Um dos maiores problemas da saúde mental é a depressão. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a quantidade de depressivos aumentou em 18% nos últimos dez anos e até 2020 esta será a doença mais incapacitante do mundo.

Segundo Andréa Chaves,  psicóloga especialista em saúde mental, os sinais psíquicos mais comuns são: humor depressivo (rebaixamento afetivo), redução da capacidade de experimentar prazer na maior parte das atividades, antes consideradas como agradáveis, fadiga ou sensação de perda de energia e diminuição da capacidade de pensar, de se concentrar ou de tomar decisões.

Além é claro dos sintomas fisiológicos, como alterações no sono, apetite e libido. “Há ainda mudanças de comportamento, como o retraimento social, crises de choro, comportamentos suicidas e retardo ou agitação psicomotora”, aponta.

Ela complementa que frente a todos estes sintomas, a depressão causa o isolamento social e coloca o indivíduo como vulnerável a padrões de julgamento muito comuns em nossa sociedade: “falta de fé” “falta de atitude” ” obrigação de reagir” etc. ” Isso piora e muito os sintomas e agrava o quadro”, ressalta.

Setembro foi escolhido para conscientizar a população para a prevenção do suicídio e a preservação da vida. Durante todo o mês, entidades de todo o mundo estampam luzes amarelas, um símbolo do Setembro Amarelo, campanha que surgiu em 2003, depois que um jovem americano cometeu suicídio. O caso tornou-se famoso mundialmente, assim como a campanha, que chegou ao Brasil em 2015, graças ao Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Para Andréa Chaves, é de fundamental importância debater sobre o suicídio e a saúde mental. “Assim geramos um processo de clarificação, onde as pessoas com acesso à informação podem buscar o conhecimento que precisam e desmistificar os mitos acerca do tema, aqueles famosos ditos populares ‘ah isso é frescura’, ‘é coisa de gente fraca’ e ainda ‘é coisa do diabo”, destaca.

Tire suas dúvidas

Pesquisas recentes mostram que a maioria das pessoas acredita que a depressão representa apenas um momento de tristeza e não uma doença. A falta de informação sobre a depressão prejudica o enfrentamento do problema, pois sem ajuda de um especialista não há diagnóstico e nem tratamento adequado, aumentando, assim, o risco de suicídio entre pessoas que sofrem do transtorno mental.

A psiquiatra Maria João Noronha, do CER Barra, unidade administrada pela RioSaúde, alerta que a depressão é uma doença séria e deve ser tratada. “É uma doença e não uma fraqueza moral. A conscientização sobre a doença reduz o estigma e aumenta a abertura das pessoas para buscar tratamento”, ressalta. Em entrevista, a psicóloga explica como se desenvolve a depressão e como se apresentam possíveis quadros suicidas.

Vida&Ação – Quais são os sintomas da depressão?

Dra. Maria João- Desânimo, perda do interesse em atividades que antes tinha prazer, dores e cansaço, alteração do sono, falta de apetite, irritabilidade e baixo limiar a frustrações são alguns dos sintomas mais observados e que devem servir de alerta.

Vida&Ação – Como  diferenciar tristeza da depressão?

Dra. Maria João – A tristeza ajuda na elaboração das perdas ou sofrimentos ocasionais, que com o tempo vão se atenuando.  Já a depressão é uma situação de adoecimento. É uma tristeza que não melhora e que vem antes mesmo de surgirem os motivos.

Vida&Ação – O uso de psicotrópicos e o medo da dependência afastam as pessoas do tratamento?

Dra. Maria João – Existe ainda preconceito em relação a busca de ajuda do psiquiatra e ao uso de medicações que agem no sistema nervoso central pelo medo da dependência, tolerância e efeitos colaterais.

Vida&Ação –   E como vencer o preconceito que ainda cerca essa doença?

Dra. Maria João – A depressão é uma doença e não fraqueza moral, muitas vezes é considerada como frescura e uma forma de chamar a atenção.  Mas é por estar deprimida é que a pessoa fica presa aos pensamentos negativos. A conscientização sobre a doença reduz o estigma e aumenta a abertura das pessoas para buscar tratamento.

Da Redação, com Assessorias

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