Em tempos de Covid-19, não se deve descuidar de uma doença milenar que afeta os pulmões e pode levar à morte. De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), um terço da população mundial está infectada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, agente causador da tuberculose, uma doença infecciosa, de evolução crônica que afeta principalmente os pulmões. A tuberculose tem cura e o tratamento tem duração mínima de seis meses.

Dia Nacional de Combate à Tuberculose, em 17 de novembro, tem como objetivo sensibilizar a população sobre a doença e alertar para a importância do tratamento precoce. É possível se tratar de graça pelo Sistema Único de Saúde (SUS), desde as tomadas de medicação até a realização de exames de controle que confirmem a cura.

Tosse persistente, perda de peso, febre vespertina, cansaço e suor noturno são os principais sintomas da doença. Contato direto com o paciente em ambiente fechado, com pouca ventilação e luminosidade, aumentam o risco de transmissão. Com diagnóstico precoce e início imediato no tratamento, é possível reduzir o tempo de contaminação.

O paciente inicia com a medicação regular e, geralmente, em até 20 dias não está mais transmitindo a tuberculose. Mas é fundamental concluir o tratamento que dura seis meses”, explica João Paulo Freitas, enfermeiro supervisor da Equipe de Vigilância em Saúde do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (Cejam).

Atualmente, as 30 Unidades Básicas de Saúde (UBS) administradas pelo Cejam, no Jardim Ângela e Capão Redondo, estão tratando 184 casos, sendo 64% pulmonares. Todos os serviços de saúde realizam busca ativa de pacientes sintomáticos respiratórios a fim de realizar o diagnóstico e iniciar o tratamento, o mais rápido possível, para obter o melhor resultado.

Novo teste de detecção da tuberculose é incorporado ao SUS

Apesar de ser uma bactéria predominantemente pulmonar, o bacilo pode alocar-se nos ossos, rins, membranas do cérebro, medula espinhal ou em qualquer outra parte do corpo humano. Contraída através das vias aéreas, é possível desenvolver a infecção em até dois anos após o contato com o agente infeccioso. A transmissão ocorre por via respiratória, por meio de gotículas produzidas pela tosse, fala ou espirro de pessoas contaminadas. Os principais sintomas são tosse repetitiva, febre, emagrecimento e suor.

O diagnóstico da tuberculose no SUS é feito por testes, exames de análise e radiografia de tórax. O exame de escarro detecta a presença do bacilo causador da doença. Os medicamentos usados para tratar a doença são a rifampicina, isoniazida, rifapentina, pirazinamida e etambutol. A vacina BCG também é utilizada como forma de prevenção.

Uma novidade anunciada esta semana é o teste de liberação interferon-gama que será incorporado ao SUS em até 180 dias. É o que prevê a portaria publicada no Diário Oficial da União, em 11 de novembro de 2020. Por meio dessa medida, os pacientes ganharão mais uma opção no combate à tuberculose.

Segundo a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde – Conitec, o novo método prevê o desenvolvimento da tuberculose ativa, amplia a orientação clínica para o diagnóstico e diminui o aumento no número de casos.

Atualmente, a metodologia utilizada no SUS é o tuberculínico PPD e ocorre em duas etapas: uma para aplicação do teste e outra para leitura e interpretação do resultado. Por interferon-gama, o processo será mais ágil. O paciente precisará se deslocar apenas uma vez ao laboratório.

Da Agência Saúde e Cejam

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