Colesterol ruim (LDL) é o principal responsável pelo infarto do miocárdio e uma das principais causas do AVC isquêmico
As doenças cardiovasculares são as mais comuns entre os brasileiros e, também, a principal causa de morte. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o percentual é maior que o de todos os cânceres juntos, problemas respiratórios, violência e acidentes de trânsito. Isso acontece porque as patologias do coração são muitas e afetam grande parte da população brasileira. Estima-se que, pelo menos, 400 mil pessoas venham a óbito por doenças cardiovasculares ao final de cada ano, o que significa uma morte a cada um minuto e meio.
Uma das principais causas de todos esses óbitos é o colesterol ruim (LDL) não controlado. No Brasil, o colesterol elevado atinge 40% da população adulta e o descontrole é um dos fatores de risco cardiovascular mais relevantes, podendo causar infarto, AVC e morte. Mais de um quarto das crianças e adolescentes brasileiros (27,4%) têm colesterol alto e 19,2%, 1 em cada 5, alteração no LDL, também conhecido como “colesterol ruim”. Os dados são de uma pesquisa inédita no mundo sobre a percepção de pacientes que vivem com colesterol elevado.
A pesquisa da organização internacional Global Heart Hub, em parceria com o Instituto Lado a Lado pela Vida. envolveu pacientes do Brasil, Estados Unidos e Austrália que tiveram o diagnóstico de colesterol alto há pelo menos dois anos. A doença vascular aterosclerótica (ASCVD) afeta mais de 500 milhões de pessoas no mundo, sendo responsável por 85% das mortes por doenças cardiovasculares no mundo – aproximadamente 19 milhões de mortes por ano. Ela é e continua sendo uma doença que cresce significativamente em escala global e uma de suas principais causas é o colesterol elevado.
Entre as descobertas dos pacientes do Brasil está que apenas metade dos brasileiros fez mudanças no estilo de vida após o diagnóstico do colesterol alto e tem conhecimento sobre a correlação desta condição com as doenças cardíacas.
“A pesquisa irá auxiliar e muito neste momento em que estamos discutindo uma nova política nacional para prevenção, controle e combate às doenças cardiovasculares, assim como fizemos com as doenças oncológicas”, afirma.
O Instituto Lado a a Lado pela Vida é membro afiliado do Global Heart Hub, sendo o único representante do Brasil nesse grupo global que reúne centenas de entidades em todo o mundo que atuam na causa das doenças cardiovasculares. “Participar desse estudo representando o Brasil mostra o quanto o trabalho da nossa organização é reconhecido e que temos muito a contribuir com o País e impactar positivamente na saúde de tantos brasileiros”, diz Marlene.
Apesar de ser um dos termos mais populares quando se fala de saúde, o colesterol alto ainda é cercado por desconhecimento de grande parte da população brasileira. Uma pesquisa feita no final de 2022 pela Ipsos a pedido da Novartis revelou que 80% dos 1000 entrevistados dizem conhecer o termo “colesterol”, mas apenas 12% sabem, por exemplo, que o colesterol elevado (ou acima do ideal recomendado para o organismo) não gera sintomas aos paciente.
De encontro com esse dado, o colesterol ruim (LDL) acaba, na verdade, sendo uma das condições de saúde que menos preocupam os brasileiros, segundo a pesquisa Ipsos. O levantamento pediu aos entrevistados que ranqueassem, de acordo com nível de preocupação, algumas das doenças e condições clínicas mais comuns do dia a dia. Entre as doenças cardiovasculares e metabólicas, lideram o ranking infarto e AVC.
O colesterol ruim (LDL) e o coração
A mudança no estilo de vida, com adoção de dieta e atividade física regular, tem de fato um papel importante na redução do colesterol ruim (LDL), especialmente nos pacientes de baixo e médio risco cardiovascular. Mas a alimentação é responsável por cerca de apenas 25% do colesterol no sangue, então para pacientes de alto e muito alto risco cardiovascular, como aqueles que já tiveram infarto e AVC, essas medidas não são suficientes no controle do colesterol ruim (LDL).
Ainda assim, o levantamento da Ipsos mostra que 50% dos brasileiros acreditam que é possível controlá-lo sem medicação, mesmo quando um paciente se enquadra em um perfil considerado de alto ou muito alto risco. A alimentação (50%) e a eliminação da ingestão de alimentos gordurosos (58%) ainda aparecem, erroneamente, como as principais formas de cuidar do colesterol ruim (LDL).
O colesterol ruim (LDL), quando fora do nível ideal de acordo com o risco cardiovascular do paciente, é uma das principais causas de eventos cardiovasculares como infarto do miocárdio e AVC”, afirma Raul Santos, cardiologista do InCor-HCMFUSP, professor associado da Faculdade de Medicina da USP e ex-presidente da Sociedade Internacional de Aterosclerose (IAS).
Segundo ele, os pacientes que já sofreram infarto e AVC precisam reduzir o colesterol em pelo menos 50% e manter o colesterol ruim (LDL) sempre abaixo dos 50 mg/dL para diminuírem o risco de um novo infarto ou um novo AVC, e por isso, precisam tomar regularmente seus medicamentos, conforme a orientação do cardiologista“, conta Santos. Hoje, 92,6% dos pacientes que sofreram infarto não estão com o colesterol ruim (LDL) dentre desta meta.
O alto índice é refletido nos achados da Ipsos. A pesquisa traz o preocupante dado de que 68% desses pacientes de muito alto risco não sabem que precisam manter o colesterol ruim (LDL) abaixo dos 50mg/dL. Quando a amostra é ampliada e inclui os pacientes com colesterol elevado em geral, só 34% fazem uso de medicação para auxiliar na sua redução.
“É preciso que médicos e a população como um todo se unam para reiterar a importância de cuidar corretamente do colesterol, de levá-lo de fato a sério para combater tantas mortes que ocorrem ano após ano devido às doenças cardiovasculares”, reforça o médico. As doenças relacionadas ao colesterol ruim (LDL) elevado matam, todos os anos, mais do que todos os cânceres somadoscolesterol ruim (LDL) é o principal responsável pelo infarto do miocárdio e uma das principais causas do AVC isquêmico o Brasil: 49% Sudeste, 20% Nordeste, 17% Sul e 15% das regiões Centro-oeste e Norte.
Doenças cardiovasculares: causa número 1 de mortes no Brasil
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, aproximadamente 14 milhões de pessoas têm alguma doença no coração e 400 mil morrem por ano em decorrência destas enfermidades, o que corresponde a 30% de todas as mortes no país.
No Brasil, a incidência do diabetes afeta 9% da população e, entre pessoas acima de 18 anos, mais de 22% têm obesidade A obesidade é considerada um fator de risco importante para o desenvolvimento do diabetes tipo 2. O acúmulo de gordura, especialmente quando localizado no abdômen, pode ocasionar a resistência à insulina e, consequentemente, elevar os níveis de açúcar no sangue, o que é um dos principais marcadores do diabetes tipo 2. Além disso, a obesidade está associada diretamente a doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e ataques cardíacos.
O diabetes também amplia, de maneira significante, o risco de doenças cardiovasculares. Isso ocorre, pois os níveis elevados de glicose no sangue podem danificar os vasos sanguíneos e os nervos, tornando o sistema cardiovascular mais vulnerável. Ademais, os níveis anormais de lipídios no sangue, incluindo altos níveis de triglicerídeos e baixos níveis de lipoproteínas de alta densidade (HDL), também são fatores de risco para doenças cardíacas e podem estar presentes concomitantemente com diabetes e obesidade.
“As doenças cardiovasculares também podem agravar o diabetes, uma vez que prejudicam o suprimento de sangue para os órgãos e afetam a produção e regulação de insulina, assim como a obesidade também é fator de risco para o diabetes e doenças cardiovasculares. O fato de essas condições estarem intrinsicamente ligadas reforça a importância do acompanhamento profissional, independentemente, da enfermidade. Somente com um tratamento adequado e direcionado será possível minimizar ou reduzir o impacto dessas doenças na qualidade da vida dos pacientes”, explica a endocrinologista Priscilla Mattar, diretora médica da Novo Nordisk.
Nesse sentido, a especialista ressalta que cuidados básicos podem ser extremamente eficazes no controle dos fatores de risco, como, por exemplo, o monitoramento do peso, controle glicêmico e da pressão, estilo de vida saudável e acompanhamento médico regular.
“A obesidade, o diabetes e o coração têm uma relação estreita que precisa ser reforçada para que as pessoas se conscientizem e possam se prevenir. Optamos por levar a nossa ação deste ano para os aeroportos, para deixar clara a conexão entre as doenças e por acreditar no potencial desta mídia para alcançar o nosso público-alvo. Aproveitamos a iniciativa para não apenas espalhar as informações, mas também beneficiar uma instituição voltada às pessoas com cardiopatias”, explica Simone Tcherniakovsky, diretora sênior de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade na Novo Nordisk.
Campanha “Siga seu Coração”
Pelo 10º ano consecutivo, o Instituto Lado a Lado pela Vida ilumina o Cristo Redentor em vermelho no Dia Mundial do Coração, celebrado em 29 de setembro, a partir das 19h30, para chamar atenção para as doenças cardiológicas .A iluminação do monumentoafaz parte de uma estratégia de alerta que contempla uma forte campanha de engajamento nas redes sociais e em todos os canais do Instituto para uma maior visibilidade de uma doença que afeta milhares de brasileiros.
Durante o Setembro Vermelho, mês de conscientização das doenças cardiovasculares, o Instituto Lado a Lado Pela Vida também levanta esta bandeira por meio da campanha “Siga seu Coração”, criada em 2014 e que neste ano tem como foco “O que é silencioso não deixa de ser perigoso”, destacando que as doenças do coração, em muitos casos, desenvolvem-se de forma silenciosa e lenta, sem sinais evidentes.
De acordo com Marlene Oliveira, fundadora e presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, o paciente cardiovascular está no centro das discussões e ações do Instituto, pois, mesmo após o diagnóstico, as doenças cardiovasculares são frequentemente tratadas como condições rotineiras, o que leva o paciente a subestimar os riscos e a não encarar o problema com a seriedade que merece. “Promover o autoconhecimento e a educação sobre a saúde cardiovascular é crucial para que as pessoas compreendam que o silêncio ou controle dos sintomas não significa ausência de risco. Da mesma forma, é fundamental a luta por uma política nacional que priorize a saúde cardiovascular, permitindo que o paciente se reconheça e cuide de si adequadamente”, explica.
Importante ressaltar que a iluminação do Cristo Redentor é uma parceria firmada entre o Instituto Lado a Lado pela Vida e o Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, sendo o seu reitor Padre Omar, um conhecedor da seriedade do trabalho do Instituto Lado a Lado pela Vida em prol da saúde do coração.
Cristo Redentor iluminado em vermelho pelo Mês do Coração
Ação é uma parceria do Santuário Cristo Redentor com Pro Criança Cardíaca e faz parte do Setembro Vermelho
Em celebração ao Mês do Coração, nesse sábado, 28 de setembro, o símbolo do Brasil, monumento ao Cristo Redentor, será iluminado em vermelho, chamando atenção para a conscientização sobre a saúde cardiovascular e a importância de hábitos saudáveis. Numa parceria inédita entre o Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor e o Pro Criança Cardíaca – instituição não governamental que, há 28 anos, realiza tratamentos de crianças carentes com cardiopatias congênitas -, a ação faz parte do Setembro Vermelho, campanha global que visa prevenir doenças cardiovasculares e incentivar a população a realizar check-ups cardiológicos regularmente.
Ao longo de sua trajetória, o Pro Criança já atendeu mais de 16 mil crianças e impactou 156 mil pessoas por meio de aproximadamente 120 mil atendimentos, incluindo mais de 1.800 procedimentos, como cirurgias cardíacas e cateterismos. Mensalmente, são 240 crianças atendidas na sede da instituição, em Botafogo, com o apoio de uma equipe multidisciplinar altamente qualificada.
“O Pro Criança Cardíaca reforça seu compromisso com a saúde do coração, destacando a importância de cuidados preventivos e um estilo de vida saudável para evitar complicações cardíacas. A iluminação especial do símbolo da cidade será um marco de sensibilização, convidando a população a refletir sobre a prevenção de doenças cardiovasculares, que continuam sendo uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo, e a apoiarem a causa”, ressalta Rosa Celia, cardiologista e fundadora do Pro Criança.
Pro Criança Cardíaca
O Pro Criança nasce com o diferencial de ser a única instituição brasileira que presta atendimento cardiológico de ponta a ponta gratuitamente. Apenas quatro hospitais do SUS, no Rio de Janeiro, são habilitados para cirurgias cardiovasculares pediátricas, nenhum ligado ao Terceiro Setor.
A sede do Projeto fica em Botafogo, no Rio, assim como o Hospital Jutta Batista, fundado pela Dra. Rosa Celia, hoje arrendado pela Rede D’Or, que garante procedimentos de pacientes atendidos pelo Pro.
A instituição sem fins lucrativos, criada pela cardiologista Dra. Rosa Celia em 1996, nasce da dificuldade de a médica dizer não às famílias de cardiopatas de 0 a 18 anos em situação de vulnerabilidade socioeconômica que a procuravam no privado. O desejo de cuidar a fez viabilizar atendimento igualitário e digno, acesso universal e 100% gratuito à saúde de excelência, check-up cardiológico no diagnóstico e tratamento da cardiopatia; procedimento invasivo, garantindo qualidade de vida e apoio de equipe multidisciplinar.
Em 28 anos, já atendeu 16 mil crianças, impactou mais de 156mil pessoas e realizou aproximadamente 120 mil atendimentos, mais de 1.800 procedimentos como cirurgias cardíacas, cateterismos, diagnósticos, terapêuticos e ablações. Todo mês atende 240 crianças com a qualificada equipe multidisciplinar de cardiopediatras e de outras áreas.
Encerrou o ano de 2023 com recorde em número de novos pacientes que cresceu em 23%, mais de 256 famílias atendidas, superando 208 de 2022. O total de procedimentos invasivos foi o maior da história: de 113 para 119 cirurgias de alta complexidade, cateterismo, ablação e cirurgia odontológica. Superou em 600% a mais consultas psicológicas, 100% em dermatológicas, 34% em nutrição e em Serviço Social e 71% em ações pedagógicas.
Parte do objetivo do Pro Criança Cardíaca é aumentar acesso à rede estruturada de tratamento cardiológico e quer cuidar não só do coração, mas da diminuição de sequelas físicas e psicológicas, apoio familiar e melhoria na saúde mental; pensa fora do olhar médico usual, humanizando com total inserção social, fornece medicamentos, garante excelência no tratamento e sucesso contínuo no de alta complexidade.
Para mais informações sobre como ajudar a transformar vidas, acesse www.procrianca.org.br.