O Natal é sinônimo de mesa farta e reencontros, mas em 2025 o consumidor precisará de estratégia para não estourar o orçamento. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC/Fipe), a ceia deve registrar uma alta média de 4,5% este ano. Embora o aumento seja mais moderado que o do ano passado, o impacto nos itens importados e carnes tradicionais exige escolhas inteligentes.

Para ajudar as famílias a manterem a tradição sem abrir mão do sabor e da nutrição, especialistas como a nutricionista Camila Dornelles,  da UBS Jardim São Bento, gerenciada pelo Cejam em São Paulo, e o professor de gastronomia Eduardo Duó, do Centro Universitário de Brasília (CEUB), listam recomendações práticas para uma celebração inesquecível e barata na nossa série especial Fim de Ano no portal Vida e Ação, na seção Alimentação.

O segredo está no equilíbrio do prato

Para o professor Eduardo Duó, a composição ideal para uma ceia leve e de baixo custo começa pela proporção dos alimentos no prato. Ele sugere uma divisão estratégica que garante saciedade e economia:

  • 50% de begetais: Devem ocupar metade do prato. São mais baratos, ricos em fibras e garantem o colorido da festa.

  • 25% de carboidratos: Arroz ou batatas assadas são opções acessíveis.

  • 25% de proteínas: Foco em carnes de melhor digestibilidade, como frango ou peixe.

Substituições inteligentes: do prato principal à bebida

Trocar itens tradicionais por similares nacionais ou sazonais é a forma mais rápida de reduzir o valor final da nota fiscal. Confira as principais sugestões:

  • Proteínas: O tradicional peru pode dar lugar ao frango assado, que ganha sofisticação com ervas e especiarias. Já o tender pode ser substituído pelo lombo suíno, servido com molho de abacaxi.

  • Peixes: No lugar do bacalhau (quase sempre importado), utilize peixes brancos nacionais como merluza, pescada, corvina ou tilápia. Preparados com azeite, cebola e batatas, eles mantêm a essência da receita portuguesa.

  • Acompanhamentos: Substitua o arroz com amêndoas pelo arroz com amendoim torrado ou coco ralado fresco. O azeite caro pode ser trocado por óleos de soja ou canola em molhos e farofas.

  • Bebidas: Evite refrigerantes. Aposte em águas saborizadas (como a de casca de abacaxi com hortelã) ou chás gelados de casca de laranja com gengibre. Além de econômicas, são digestivas e refrescantes para o verão.

Aproveite o que a estação oferece

Alimentos da época são mais nutritivos e baratos. Em dezembro, as melhores opções de custo-benefício são:

Categoria Destaques da Estação
Frutas Abacaxi, manga, melancia, melão, caju e uvas nacionais.
Legumes Abóbora, abobrinha, batata, cenoura e vagem.
Verduras Alface, rúcula, repolho roxo e espinafre.

Dicas de ouro para o planejamento

  1. Lista antecipada: Nunca vá ao mercado sem uma lista definida. Isso evita compras por impulso.

  2. Locais de compra: Feiras livres e mercados de bairro costumam ter preços melhores para produtos frescos do que grandes redes de supermercados.

  3. Cálculo de porções: Evite o desperdício calculando a quantidade exata por pessoa.

  4. Sobremesas afetivas: A rabanada, feita com pão amanhecido, leite e ovos, continua sendo a opção mais barata, deliciosa e simbólica da data.

 

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84% dos brasileiros vão passar o Natal em casa com a família

Levantamento mostra divisão no horário da ceia, preferência por celebrar em família e forte influência do orçamento na compra de presentes

Os brasileiros devem priorizar o aconchego do lar neste fim de ano. Uma pesquisa realizada pela Ticket, marca da Edenred Brasil, revela que 84% dos entrevistados passarão a noite de Natal em casa, ao lado da família. O estudo ouviu 3.722 colaboradores de empresas de todo o país para entender como será a celebração e quais fatores influenciam os hábitos de consumo.

Os dados mostram também uma divisão significativa sobre o horário da ceia. Entre os participantes, 44% afirmam que costumam comer antes da meia-noite, enquanto 27% preferem manter a tradição de esperar o horário exato. O restante se divide entre petiscar antes ou adaptar o momento conforme a rotina familiar.

Para Lucas Roque, Diretor de Estratégia e Produtos da Ticket, o resultado reforça o caráter afetivo da data. “O brasileiro mantém um vínculo muito forte com o Natal. Estar em casa com a família segue como um dos rituais mais importantes, ao mesmo tempo em que cada um molda a celebração à sua realidade. As tradições permanecem, mas com mais flexibilidade”, afirma.

A troca de presentes também reflete comportamentos variados. Para 34% dos respondentes, o momento ideal continua sendo a meia-noite. Outros 48% dizem não seguir uma regra específica, e 18% preferem entregar ainda na véspera.

Quando o assunto é quem presentear, o orçamento se torna decisivo. Entre os entrevistados que responderam a essa pergunta, 38% pretendem comprar presentes apenas para familiares mais próximos. Já 32% afirmam que dependerá do orçamento disponível neste fim de ano. Para 4%, será o preço dos produtos que determinará a compra. Já 16% devem presentear todos os familiares, enquanto 10% não pretendem comprar presentes.

O valor investido por presente também varia bastante. A maior parte dos participantes (40%) planeja gastar até R$200. Logo depois aparecem aqueles que pretendem investir até R$ 400 (25%) e R$ 300 (15%). Há ainda um grupo que deve desembolsar valores mais altos, acima de R$500 (13%).

Celebrar o Natal em 2025 não precisa ser um peso nas finanças. Com planejamento e criatividade, é possível montar uma ceia que respeita o seu bolso e cuida da saúde da sua família.

Com Assessorias

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