Um fenômeno que tem ocorrido nos últimos anos, e que tem preocupado a comunidade médica e entre especialistas, é a alta incidência de tumores no aparelho digestivo, principalmente o aumento de câncer colorretal – o tipo que levou à morte a cantora Preta Gil, de 50 anos, e o ator Maurício Silveira, de 48.

O crescimento expressivo dos casos de câncer colorretal é um fato, inclusive em pessoas mais jovens. E esse fenômeno pode estar ligado diretamente aos hábitos alimentares modernos, incluindo o aumento de produtos ultraprocessados”, explica Ernesto Alarcon, cirurgião geral e especialista em videolaparoscopia.

É preciso considerar também o risco quem vem com o sedentarismo, obesidade, consumo de álcool e tabagismo também impactam negativamente, aumentando as chances do surgimento desses tumores. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), há uma previsão estimada em 46 mil novos casos de câncer colorretal anualmente no Brasil para esse ano, além do aumento de mortalidade para este e outros tipos de cânceres digestivos.

câncer de estômago, pâncreas, esôfago e fígado estão entre os tumores mais comuns, e a melhor defesa continua sendo a prevenção e o diagnóstico precoce. Exames como a colonoscopia e a pesquisa de sangue oculto nas fezes são exames essenciais para identificar o câncer colorretal de maneira precoce, e quando é tratado desde o início, as chances de cura chegam até 90%”, acrescenta o Dr. Alarcon.

Para a contenção do aumento dos casos, o Dr. Alarcon reforça a importância das campanhas preventivas para incentivar a adoção de hábitos saudáveis e o acesso a exames preventivos são essenciais para frear essa tendência.

A prevenção de tumores digestivos passa por hábitos de vida saudáveis, como:

– Evitar o consumo excessivo de álcool

– Manter uma dieta saudável, rica em fibras

– Reduzir alimentos ultraprocessados e praticar exercícios físicos.

Além disso, é fundamental buscar atendimento médico ao notar sintomas como dor abdominal frequente, sangramento nas fezes, perda de peso inexplicada ou alterações persistentes no hábito intestinal. Quanto mais cedo o problema for identificado, melhores são as chances de sucesso no tratamento. Não hesite em procurar ajuda se algo parecer fora do normal”, conclui o Dr. Alarcon.

Novas opções terapêuticas incluem imunoterapia e terapias-alvo

Novas alternativas estão surgindo. A ciência está apresentando abordagens terapêuticas promissoras, como a combinação de imunoterapia e terapias-alvo, que podem oferecer mais conforto e esperança para os pacientes, especialmente nos casos de tumores metastáticos ou avançados.

Estudos foram apresentados no encontro ASCO (American Society of Clinical Oncology) em 2024, sobre combinações terapêuticas e novas tecnologias, incluindo a Cart-T Cell que, mesmo sendo experimental, apresentou resultados positivos para o tratamento do câncer de fígado.

Com essas inovações o avanço no tratamento oncológico pode melhorar a sobrevida dos pacientes, e isso já é uma grande conquista – ressalta o Dr. Alarcon.

Medicina funcional e oncologia integrativa

Abordagens integrativas e funcionais mostram caminhos eficazes para reduzir riscos do câncer por meio do equilíbrio metabólico, alimentação natural e estilo de vida saudável

Diante de casos públicos recentes associados ao câncer colorretal, cresce o interesse da população por formas eficazes de se proteger. Nesse cenário, especialistas em saúde integrativa têm reforçado a importância de estratégias preventivas que vão além da genética.

A medicina funcional e integrativa surge como uma aliada importante para uma saúde mais consciente e preventiva. A medicina funcional atua justamente nessa raiz do problema: na prevenção. Ao melhorar esses parâmetros metabólicos, é possível reduzir de forma significativa a probabilidade de desenvolvimento de câncer”, diz Adriano Faustino, médico especializado em medicina funcional e oncologia integrativa.

Desenvolvedor do Protocolo C.A.U.S.A. – Câncer, Autocuidado, Unidade, Saúde e Ação, ele explica que o câncer é, cada vez mais, compreendido como uma doença metabólica — influenciada por fatores inflamatórios, oxidativos e desequilíbrios bioquímicos que podem ser modificados.

É importante entender que o risco de câncer não está determinado apenas pela herança genética. Alterações no metabolismo, marcadores de inflamação, estresse oxidativo e processos como a metilação também desempenham papéis fundamentais. E todos esses fatores podem ser equilibrados com mudanças no estilo de vida”, afirma o Dr. Adriano Faustino.

 

Um exemplo importante é o acompanhamento da homocisteína, uma substância associada não apenas ao câncer, mas também a doenças cardiovasculares como infarto e AVC. Além do cuidado bioquímico, o estilo de vida tem impacto direto na prevenção, especialmente quando se trata do câncer de intestino.

Alimentação saudável — rica em vegetais frescos, frutas, fibras e isenta de produtos ultraprocessados —, atividade física regular e níveis adequados de vitamina D são pilares fundamentais para manter o organismo em equilíbrio e menos suscetível ao surgimento de tumores.

São medidas naturais, acessíveis e cientificamente comprovadas. O mais importante é ter constância e acompanhamento individualizado. A prevenção precisa ser proativa”, reforça o Dr. Adriano Faustino.

Câncer colorretal em números, segundo o Inca

Dados atuais (2023–2025)

  • 45.630 casos novos por ano (Brasil)
  • Homens: 21.970 casos
  • Mulheres: 23.660 casos
  • 3º tipo de câncer mais comum (excluindo pele não melanoma)
  • Incidência: 21,1 casos a cada 100 mil habitantes

Projeções futuras

  • 2030: ~ 58.830 casos novos
  • 2040: ~ 71.050 casos novos
  • Crescimento de 21% em 10 anos

Com Assessorias

 

 

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