Neste mês de abril, a Ação da Cidadania – projeto idealizado pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, para combater a fome no Brasil -completa 28 anos de trabalho. Desde o início já foram atendidos mais de 22 milhões de brasileiros com mais de 45 mil toneladas de alimentos, o que equivale a 225 milhões de pratos de comida. No ano passado, em plena pandemia do novo coronavírus, a Ação da Cidadania comprava e distribuía perto de 80 mil cestas por mês.

Mas a realidade mudou no momento em que a população mais precisa mudou. As doações despencaram e a ONG agora só consegue distribuir 8 mil, apenas 10%. Desde o ano passado a ONG vem fazendo ações para mobilizar o setor empresarial a contribuir com a causa. Em 2020, arrecadou o suficiente para 10 mil toneladas de alimentos, que apoiaram quase 4 milhões de pessoas em todos os estados.

Para isso, foi criado um site exclusivo (https://www.brasilsemfome.org.br/) para o recolhimento das doações e sem pontos fixos de coleta, por conta da pandemia.  Lançada em fevereiro, a Campanha do Brasil Sem Fome, até o momento, já auxiliou mais 48.000 brasileiros e brasileiras, distribuindo mais 12 mil cestas. A nova campanha seguirá de forma contínua até julho, com apoio da Rede Brasil do Pacto Global, programa da ONU que promove os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) entre as empresas.

‘Tem Gente Com Fome’ ganha apoio do Twitter

A campanha de apoio humanitário “Tem Gente Com Fome” foi criada em meio à pandemia a fim de arrecadar alimentos em cestas básicas para entregar a famílias em todas as regiões do Brasil e já conta com o apoio de diversos doadores, incluindo o Twitter. Além de doar 100 mil dólares, a empresa global também contribuirá com créditos em publicidade para ampliar a campanha na plataforma.

Lançada em 16 de março de 2021, a iniciativa nacional de arrecadação de fundos para ações emergenciais de enfrentamento à fome, à miséria e à violência na pandemia de Covid-19 é coordenada pela Coalizão Negra por Direitos Grupo Prerrogativas, Anistia Internacional, Oxfam Brasil, Redes da Maré, Ação Brasileira de Combate às Desigualdades, 342 Artes, Nossas – Rede de Ativismo Instituto Ethos Orgânico Solidário e tem como objetivo principal arrecadar alimentos para entregar a 222.895 famílias mapeadas pelas organizações e redes que coordenam a ação.

A doação do Twitter se dá por meio do seu programa global de filantropia corporativa, Twitter For Good, que apoia ações com impacto positivo nos países em que atua. O valor corresponde a cerca de 560 mil reais e ajudará na compra de cestas básicas e produtos de limpeza e higiene da campanha humanitária. Além disso, a empresa também abriu uma campanha interna e dobrará o valor doado por seus funcionários.

Todas as doações serão revertidas em alimentos, produtos de higiene e produtos de limpeza. Para doar, basta acessar temgentecomfome.com.br 

PUC-Rio arrecada doações para moradores da Rocinha

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro se uniu à Rocinha na campanha “Elo PUC-Rio & Rocinha contra a pandemia”, com o objetivo de amenizar os impactos da crise causada pela Covid-19. Em parceria com coletivos da comunidade, a universidade vai arrecadar fundos para o combate à fome e a outras dificuldades impostas a essa população pelo contexto atual. As doações podem ser feitas até 30 de junho. Para doar acesse o link.

As arrecadações em dinheiro serão utilizadas para a compra de cartões alimentação, cestas básicas e kits de higiene, que serão distribuídos às famílias da Rocinha em situação de risco e vulnerabilidade social, segundo critérios socioeconômicos, e priorizando, sobretudo, mulheres chefes de família, deficientes, crianças e idosos.

A aquisição das doações será realizada por intermédio da Vice-Reitoria para Assuntos Comunitários da PUC-Rio, por sua Coordenação de Extensão e Ação Comunitária, e distribuídas com o apoio dos coletivos Tmj Rocinha, A Rocinha Resiste, Pré Vestibular Só Cria, AMA São Conrado e AMA Gávea, que já possuem ampla experiência de atuação na Rocinha nesse contexto de pandemia desde março de 2020.

Instituto de Medicina e Cidadania lança nova campanha

O Instituto de Medicina e Cidadania (IMC), que atua com profissionais voluntários na área da saúde nas comunidades do Morro Azul, no Flamengo; Parque da Cidade, na Gávea e Tavares Bastos, no Catete, lança uma nova campanha de doação. O objetivo é conseguir continuar comprando cestas básicas para as famílias das comunidades em que atua.

O tema da campanha destaca a fome que aumentou muito na pandemia e da necessidade das pessoas doarem para levar comida nos pratos vazios. Na última campanha finalizada em março, o IMC conseguir distribuir 150 cestas básicas para as três comunidades.

No ano de 2020, mais de mil famílias das comunidades do Morro Azul, na Gloria, Parque da Cidade, na Gávea e Tavares Bastos, no Catete, foram beneficiadas com cestas básicas através das campanhas de doação realizadas pelo IMC.

Para doar basta fazer um depósito na conta do Instituto de Medicina e Cidadania: Santander – agência 3728 – conta: 13002497-8. PIX: saudeimc@gmail.com. Ou acesse a campanha no site da Vakinha. www.medicinaecidadania.org.br

Ação social no Jardim Gramacho – Em comemoração aos 7 anos de fundação, o escritório Costa Marfori Advogados participa de ação de solidária e doará 250 latas de leite em pó para a ONG Corrente Pelo Bem. A ação social ocorre neste domingo (10/4) e tem como objetivo auxiliar famílias em situação de baixa renda do Jardim Gramacho, em Duque de Caxias (RJ), a alimentarem suas crianças. Para quem deseja fazer doações a esse projeto, basta acessar o Instagram da ONG Corrente Pelo Bem e saber mais detalhes de como proceder.

Brasil de volta ao mapa da fome

Pesquisas recentes apontam que 63 milhões de brasileiros passaram a viver abaixo da linha da pobreza.  Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), 2017-2018, divulgada pelo IBGE apontou que mais de 10,3 milhões de pessoas já vivem em domicílios nos quais houve privação severa de alimentos.

Desde o ano passado, o Brasil já dava indícios que voltaria a fazer parte do Mapa da Fome. Dos 68,9 milhões de domicílios no Brasil, 36,7% estavam com algum grau de insegurança alimentar, atingindo 84,9 milhões de pessoas. A prevalência nacional de segurança alimentar caiu para 63,3%, em 2017-2018, alcançando seu patamar mais baixo.

Com assessorias (atualizado em 12/4/21)

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