Chegamos neste dia 22 de dezembro a mais um verão que promete altas temperaturas. Para muitos, chegam as sonhadas férias na praia e o descanso à beira mar. Todo o relaxamento, no entanto, não pode significar desatenção com a saúde. Como a pele é o maior órgão do corpo humano, devemos estar atentos. Os cuidados com o sol devem ser tomados o ano inteiro, porém, é no verão que as pessoas ficam mais vulneráveis às radiações. A estação privilegia as atividades ao ar livre e a frequência da exposição em piscinas, praias e lagos tende a ser maior.

Por conta do aumento da incidência solar natural da época, os cuidados com a pele precisam ser redobrados, já que a exposição ao sol aumenta os riscos do câncer de pele. A irradiação ultravioleta do sol – conhecida como raio UV – é a principal vilã no câncer de pele. Continuada, ou mesmo intermitente, como em períodos de férias, por exemplo, se feita de maneira não protegida, pode ser considerada um fator de risco preocupante. Para se ter uma ideia, os raios de sol podem penetrar janelas, atravessar a cobertura de nuvens e ainda são refletidos pela água, areia e concreto. Ou seja: nem a sombra é completamente protetora.

De acordo com a dermatologista cooperada à Unimed Blumenau, Renata Fronza Beber, a prevenção é o melhor remédio. Como a incidência dos raios ultravioletas está cada vez mais intensa em todo o planeta, as pessoas de todos os tipos de colorações de pele devem estar atentas e se protegerem quando expostas ao sol. Pessoas de pele clara, cabelos claros ou ruivos, com sardas e olhos claros são mais propensas a desenvolver o câncer de pele.

Os que possuem antecedentes familiares com histórico de câncer de pele, queimaduras solares, incapacidade para se bronzear e muitas pintas também devem ter atenção e cuidados redobrados. A idade é um fator que também deve ser considerado, pois quanto mais tempo de exposição da pele ao Sol, mais envelhecida ela fica, aumentando também a possibilidade de surgimento do câncer não-melanoma”, destaca.

Use e abuse do protetor solar

A melhor estratégia para prevenir os danos da radiação ultravioleta (UV) é evitar a exposição excessiva ao sol e proteger a pele, ou seja, abusar do protetor solar. “Os filtros solares são produtos capazes de prevenir os males provocados pela exposição solar, como o envelhecimento precoce e a queimadura solar, além do câncer de pele”, informa.

Ele deve ser aplicado a cada duas horas e repassado, principalmente, após o contato da pele com a água. Proteger bebês e crianças é especialmente importante. Antes dos 6 meses de idade, eles devem ser mantidos fora do sol usando roupas, chapéus, cobertores e persianas. Após os 6 meses, adicione protetor solar à mistura, após consultar o pediatra. E não se esqueça dos óculos de sol para crianças pequenas.

Use proteção solar diariamente, como protetor solar, chapéu, roupas com proteção UV e não fique exposto diretamente ao sol, principalmente em períodos mais críticos no verão, como de 10h à 16h. Não se esqueça de procurar um médico especialista de confiança e de examinar a própria pele sempre. Quando identificado em fase inicial, o câncer de pele tem excelentes respostas aos tratamentos e com altos índices de cura”, ressalta.

Para pessoas que costumam ficar expostas ao sol, é preciso reforçar o uso do protetor solar diariamente, principalmente no rosto. Se a exposição aos raios solares for maior, como na praia ou piscina, por exemplo, é importante abusar do protetor no corpo todo, usar chapéus e evitar horários em que a incidência solar esteja mais forte.

“Além disso, também é fundamental a utilização de filtro solar durante todo o dia. Por mais leve que o sol possa parecer ao final da tarde ou no início da manhã, raios solares sempre trazem riscos à saúde cutânea. Tanto que, nos horários de pico solar, entre 10 e 15 horas ou entre 9 e 16 horas, nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, é recomendável evitar exposição solar, mesmo com uso de protetor”, orienta o oncologista do HCor.

Embora seja um problema de saúde sério, o câncer de pele pode ser prevenido de maneira relativamente simples. Uma das medidas mais eficazes para a prevenção da doença é, além da diminuição da exposição aos raios solares, a sua detecção precoce, através de exames preventivos de pele, por um dermatologista. De acordo com Elimar Gomes, dermatologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo , a doença está relacionada à radiação ultravioleta, emitida pelo sol.

“Tanto a exposição solar diária, ou seja, receber pequena quantidade de sol ao longo da vida em partes expostas do corpo, quanto episódios de exposição intensa e desprotegida, aumentam as chances de desenvolver um câncer de pele”, afirma  o dermatologista da BP, que também é coordenador da Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia, que anualmente no mês de dezembro intensifica as ações de conscientização sobre diagnóstico e prevenção ao câncer de pele.

O especialista reforça que pessoas de cabelos loiros ou ruivos, olhos claros ou de pele clara, que facilmente ficam vermelhas quando tomam sol, têm risco ainda maior de ter a doença. “É evidente que o fator genético também é muito importante. Quem tem familiares com histórico de câncer de pele, principalmente o melanoma, deve ficar mais atento. Os cuidados precisam ser redobrados também por pessoas com muitas pintas, cicatrizes, feridas crônicas ou imunossuprimidas”, ressalta.
O profissional reforça a importância do tema e explica alguns mitos e verdades sobre esse tipo câncer:

Os filtros solares são dispensáveis nos dias sem sol?
Mito. É necessário passar protetor todos os dias. A luz solar que atinge a superfície terrestre possui diversos tipos de radiação, que vai desde a luz visível, aquela que determina a claridade e o espectro de cores, até radiações que não vemos, como os raios infravermelho (IV), que sentimos apenas como calor, e os ultravioletas (UV), divididos em ultravioleta A (UVA) e ultravioleta B (UVB).

Os raios UVA são praticamente constantes durante o dia e representam 95% da radiação que atinge o corpo e o rosto. Eles penetram profundamente na pele e são os principais responsáveis pelo fotoenvelhecimento, reações cutâneas (fotoalergias e fototoxicidades), manchas solares e câncer de pele. Já os raios UVB são intensos entre 9h e 15h e provocam na pele morena o agravamento de manchas e, na pele branca, vermelhidão, queimaduras solares e uma série de alterações que determinam o câncer de pele.

É indispensável o uso diário de protetor solar fator 30 ou maior e recomendável usar chapéu, óculos escuros, roupas com fator de proteção ultravioleta no tecido, evitar exposição ao sol no período entre 9 e 15 horas e permanecer na sombra sempre que possível. Importante ressaltar que mais de 90% dos casos de câncer de pele são causados pela exposição aos raios ultravioletas do sol.

O protetor solar deve ser aplicado em grande quantidade antes de sair de casa e reaplicado durante a exposição solar?
Verdade. A primeira aplicação do produto é fundamental e deve ser feita com atenção e cuidado, com pelo menos 15 minutos antes da exposição solar, de preferência sem roupa ou com menor quantidade possível. Recomenda-se a reaplicação dos fotoprotetores a cada duas horas ou após períodos de imersão na água. A quantidade a ser aplicada deve ser observada, recomendando a aplicação de duas camadas do produto em todo o corpo.

É possível manter a pele saudável no verão?
Verdade. Durante o verão, a radiação solar incide com mais intensidade sobre o planeta e como fazemos mais atividades ao ar livre aumentam os riscos de

queimadura, câncer da pele e outros problemas. Por isso, é necessário ter cuidado redobrado com a hidratação da pele. No banho, recomenda-se usar sabonetes compatíveis com o tipo de pele, mas sem excesso. E a temperatura da água deve ser fria ou morna para evitar o ressecamento. Além do filtro solar, no verão é importante usar roupas de algodão durante as atividades ao ar livre.

Alimentação também previne contra câncer de pele?
Mito. A alimentação pode ajudar apenas a prevenir os danos que o sol causa à pele, mas não reduz riscos ou previne esse tipo de câncer. De qualquer forma, uma alimentação saudável faz muito bem para a pele e itens como cenoura, abóbora, mamão, maçã e beterraba contêm carotenoides e têm ação antioxidante, ou seja, protegem as células sadias do organismo. No verão, estamos mais dispostos a comer de forma saudável, ingerindo carnes grelhadas, alimentos crus e cozidos, frutas e legumes com alto teor de água e fibras e baixo teor de carboidratos. Apostar nesses alimentos ajuda na hidratação do corpo, previne outras doenças e adia os sinais do envelhecimento. Em relação ao câncer de pele, para reduzir as chances, é preciso se proteger da radiação solar.

 

Recomendações básicas 

Os números de câncer de pele no Brasil são alarmantes. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença responde por 33% de todos os diagnósticos de cânceres no país. A instituição registra a cada ano cerca de 170 mil novos casos, ou seja, um em cada quatro novos casos de cânceres no Brasil é de pele.

Para alertar a população sobre a doença e as formas de se prevenir, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove, desde 2014, o Dezembro Laranja, que reforça a importância dos cuidados, como o uso de proteção solar e a visita regular ao dermatologista para garantir o diagnóstico precoce.

O mês tem o intuito de conscientizar a população sobre a prevenção do câncer de pele desde a infância, bem como, alertar sobre os sinais para diagnóstico e tratamento precoces, aumentando, assim, as chances de cura na grande maioria dos casos.

A SBD orienta que as pessoas se examinem com regularidade, consultando um dermatologista em caso de suspeita. Também é importante que se examine familiares, pois muitas vezes os cânceres podem aparecer em regiões que não é possível reconhecer sozinho.

As recomendações básicas da SBD incluem:

Ao se expor ao sol, é importante a proteção mesmo em dias frios e nublados e manter-se hidratado;

Cobrir as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças;

Utilizar chapéus de abas largas, óculos de sol com proteção UV;

Evitar a exposição solar e permanecer na sombra nos horários de maior incidência solar, ou seja, das 9h às 15h;

Na praia ou em piscina e lagos, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material;

Usar filtros solares diariamente e não somente em horários de lazer ou de diversão;

Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar 30, no mínimo;

Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre;

Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses.

Dicas para uma proteção solar mais efetiva

A proteção solar adequada também previne a vermelhidão (eritema), a queimadura solar e o fotoenvelhecimento. O uso do protetor deve se tornar um hábito diário de cuidado pessoal. “O mercado dispõe de inúmeras opções para atender a preferência e a necessidade de cada consumidor. Inclusive produtos livres de sensorial oleoso, mais leves e agradáveis ao uso diário e com proteção altamente efetiva e de longa duração”, explica Vinicius Bim, especialista em inovação para produtos cosméticos da Basf. Seguem algumas dicas organizadas pelo especialista para uma proteção efetiva:

  1. Fator de proteção – Quanto maior o Fator de Proteção Solar, maior a chance de estar se protegendo adequadamente. A sensibilidade à radiação varia de acordo com os diferentes tipos de pele, mas o recomendado é que se use pelo menos o FPS 30 – principalmente para peles claras.
  1. Uso adequado – Os protetores começam a promover seu efeito imediatamente após a aplicação correta, mas a medida do fator de proteção solar considera como quantidade adequada a aplicação – que equivale a uma colher de chá aplicada sobre o rosto, por exemplo. Há estudos que indicam que, na prática, as pessoas usam a metade da quantidade que foi usada na realização dos testes. Isso reforça a importância de aplicar da forma mais uniforme possível, para garantir a proteção e evitar queimaduras e manchas na pele.
  2. É importante também seguir as informações que estão no rótulo do protetor. Na praia ou piscina, onde a incidência é mais direta e por um período maior, é preciso ficar atento à reaplicação, pois perdemos proteção pelo suor ou depois de um mergulho.
  1. Melhor produto – Há diversos produtos, formulações, texturas disponíveis no mercado, como géis, cremes, loções, sprays e os consumidores devem procurar protetores que tenham um sensorial prazeroso. Isso porque é fundamental que o usuário goste do produto e se sinta confortável para incluí-lo como parte dos hábitos diários de cuidado pessoal.
  1. Dias nublados – Mais de 80% da radiação ultravioleta (UVA) atravessa as nuvens. Portanto é necessário utilizar protetor solar mesmo em dias nublados, para proteger especialmente desse tipo de radiação que penetra mais profundamente na pele, causando o fotoenvelhecimento.
  1. Ambientes fechados – Vale ressaltar que o uso do fotoprotetor é importante mesmo dentro de ambientes fechados. Nesses locais estamos expostos, além dos raios UVA que atravessam os vidros das janelas e continuam agindo sobre nossa pele, também a fontes artificiais de luz que, emitem outras radiações, como luz visível, que contribuem para o fotoenvelhecimento.

Com Assessorias

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