Em 2024, o Brasil alcançou um recorde histórico de transplantes, com mais de 30 mil procedimentos, representando um crescimento de 18% em relação a 2022. Somente no primeiro semestre de 2023, foram registrados mais de 1.900 doadores efetivos, o maior número da última década, possibilitando a realização de mais de 4.300 transplantes de órgãos sólidos.

Houve crescimento expressivo em diversas modalidades: 30% em transplantes de pâncreas, 20% de rins, 16% de coração e 9% de fígado. Os transplantes de córnea também aumentaram em 15%, com 7.810 procedimentos, e os de medula óssea chegaram a 1.838, um crescimento de 6%.

Apesar disso, atualmente, segundo dados do relatório trimestral  da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), cerca de 72 mil pessoas estão na fila de espera por algum tipo de transplante. Desses, aproximadamente 31 mil pessoas aguardam por um transplante de córnea no Brasil.

A recusa de famílias pela doação de órgão de um ente querido está entre as principais razões pela longa fila de espera. Em média, 45% de potenciais doadores notificados não são autorizados pelas famílias. Na maioria dos casos, é o desconhecimento sobre o processo a principal razão da negativa.

Para mudar esse cenário e disseminar o ato de solidariedade que representa cada vida salva com um transplante, uma série de ações marca o Setembro Verde – o mês nacional dedicado à conscientização sobre a doação de órgãos, instituído para intensificar o debate, estimular o diálogo e romper mitos. Ele se associa ao Dia Nacional da Doação de Órgãos (27/9).

Cristo Redentor será iluminado em verde e receberá projeção especial

Missa marca a data com fé, gratidão e homenagem à generosidade dos doadores

Em um gesto simbólico que une ciência, fé e solidariedade, o Santuário Cristo Redentor receberá uma Celebração Eucarística em homenagem à data. A missa será realizada nessa sexta-feira, 26 de setembro, a partir das 20h30, e é realizada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), junto ao Consórcio Cristo Sustentável.

A celebração ocorre aos pés de um dos maiores símbolos nacionais de esperança e compaixão, marcando um momento de reconhecimento à generosidade dos doadores e aos avanços da ciência no campo dos transplantes.

Logo após a Missa, o monumento  será iluminado em verde e receberá uma projeção especial em alusão à campanha nacional de conscientização sobre a doação de órgãos. O momento solene será dedicado à reflexão, gratidão e reconhecimento à generosidade dos doadores e ao papel fundamental da ciência, da inovação e do Sistema Único de Saúde (SUS) no avanço dos transplantes no país.

A ciência tem sido essencial para o avanço dos transplantes no Brasil. A pesquisa e a inovação possibilitam salvar vidas e melhorar a qualidade de vida de milhares de pessoas. Esta celebração é um tributo à vida e ao poder transformador da generosidade humana”, destacou a presidente da FAPERJ, Caroline Alves.

Para o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Anderson Moraes, o momento representa a união entre fé, solidariedade e ciência. “Reunir pessoas no Cristo Redentor para homenagear doadores e profissionais da saúde é uma forma simbólica e poderosa de mostrar que a ciência caminha junto com o amor ao próximo. Celebramos o que há de mais nobre: doar para salvar vidas.”

A celebração contará com a presença de profissionais da saúde, pesquisadores, representantes de associações de pacientes transplantados, familiares de doadores e beneficiários de transplantes.

Em parceria com o Consórcio Cristo Sustentável, a FAPERJ também vai apoiar o Centro de Acolhimento à Mulher Nossa Senhora do Parto, iniciativa do Consórcio localizada na Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro, no Centro do Rio, que acolhe e oferece suporte a mulheres, gestantes e puérperas em situação de vulnerabilidade social, a partir dos 14 anos.

Entrada gratuita no Museu do Amanhã para sensibilizar novos doadores

Hospitais da Rede D’Or promovem ação de conscientização sobre doação de órgãos

Também no Rio de Janeiro, a entrada do Museu do Amanhã será gratuita nesta sexta-feira (16), Dia Nacional da Doação de Órgãos. Em frente ao museu, das 10h às 18h, haverá uma equipe preparada para tirar dúvidas sobre como manifestar a vontade de ser um doador. Em paralelo, também serão distribuídos panfletos explicativos, além de botons.

A iniciativa faz parte de uma série de ações que a Rede D’Or tem promovido pelo Setembro Verde, mês em que se celebra o ato de solidariedade que representa a doação de órgão.  Os diretores das unidades, ao lado das equipes responsáveis pela notificação de possíveis doadores, vão atuar como “embaixadores”, esclarecendo dúvidas e explicando como funciona todo o processo. Entre as dúvidas mais comuns estão como ocorre a definição de prioridade na fila de espera e as condições para ser um doador.

Um dos objetivos é justamente sensibilizar a sociedade para aumentar a taxa de autorização de doação de órgãos. Por isso foi criada uma ferramenta digital, disponível no site da Rede D’Or, para que as pessoas enviem mensagens a seus familiares, através do whatsapp, informando sua vontade de ser doador. Em média, 45% de potenciais doadores notificados não são autorizados pelas famílias.  A iniciativa vai contar com a presença do Eduardo Fontena, um dos principais cirurgiões de transplante de pulmão do país.

CEO de hospitais da Rede D’Or, Rodrigo Gavina ressalta que é fundamental a mobilização da sociedade, pois cada doação é a possibilidade de salvar mais de uma vida. “Esse é um tema que a Rede D’Or tem se dedicado cada vez mais, para diminuir o sofrimento de pacientes e familiares que aguardam na fila para receber um órgão”, relata. Ele relembra que, na última semana, outras duas ações foram realizadas.

Além de se informar do que precisa fazer para se declarar um doador, quem for à Praça Mauá na sexta também terá a oportunidade de ver as quatro exposições temporárias em cartaz no Museu do Amanhã – “Água Pantanal Fogo”, “Claudia Andujar e seu Universo”, “Tromba D’Água” e “Carne da Terra” –, além da exposição permanente “Do Cosmo a Nós”. “Somos um dos apoiadores do Museu e sabemos da importância de abraçar projetos culturais, pois o lazer contribuiu para a saúde mental e física”, destaca Gavina.

No último domingo (21), houve uma blitz educativa na praia da Barra da Tijuca para levar informação à sociedade. Um dos principais temas abordados foi justamente a doação de córneas.  Equipes dos hospitais Barra D’Or, Rio Barra, Rios D’Or, Oeste D’Or e Bangu participaram de uma ação para conscientização sobre a importância da doação de órgãos e tecidos.

Foram distribuídos flyers explicativos, além de leques e laços verdes. A cor faz referência ao Setembro Verde, mês em que se celebra o ato de solidariedade que representa cada órgão doado.  Na terça-feira foi realizada, pelo quarto ano seguido, uma caminhada com pacientes transplantados na Quinta da Boa Vista

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APAR-SC mobiliza Florianópolis em ação pela doação de órgãos

Em alusão ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, evento neste sábado (27) no Floripa Shopping tem exames, orientação e incentivo ao diálogo sobre doação

Profissionais de saúde estarão reunidos para transmitir orientações ao público (Foto: Divulgação)

O Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado em 27 de setembro, ganha um significado especial com a iniciativa da Associação dos Pacientes Renais de Santa Catarina (APAR-SC). Uma ação alusiva ao Setembro Verde também marca a data neste sábado, dia 27 de setembro, no piso L1 do Floripa Shopping, em frente ao supermercado Imperatriz.

A ação tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância de se declarar um doador. A iniciativa reúne atividades de saúde, orientação e sensibilização com o objetivo de fortalecer a cultura da doação e aproximar as pessoas dos temas da saúde renal e transplantação.

Das 10h às 17h, o público pode ter acesso de forma gratuita a aferição da pressão arterial, teste de glicemia capilar, teste rápido de creatina e também será orientado por uma equipe de especialistas da APAR-SC, que estará no local para conversar e tirar dúvidas.

Esses momentos são de extrema importância para chamarmos a atenção das pessoas sobre um assunto tão sério e que pode salvar vidas. Queremos não apenas alertar, mas informar, inspirar famílias e as gerações mais novas que estarão no shopping passeando”, destaca o presidente da Associação, Humberto Mendes. “Venha fazer o exame, conversar conosco. Se decidir ser doador, fale com sua família, porque muitas vezes a autorização final depende deles. Esse diálogo é o primeiro passo para transformar estatística em esperança concreta”, ressalta Mendes.

Segundo ele, a ação promovida vai além da prestação de serviços. “Sabemos que, em Santa Catarina, alcançamos índices de doação elevados, mas ainda há muitas famílias que não se sentem preparadas para dizer sim a este ato. Nossa missão é oferecer informação, acolhimento e confiança para que cada pessoa entenda que ser doador é perpetuar a vida”, ressalta.

Desde sua fundação, a APAR-SC atua na defesa dos pacientes com doença renal crônica, promovendo prevenção, orientação e suporte para pessoas em tratamento dialítico, além de campanhas para ampliar o entendimento da sociedade sobre a doação de órgãos e dar visibilidade à necessidade de transplantes. Ao valorizar a troca de conhecimento e ações de conscientização, a APAR evidencia como o gesto da doação consciente pode transformar vidas e dar esperança.

Ação é promovida pela APAR-SC e totalmente gratuita (Foto: Divulgação)

Doações de órgãos no Brasil

Santa Catarina é referência nacional no assunto. No primeiro semestre de 2025, o Estado registrou 42,4 doadores por milhão de habitantes, liderando o ranking brasileiro, e manteve o índice de recusa familiar em 28,4%, bem abaixo da média nacional de 45%, segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).

Entre janeiro e julho, a Central Estadual de Transplantes, ligada à Secretaria de Estado de Saúde (SES), registrou 450 notificações de potenciais doadores, das quais 207 se tornaram doadores efetivos, garantindo uma taxa de 52,3 por milhão de habitantes nos casos de morte encefálica.

Já no ano passado, mais de 1.100 transplantes foram realizados no Estado, de acordo com o Ministério da Saúde, o que contribuiu para que o Brasil atingisse recorde histórico de procedimentos, com mais de quatro mil doadores efetivos em todo o país. Ainda assim, cerca de 1.500 catarinenses seguem na fila de espera do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo 962 para rim, 533 para córnea e 58 para fígado.

Com Assessorias

 

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