A Amib divulgou nesta segunda-feira (31) o resultado da certificação em 2025, que considerou o desempenho de 800 hospitais monitorados pelo Projeto UTIs Brasileiras durante o ano de 2024. Entre os hospitais analisados pela pesquisa, havia 352 públicos e 448 privados que, juntos, ofertam mais de 20 mil leitos de UTI no Brasil.
A avaliação reconhece os hospitais analisados com as certificações Top Performer e Eficiente. Para receber o primeiro selo, a unidade precisa estar entre as 33% melhores UTIs do país. Já o selo de UTI Eficiente é concedido às unidades que estão acima da média, mas não entre as melhores — entre o 33º e o 50º percentil.
Esses hospitais representam o que há de mais avançado em terapia intensiva no Brasil. São unidades que priorizam o cuidado seguro, medem resultados e buscam excelência clínica mesmo em contextos desafiadores”, explica Patrícia Mello, presidente da AMIB.
Os hospitais com UTIs de excelência no Estado do Rio
Dentre os hospitais certificados em todo o Brasil, 52 são do Rio de Janeiro, sendo 38 unidades certificadas na categoria Top Performer e 14, Eficiência, correspondendo sozinho a 17% do total das unidades avaliadas no Brasil. O estado aparece como o segundo do país com mais hospitais certificados com UTIs de excelência e fica atrás somente de São Paulo, com 81 hospitais certificados.
Dos 52 hospitais certificados no estado, 11 são públicos, entre eles, o Hospital Federal do Andaraí, que foi municipalizado em dezembro para a Prefeitura do Rio de Janeiro. Os hospitais estaduais Azevedo Lima, em Niterói, e Alberto Torres, em São Gonçalo, aparecem nas listas das duas classificações da Amib.
Conheça os 11 hospitais públicos do Estado do Rio que tiveram suas UTIs reconhecidas:
Hospitais do Estado do Rio avaliados com o selo Top Performer
- Hospital de Traumatotologia e Ortopedia da Baixada Fluminense, em Nilópolis;
- Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói*;
- Hospital de Traumatologia e Ortopedia Dona Lindu, em Paraíba do Sul;
- Hospital Municipal Henrique Sérgio Gregori, em Resende;
- Hospital Federal do Andaraí, no Rio de Janeiro;
- Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro;
- Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo*;
- Hospital Estadual da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti.
Hospitais do Estado do Rio avaliados com o selo Eficiente
- Hospital Estadual Prefeito João Batista Caffaro, em Itaboraí
- Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói
- Hospital Municipal Evandro Freire, no Rio de Janeiro
- Hospital Estadual Universitário Pedro Erneto (Hupe/Uerj), no Rio de Janeiro
- Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo*
Maior concentração no Sudeste
A região Sudeste possui 162 hospitais com UTIs de excelência, correspondendo a 53% das unidades certificadas. É a região brasileira com maior índice de instituições hospitalares reconhecidas com UTIs de alta eficiência. Na região Sudeste, também aparece Minas Gerais, 19 (6%), e Espírito Santo, 10 (3%).
Na sequência aparece a região Nordeste, com 50 hospitais, Centro-Oeste (49), Sul (27) e Norte (16). Em ambos os estados, a maioria das unidades de excelência está concentrada nas capitais e regiões metropolitanas.
Embora representem uma proporção menor, os hospitais públicos premiados apresentaram avanços nos últimos anos. Na avaliação da Amib, o crescimento do número de unidades públicas certificadas reflete o esforço de gestores e equipes do SUS em qualificar a assistência crítica por meio de práticas baseadas em evidências e indicadores, mesmo diante de limitações orçamentárias e estruturais.
A evolução dos hospitais públicos mostra que é possível avançar, mesmo diante de limitações orçamentárias e estruturais. Mas ainda há um desequilíbrio importante: a maioria dos reconhecimentos segue concentrada no setor privado, o que reforça a necessidade de mais investimentos e gestão orientada por dados no SUS”, avalia o médico intensivista Ederlon Rezende, presidente do Conselho Consultivo da AMIB.
Total de hospitais certificados no país cresceu 25%
Os dados nacionais mostram que, em 2024, 21 hospitais públicos foram certificados como Top Performer, enquanto, em 2025, o número subiu para 25 – um aumento de 19%. No caso do selo Eficiente, o aumento foi mais expressivo, passando de 19 para 33 hospitais certificados – um salto de 74%. No setor privado, os números passaram de 136 para 164 (Top Performer) e de 68 para 82 (Eficiente).
Em relação à edição anterior da premiação, o total de hospitais certificados, segundo a associação, cresceu 25%. Enquanto no setor público, o aumento foi de 45%, entre os hospitais privados, o número de certificações subiu 21%.
O crescimento do número de unidades públicas certificadas reflete o esforço de gestores e equipes do SUS [Sistema Único de Saúde] em qualificar a assistência crítica por meio de práticas baseadas em evidências e indicadores, mesmo diante de limitações orçamentárias e estruturais”, destacou a Amib.
>>> Confira a lista dos hospitais com selo TOP Performer
>>> Confira a lista dos hospitais com selo Eficiente
Critérios para a certificação
Criada em 2016, a certificação visa a reconhecer anualmente a qualidade e a excelência do atendimento prestado por esse tipo de unidade de saúde, refletindo o compromisso com a melhoria contínua e a promoção de um cuidado seguro, sustentável e eficiente para pacientes em estado crítico.
A avaliação incluiu mais de 1.800 UTIs Adulto de hospitais públicos e privados do Brasil, resultando em 530 unidades que atendem aos critérios de certificação. Destas, 301 foram designadas como UTI Top Performer e 229 como UTI Eficiente.
A premiação leva em conta uma série de indicadores que medem o desempenho real das UTIs, ajustado ao perfil dos pacientes atendidos. São utilizados dois parâmetros principais:
- Taxa de Mortalidade Padronizada – compara o número de mortes esperadas com o número de mortes reais, levando em conta a gravidade dos pacientes;
- Taxa de Utilização de Recursos Padronizada – avalia se a UTI faz um uso adequado dos recursos disponíveis, nem em excesso, nem de forma insuficiente.
Esses dois indicadores, segundo a Amib, são calculados a partir de critérios reconhecidos internacionalmente, como o SAPS 3, que estima o risco de morte logo na admissão do paciente na UTI. Além disso, só são avaliadas UTIs que usam o sistema de monitoramento da Epimed durante todo o ano de análise, com volume mínimo de internações e preenchimento confiável dos dados clínicos.
As UTIs ainda são avaliadas de acordo com o perfil dos pacientes que atendem. Por isso, há distinção entre UTIs cardiológicas (com maioria de pacientes com problemas do coração) e UTIs gerais (com pacientes de diferentes perfis clínicos ou cirúrgicos).
Veja a lista completa aqui
Da Agência Brasil e Amib, com Redação (atualizado em 2/4/25)