina – substâncias que são liberadas durante a prática de exercícios físicos pelos indivíduos que se mantêm mais ativos”, explica.

O especialista aponta que novos estudos precisam ser realizados, pois algumas análises apresentaram controvérsia com relação à atividade física em pessoas já com diagnóstico de demência – o que indica que os impactos podem não ser tão positivos quando já existe quadro de problemas neurológicos. “Ainda assim, os exercícios regulares seguem sendo recomendados tanto para pessoas saudáveis quanto para pacientes que possuem diagnóstico de doença neurológica, mesmo diante de restrições específicas”, observa.

Alimentação saudável, menos álcool

O médico também explica que, especialmente nos jovens, os hábitos de saúde não devem estar somente limitados à prática de atividade física, mas, sim, a uma soma de rotinas que poderão contribuir para a saúde na fase da maturidade, como uma alimentação equilibrada e a redução, desde cedo, da ingestão de álcool.

“Os benefícios colhidos serão muitos, principalmente, a longo prazo, pois, na fase da terceira idade, as pessoas que investiram em uma juventude mais saudável terão chances bastante reduzidas de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) e desenvolver outras doenças do sistema nervoso central”, enfatiza Liberato.

Ele ainda reforça: “Mesmo nas fases mais maduras da vida, ainda que com um histórico de sedentarismo, é válido manter-se em movimento e adotar hábitos saudáveis, sempre com o acompanhamento especializado de um profissional de educação física e do médico assistente”, finaliza.

A dificuldade de buscar equilíbrio interno

Segundo Renata Vargens, para avaliar se uma pessoa tem problemas de saúde mental o diagnóstico é avaliar a dificuldade da pessoa em encontrar um equilíbrio interno e em executar as exigências do mundo exterior. Tais sinais podem indicar que há necessidade de cuidar da saúde mental com mais atenção.

“O sofrimento deve ser ouvido e avaliado”, alerta. Renata Vargens ressalta que o tratamento indicado passa por uma adequada avaliação por profissionais especializados que podem indicar se há necessidade de tratamento e qual o tipo de abordagem mais adequada.

Saúde mental em números

Dia da Saúde Mental (10 de outubro) busca dar visibilidade a questões que trazem sofrimento e fazem parte da saúde do indivíduo. A data coloca em pauta temas da saúde mental nas agendas dos governos, além de centrar a atenção pública na saúde mental global.  Mas o que é, de fato, a saúde mental?

De acordo com a Organização Mundial da Saúdesaúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade.  Segundo a OMS, cerca de 31% a 50% da população brasileira podem vir a apresentar pelo menos um episódio de transtorno mental durante a vida. Por conta disso, a saúde mental deve ser considerada uma prioridade.

Da Redação, com assessorias

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