Este primeiro mês do ano é marcado pela campanha Janeiro Branco, que desde 2014 pretende fazer as pessoas refletirem sobre como lidam com seus sentimentos e a saúde mental. E esta não deve ser uma preocupação apenas em relação a adultos e idosos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o índice de crianças entre 6 e 12 anos diagnosticadas com depressão saltou de 4,5% para 8% na última década.
Para contribuir com o debate, Ler Faz Bem desta semana destaca “Até que a Morte nos Ampare”, voltada ao público juvenil. Ao perceber a eficácia que a arte pode ter na luta contra o suicídio, o ator, artista circense e escritor Marcos Martinz resolveu escrever o livro que reforça a necessidade da mente saudável.
Na obra, publicada pela Editora Skull, o autor tem como missão conscientizar a juventude sobre a importância da saúde mental. De forma impactante e, de certa maneira doce, ele se debruça no verdadeiro sentido de amar a si mesmo, de enfrentar a vida com paixão, de não se autossabotar e de como pode ser muito mais difícil enfrentar a morte do que a vida em depressão.
Marcos Martinz mostra como é importante que as pessoas que passaram por momentos difíceis façam algo para melhorar o mundo, para acalentar quem está na escuridão. Fala sobre muitos tabus da sociedade de modo leve, fazendo todas as idades compreenderem e mergulharem nos ensinamentos em relação à seriedade da depressão e suicídio na adolescência.
Quando o algoz é você mesmo
Uma narrativa visceral que conta a história de uma noiva, a Rosinha, que morre no dia do seu casamento e precisa saber quem a matou para seguir em paz. É esse o enredo de Até que a Morte nos Ampare. Quando a personagem principal descobre que o seu algoz era ela própria, começa um diálogo importante e revelador entre a protagonista, a morte e o próprio autor Marcos.
Com uma pegada espiritualista ou ficcional – direcionamento que Marcos deixa a critério do leitor -, a conversa entre a falecida, o ceifador e o espírito do corpo adormecido do autor é intensa. Passeia por campos da Psicanálise e espirituais, vaga pela mente ingenuamente humana e também mostra os sentimentos de uma moça em depressão, prestes a casar e afundada em seus anseios.
Fiz de tudo comigo no momento: culpei-me, ofendi-me e me destruí. Mas nunca, nunca me amei. Pendurei a corda no suporte da cortina e subi no banquinho. Fiz da corda um abraço amigo, envolvendo-a em meu pescoço. Devagarinho, desci do banco. (‘Até que a Morte nos Ampare’, pág. 52)
Literatura entra nas salas de aula para levar uma lição de vida
“Ei! Por favor, você não tocou neste livro por acaso. Preciso que me ajude. Eu me casei sim, isso pode parecer normal, mas eu estou morta e não apenas isso, estou condenada a reviver o dia fatídico de minha morte todos os dias. Quando eu morri? No dia de meu casamento. Para que eu descanse em paz preciso descobrir meu assassino, isso só será possível se você ler a minha história.” (Rosinha, a noiva)
Rosinha morre no dia de seu casamento e está amaldiçoada a reviver essa tragédia por toda a eternidade. Como quebrar esse círculo vicioso de flores, bolinhos, convidados e uma morte horrível? Descobrindo seu assassino.
O livro já foi ferramenta em escolas municipais de Mongaguá (SP) como material pedagógico para falar sobre a temática do suicídio com os alunos. O projeto foi implantado nas Escolas Municipais de Mongaguá: EMEF Sirana, EMEF Hortência, Jacoub Koukdjian EMEF José Cesário, EMEF José Carlos, EMEF Regina Maria e EMEF Vera Cruz.
Agenda Positiva
Editora faz programação especial no Janeiro Branco
Ciente da importância do tema, de seu papel de educadora e seu propósito em difundir conhecimento, a Vetor Editora, especializada em obras de Psicologia, traz uma programação especial para o Janeiro Branco em São Paulo.
Ter a Vetor neste movimento traz força pois eles conseguem disseminar este conteúdo para uma rede de psicólogos vasta e relevante”, afirma o criador da campanha, Leonardo Abrahão. O objetivo é amplificar a campanha que, em todo o Brasil e em outros países, mobiliza cidadãos, psicólogos e demais profissionais (da saúde ou não) para levar mensagens e reflexões aos indivíduos e às instituições às quais estão ligados.
Para Leonardo Abrahão, é de extrema importância falar sobre saúde mental na sociedade de hoje. “Precisamos mostrar às pessoas que somos seres de conteúdos psicológicos e subjetivos, que nossas vidas, necessariamente, são estruturadas em torno de questões mentais, sentimentais, emocionais, relacionais e comportamentais”, afirma.
As atividades começaram dia 14 com uma série de webinars sobre saúde mental na vida das pessoas e no ambiente organizacional e a importância do impacto emocional para crianças que são adotadas e devolvidas.
De 20 a 31 de janeiro o auditório da Vetor recebe ainda profissionais renomados para ministrar oficinas presenciais sobre saúde mental, felicidade consciente, baralho como ferramenta para psicólogos, mindfulness e a inteligência artificial, dimensão da escuta, corpo e somatização, além de arteterapia e oficinas de autoconhecimento.
No dia 19 de janeiro, tradicionalmente, a Vetor participa da caminhada organizada pelo psicólogo Antonio Macedo, que traz o tema saúde mental para a discussão da sociedade, com palestra gratuita no mês de janeiro para fortalecimento da campanha Janeiro Branco.
A caminhada no dia 19 tem início às 10h na sede da Vetor Editora, de onde o grupo seguirá pela Paulista até o vão livre do MASP – Museu de Arte de São Paulo. As inscrições para as oficinas podem ser feitas pelo site http://mktvetoreditora.com.
Com Assessorias