O número de hospitais públicos brasileiros com unidades de terapia intensiva (UTIs) reconhecidas como de excelência pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) subiu 45% em relação a 2024, chegando a um total de 58. Apesar disso, eles ainda são minoria entre os 304 hospitais certificados, dos quais 246 são da rede privada. 

A Amib divulgou nesta segunda-feira (31) o resultado da certificação em 2025, que considerou o desempenho de 800 hospitais monitorados pelo Projeto UTIs Brasileiras durante o ano de 2024. Entre os hospitais analisados pela pesquisa, havia 352 públicos e 448 privados que, juntos, ofertam mais de 20 mil leitos de UTI no Brasil. 

A avaliação reconhece os hospitais analisados com as certificações Top Performer e Eficiente. Para receber o primeiro selo, a unidade precisa estar entre as 33% melhores UTIs do país. Já o selo de UTI Eficiente é concedido às unidades que estão acima da média, mas não entre as melhores — entre o 33º e o 50º percentil.

Esses hospitais representam o que há de mais avançado em terapia intensiva no Brasil. São unidades que priorizam o cuidado seguro, medem resultados e buscam excelência clínica mesmo em contextos desafiadores”, explica Patrícia Mello, presidente da AMIB.

Os hospitais com UTIs de excelência no Estado do Rio

Dentre os hospitais certificados em todo o Brasil, 52 são do Rio de Janeiro, sendo 38 unidades certificadas na categoria Top Performer e 14, Eficiência, correspondendo sozinho a 17% do total das unidades avaliadas no Brasil. O estado aparece como o segundo do país com mais hospitais certificados com UTIs de excelência e fica atrás somente de São Paulo, com 81 hospitais certificados.

Dos 52 hospitais certificados no estado, 11 são públicos, entre eles, o Hospital Federal do Andaraí, que foi municipalizado em dezembro para a Prefeitura do Rio de Janeiro. Os hospitais estaduais Azevedo Lima, em Niterói, e Alberto Torres, em São Gonçalo, aparecem nas listas das duas classificações da Amib.

Conheça os 11 hospitais públicos do Estado do Rio que tiveram suas UTIs reconhecidas:

Hospitais do Estado do Rio avaliados com o selo Top Performer
  1. Hospital de Traumatotologia e Ortopedia da Baixada Fluminense, em Nilópolis;
  2. Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói*;
  3. Hospital de Traumatologia e Ortopedia Dona Lindu, em Paraíba do Sul;
  4. Hospital Municipal Henrique Sérgio Gregori, em Resende;
  5. Hospital Federal do Andaraí, no Rio de Janeiro;
  6. Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro;
  7. Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo*;
  8. Hospital Estadual da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti.
Hospitais do Estado do Rio avaliados com o selo Eficiente
  1. Hospital Estadual Prefeito João Batista Caffaro, em Itaboraí
  2. Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói
  3. Hospital Municipal Evandro Freire, no Rio de Janeiro
  4. Hospital Estadual Universitário Pedro Erneto (Hupe/Uerj), no Rio de Janeiro
  5. Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo*

Maior concentração no Sudeste

A região Sudeste possui 162 hospitais com UTIs de excelência, correspondendo a 53% das unidades certificadas. É a região brasileira com maior índice de instituições hospitalares reconhecidas com UTIs de alta eficiência. Na região Sudeste, também aparece Minas Gerais, 19 (6%), e Espírito Santo, 10 (3%).

Na sequência aparece a região Nordeste, com 50 hospitais, Centro-Oeste (49), Sul (27) e Norte (16). Em ambos os estados, a maioria das unidades de excelência está concentrada nas capitais e regiões metropolitanas.

Embora representem uma proporção menor, os hospitais públicos premiados apresentaram avanços nos últimos anos. Na avaliação da Amib, o crescimento do número de unidades públicas certificadas reflete o esforço de gestores e equipes do SUS em qualificar a assistência crítica por meio de práticas baseadas em evidências e indicadores, mesmo diante de limitações orçamentárias e estruturais.

A evolução dos hospitais públicos mostra que é possível avançar, mesmo diante de limitações orçamentárias e estruturais. Mas ainda há um desequilíbrio importante: a maioria dos reconhecimentos segue concentrada no setor privado, o que reforça a necessidade de mais investimentos e gestão orientada por dados no SUS”, avalia o médico intensivista Ederlon Rezende, presidente do Conselho Consultivo da AMIB.

Total de hospitais certificados no país cresceu 25%

Os dados nacionais mostram que, em 2024, 21 hospitais públicos foram certificados como Top Performer, enquanto, em 2025, o número subiu para 25 – um aumento de 19%. No caso do selo Eficiente, o aumento foi mais expressivo, passando de 19 para 33 hospitais certificados – um salto de 74%. No setor privado, os números passaram de 136 para 164 (Top Performer) e de 68 para 82 (Eficiente).

Em relação à edição anterior da premiação, o total de hospitais certificados, segundo a associação, cresceu 25%. Enquanto no setor público, o aumento foi de 45%, entre os hospitais privados, o número de certificações subiu 21%.

O crescimento do número de unidades públicas certificadas reflete o esforço de gestores e equipes do SUS [Sistema Único de Saúde] em qualificar a assistência crítica por meio de práticas baseadas em evidências e indicadores, mesmo diante de limitações orçamentárias e estruturais”, destacou a Amib.

>>> Confira a lista dos hospitais com selo TOP Performer

>>> Confira a lista dos hospitais com selo Eficiente 

Critérios para a certificação

Criada em 2016, a certificação visa a reconhecer anualmente a qualidade e a excelência do atendimento prestado por esse tipo de unidade de saúde, refletindo o compromisso com a melhoria contínua e a promoção de um cuidado seguro, sustentável e eficiente para pacientes em estado crítico.

A avaliação incluiu mais de 1.800 UTIs Adulto de hospitais públicos e privados do Brasil, resultando em 530 unidades que atendem aos critérios de certificação. Destas, 301 foram designadas como UTI Top Performer e 229 como UTI Eficiente.

A premiação leva em conta uma série de indicadores que medem o desempenho real das UTIs, ajustado ao perfil dos pacientes atendidos. São utilizados dois parâmetros principais:

  • Taxa de Mortalidade Padronizada – compara o número de mortes esperadas com o número de mortes reais, levando em conta a gravidade dos pacientes;
  • Taxa de Utilização de Recursos Padronizada – avalia se a UTI faz um uso adequado dos recursos disponíveis, nem em excesso, nem de forma insuficiente.

Esses dois indicadores, segundo a Amib, são calculados a partir de critérios reconhecidos internacionalmente, como o SAPS 3, que estima o risco de morte logo na admissão do paciente na UTI.  Além disso, só são avaliadas UTIs que usam o sistema de monitoramento da Epimed durante todo o ano de análise, com volume mínimo de internações e preenchimento confiável dos dados clínicos.

As UTIs ainda são avaliadas de acordo com o perfil dos pacientes que atendem. Por isso, há distinção entre UTIs cardiológicas (com maioria de pacientes com problemas do coração) e UTIs gerais (com pacientes de diferentes perfis clínicos ou cirúrgicos).

Veja a lista completa aqui

Da Agência Brasil e Amib, com Redação (atualizado em 2/4/25)

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