Cerca de 250 milhões de pessoas no mundo sofrem com alergia a algum tipo de alimento, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). As mais comuns são em relação ao leite, ovos, amendoim, nozes, trigo, soja e frutos do mar.  As alergias alimentares vêm ganhando cada vez mais atenção entre pais e profissionais da saúde.  Embora muitas vezes confundidas, intolerância e alergia alimentares não são a mesma coisa e os sintomas também são diferentes.

As alergias costumam causar reações na pele, coceiras e até anafilaxia, tema da Semana Mundial de Alergia 2025, mesmo com o mínimo contato com o alérgeno. Já a intolerância aos alimentos pode provocar dor abdominal, gases e enjoos. A intensidade dos sintomas pode variar de acordo com a quantidade do alimento ingerido.

A alergia é uma reação do sistema imunológico, que pode desencadear sintomas imediatos e graves. A intolerância é uma resposta do sistema digestivo, geralmente relacionada à dificuldade em processar certos componentes, como lactose, glúten ou frutose”, explica Moacir Augusto Dias, gastroenterologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção).

De acordo com o médico, é  importante realizar exames para confirmar a existência de alergias ou intolerância alimentar, já que não existe medicamento específico de prevenção. A melhor conduta é estar atento aos rótulos dos produtos industrializados, além de evitar comidas responsáveis pela alergia.

Alergias alimentares na infância: como identificar, tratar e prevenir

Estima-se que entre 6% e 8% das crianças brasileiras com até 3 anos apresentam algum tipo de alergia alimentar, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Entre os principais gatilhos na infância estão alimentos como leite de vaca, ovo, soja, trigo, castanhas e frutos do mar.   Para a pediatra Mariana Bolonhezi, o aumento na prevalência de casos exige atenção especial desde a introdução alimentar e acompanhamento pediátrico próximo.

Segundo a especialista, existem três tipos principais de alergia alimentar na infância. A mais comum é a alergia imediata, mediada por imunoglobulina E (IgE), que provoca reações de poucos minutos até algumas horas após a ingestão do alimento. Os sintomas vão desde urticária e inchaço na pele até vômitos, chiado no peito e, em casos graves, anafilaxia – uma emergência médica.

Há ainda a alergia alimentar não mediada por IgE, mais frequente nas crianças, mas menos conhecida. Ela costuma se manifestar horas ou até dias após o consumo do alimento e está associada a sintomas como sangue ou muco nas fezes, refluxo severo, diarreia persistente e dermatite. O terceiro tipo é o misto, que reúne características das duas formas anteriores.

A introdução alimentar é uma fase crucial. Se após a ingestão de um novo alimento a criança apresentar vermelhidão, coceira, vômito ou alterações intestinais, os pais devem procurar o pediatra para investigação. Em muitos casos, optamos por excluir temporariamente o alimento e, mais tarde, fazer um teste de provocação oral, sempre com supervisão médica”, explica a médica.

A Dra. Mariana destaca ainda a importância da janela imunológica, período entre 6 e 12 meses de vida. “Nesse intervalo, a introdução controlada e orientada de alimentos potencialmente alergênicos pode ajudar o organismo da criança a desenvolver tolerância, o que diminui o risco de alergias futuras”, orienta.

Como evitar alergia alimentar comendo fora de casa?

Com o acompanhamento adequado e um olhar atento dos pais, é possível identificar precocemente sinais de alergia alimentar, evitando agravamentos e promovendo qualidade de vida desde os primeiros anos.

Estudos apontam que 7 em cada 10 reações alérgicas graves ocorrem quando pessoas se alimentam fora de casa. Os alimentos mais envolvidos nas alergias alimentares são: leite de vaca, ovo, amendoim, castanhas, peixes, camarão e crustáceos, soja, trigo e gergelim. Entretanto, qualquer alimento pode causar alergia.

Para apoiar restaurantes a oferecer um atendimento mais seguro, consciente e acolhedor a pacientes com alergia alimentar, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) lança o Guia Prático para Restaurantes: Como Lidar com Alergia Alimentar”.

No Guia são abordados tópicos como:

·       Como treinar sua equipe para prevenir reações alérgicas;

·       Como evitar o contato cruzado na cozinha;

·       Como se comunicar com clareza com os clientes;

·       O que fazer em caso de emergência.

Com Assessorias

 

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