Pesquisas e experiências internacionais já confirmaram: o rastreio do câncer de pulmão salva vidas. Nos últimos anos, médicos, pacientes e a indústria têm pontuado a importância da criação de uma política nacional de rastreamento para pessoas com alto risco de desenvolver câncer de pulmão, capaz de ampliar o diagnóstico precoce e reduzir em cerca de 20% a mortalidade pela doença, segundo pesquisas internacionais.

Um novo estudo, que será apresentado em um dos mais importantes congressos médicos do país, acaba de demonstrar que o rastreio do câncer de pulmão também é custo-efetivo. A custo-efetividade é uma forma de avaliação econômica na qual são examinados os custos e a eficácia de programas ou tratamentos de saúde, sendo um método amplamente utilizado no contexto da saúde pública nacional.

Idealizado pelo Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT), pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT) e com apoio da farmacêutica Roche, o estudo teve como principal premissa investigar a viabilidade do rastreamento do câncer de pulmão de não pequenas células.

Este é o tipo mais comum da doença, em uma população de alto risco pré-definida, que consiste principalmente em fumantes e ex-fumantes com longo histórico de tabagismo, com entre 50 e 80 anos.

O rastreio pode ser realizado com a tomografia computadorizada de baixa dosagem de radiação a cada dois anos. Foi analisada a eficiência de custos no contexto de saúde pública brasileira, uma vez que não existe, até o momento, um programa ou protocolo pré-definidos de rastreamento no SUS”, afirma Clarissa Baldotto, presidente do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT) e uma das autoras do estudo.

É importante ressaltar o impacto da doença no Brasil e no mundo: trata-se de um dos tipos de câncer que mais matam e que é uma das principais causas de morte evitáveis. O caráter silencioso da doença, que não costuma apresentar sintomas nos estágios iniciais, dificulta o diagnóstico precoce.

Cerca de 90% dos casos de câncer de pulmão são diagnosticados nos estágios mais avançados ou metastáticos, em que o tratamento é mais difícil – um dos fatores que explica a alta letalidade.

São vários os tipos de câncer que não manifestam sintomas no começo; por isso, o rastreamento é a principal forma de ampliar o diagnóstico precoce – como é feito no câncer de mama com a mamografia, por exemplo”, afirma Michelle Fabiani França, líder médica da Roche Brasil.

O estudo “Custo-efetividade do rastreio do câncer de pulmão em uma população de alto risco no Brasil” será apresentado durante o Congresso da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), um dos mais importantes eventos que debatem a oncologia no país. A apresentação ocorre no dia 9 de novembro, a partir das 10h15, na área de exposição de pôsteres localizada no terceiro andar do Windsor Oceanico, no Rio de Janeiro.

“Humanização na era digital” será tema central do XXV Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

Evento reúne no Rio de Janeiro especialistas nacionais e internacionais para discutir as principais novidades no tratamento contra o câncer e o futuro da especialidade

A pesquisa é um dos principais focos do Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, que acontecerá de 7 a 9 de novembro na cidade do Rio de Janeiro. Maior evento de oncologia clínica do país, o Congresso que deu origem à SBOC e foi fundamental para fortalecer a prática dessa especialidade chega a sua 25ª edição, contemplando-se como o principal encontro de atualização profissional nos cuidados e tratamentos contra o câncer.

No congresso, serão apresentados os principais trabalhos científicos realizados por pesquisadores brasileiros e os vencedores do Fundo de Incentivo à Pesquisa promovido pela SBOC. Nessa edição, startups em inovação em saúde terão a oportunidade de apresentarem seus trabalhos. Ao todo, 430 palestrantes já confirmaram presença no Congresso SBOC 2024.

O evento espera a presença de mais de 3 mil médicos e outros profissionais da saúde de todas as regiões do Brasil e de mais de 10 países diferentes. Aproximadamente 430 palestrantes nacionais e 25 internacionais conduzirão cerca de 340 sessões científicas do evento.

É impossível negar que a tecnologia tem revolucionado a Medicina, mas nenhuma máquina ou computador conseguirá substituir o afago, o abraço e a troca de olhares de um profissional da saúde com seu paciente. A inovação e a humanização não têm sentidos opostos. Elas podem e devem ser complementares, e é justamente isso que pretende enfatizar o

Além de aulas, palestras, debates e workshops sobre as principais novidades das diferentes subespecialidades oncológicas, o Congresso SBOC tem sido fundamental para reflexões sobre as políticas públicas de enfrentamento do câncer no Brasil. Alguns temas que ganharão destaque do evento são: economia da saúde, oncologia no Sistema Único de Saúde (SUS), ética médica e, sobretudo, os avanços da tecnologia e da inteligência artificial na oncologia.

Temos o compromisso com a atualização científica e o fortalecimento da especialidade no Brasil e esses são os propósitos principais do nosso evento”, enfatiza a Presidente da SBOC, Anelisa Coutinho. “Estamos celebrando 25 anos do Congresso SBOC e, por isso, estamos preparando um evento especial e histórico”, acrescenta.

Presidente da Comissão Científica do Congresso, Aknar Calabrich explica que a escolha do tema central do evento se deu pela urgência de refletir na comunidade oncológica o avanço do uso da tecnologia na especialidade. “Os recursos tecnológicos vieram para ficar e, na maior parte dos casos, têm contribuído com a prática da Medicina, mas não podemos esquecer que o contato humano e a relação entre o médico e seu paciente continuarão sempre sendo fundamentais para o cuidado”, afirma.

Palestras com especialistas

O estande da Blanver receberá Stephen Stefani, oncologista clínico e professor da Fundação Universidade Unimed, para o lançamento de seu primeiro livro de crônicas, o “Saúde em Crônicas – Problemas médicos, impasses morais e dilemas sociais”. A obra reúne questões ligadas à complexidade do tratamento oncológico, com a perspectiva do paciente, os anseios de gestores da saúde e os desafios das políticas públicas do setor.

A farmacêutica também promove uma palestra com a oncologista clínica Susanne Crocamo, em programação paralela ao evento, para mais de 50 médicos residentes. Pesquisadora em câncer de mama no Hospital do Câncer III do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a especialista vai falar sobre o tratamento do câncer de mama avançado, desde o diagnóstico, com uma abordagem humanizada.

Serão exploradas questões como as toxicidades associadas ao bloqueio hormonal, e possíveis intervenções para focar na qualidade de vida. Também serão destacadas ações para melhorar a função cognitiva e a neuropatia periférica das pacientes, incluindo técnicas de mindfulness. A discussão incluirá casos clínicos e o uso da quimioterapia oral.

Considerado um dos principais evento da especialidade no Brasil, o Congresso SBOC acontece entre os dias 7 e 9 de novembro e deve receber mais de quatro mil participantes para uma série de palestras e área de exposição. Para mais informações sobre o 25º Congresso SBOC, acesse o portal da entidade: Link

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