O Dia Nacional do Farmacêutico é comemorado em 20 de janeiro, data que tem como referência a fundação, no ano de 1916, da Associação Brasileira de Farmacêuticos (ABF), que na época era a maior instituição representativa da categoria no país. O objetivo da celebração é alcançar maior visibilidade e reconhecimento para a categoria.

Profissional capacitado para atuar em diversas áreas, o farmacêutico tem importância fundamental na promoção da saúde e bem-estar da população. Com presença de destaque na indústria farmacêutica, em programas de educação de saúde, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e farmácias, é ele quem garante o acesso e orientação para o uso correto dos medicamentos.

“O farmacêutico é um profissional de suma importância, seja orientando a população em relação a doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, e também ao uso correto de medicamentos de modo geral”, explica Liberato Brum Júnior, gerente de Inovação e Pesquisa Clínica da farmacêutica Prati-Donaduzzi, com sede em Toledo (PR).

Além disso, o farmacêutico é primordial na conscientização contra a automedicação, um dos maiores riscos à saúde das pessoas.

“Ele é o profissional habilitado para mitigar este problema, através do aconselhamento aos pacientes, orientando-os sobre o uso correto dos medicamentos, visando melhorar os efeitos terapêuticos e também reduzir a probabilidade de eventos adversos e toxicidade. Em outras palavras, o farmacêutico é uma fonte confiável de conhecimento e aconselhamento para pacientes e também para outros profissionais de saúde”, explica o gerente da Prati-Donaduzzi.

Novos desafios com a pandemia

Nos últimos dois anos, em função dos efeitos da pandemia da Covid-19, ocorreram mudanças em hábitos de consumo em diversos setores da economia. O mesmo aconteceu no setor farmacêutico.

“Tivemos mudanças no comportamento de compra de medicamentos e produtos para a saúde e também um aumento do número de ‘desinformações no mercado’. Nesse sentido, a capacitação técnica do farmacêutico se tornou ainda mais importante, pois o período exigiu desse profissional maiores ações de educação em saúde e atenção farmacêutica”, afirma Liberato Brum Júnior.

Em contrapartida, a pandemia acabou impondo um aumento na utilização de plataformas online, o que impactou na função do profissional de farmácia.

“Isso permitiu acesso a outras empresas, fornecedores, clientes de forma mais rápida. Várias atividades têm potencial de serem desenvolvidas na modalidade remota, contribuindo ainda mais para que o farmacêutico assuma a sua posição estratégica nos serviços de saúde”, diz o gerente da Prati-Donaduzzi.

Atuação em 15 especialidades diferentes

Engana-se quem pensa que o farmacêutico é o profissional que atua apenas do outro lado do balcão das farmácias, apesar de essa ser uma atividade muito importante desenvolvida por esses profissionais. As funções do farmacêutico vão muito além dos balcões das farmácias.

Na indústria farmacêutica, conforme Resolução Nº 734/2022 do Conselho Federal de Farmácia, é de competência privativa do farmacêutico toda a responsabilidade e gestão do processo de fabricação e procedimentos para autorização e manutenção dos medicamentos.

“Nesse contexto, o farmacêutico atua em diversas etapas, como por exemplo, aquisição de matérias primas, produção de medicamentos, controle de qualidade, pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, garantia da qualidade, assuntos regulatórios e a farmacovigilância, entre outros. Desta forma, ele é o especialista que assegura o acesso dos pacientes a medicamentos que tenham segurança e eficácia terapêutica”, diz Brum Junior.

A EMS, por exemplo, maior laboratório farmacêutico no Brasil, conta com 849 colaboradores com essa formação, o que representa cerca de 15% do total de empregados da companhia. Esses profissionais possuem 15 diferentes tipos de especialidades, o que mostra a sua grande diversidade de atuação.

Especialmente na indústria farmacêutica, portanto, eles podem fazer parte de departamentos como Assuntos Regulatórios, Tecnologia Farmacêutica, Tecnologia Analítica, Controle e Garantia da Qualidade, Farmacovigilância, Pesquisa e Desenvolvimento, Novos Negócios e Pesquisa Clínica.

Sua atuação é fundamental para os processos fabris, análise de matéria-prima e produtos acabados, boas práticas de fabricação, além de processos e gerenciamento de auditorias obrigatórias por lei. Tudo para que os medicamentos disponibilizados no mercado tenham alta qualidade, segurança e eficácia.

Beatriz Pompeu, por exemplo, é uma das farmacêuticas colaboradoras da EMS, e trabalha na sede de Hortolândia (SP). Formada em Ciências Farmacêuticas com especialidade em Farmácia Industrial e também em Gestão da Qualidade, a profissional atua na empresa desde 2001, sendo a maior parte desse período na área de Assuntos Regulatórios, função cada vez mais estratégica para alavancar os negócios da companhia.

Atualmente, Beatriz é responsável pela Diretoria de uma área de registro de novos produtos e manutenção de portfólio, e que possui ainda os departamentos de Vigilância Sanitária, SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor), Estudos Econômicos e Inteligência Regulatória. No seu dia a dia, Beatriz interage com órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“A Covid-19 possibilitou, ainda mais, demonstrar uma parte da importância e do papel do profissional de regulatório para a população brasileira. O impacto da aprovação da vacina sendo transmitida em rede nacional mostrou o que é o trabalho de um farmacêutico na aprovação de medicamentos”, afirma.

Digitalização agiliza trabalho regulatório

A farmacêutica da EMS conta que, há alguns anos, o seu trabalho era bastante diferente do de hoje. “Trabalhávamos com pilhas e pilhas de papel. Um dossiê de registro poderia ter mais de 10 mil páginas. Hoje, com o auxílio da tecnologia, a grande maioria das submissões de registros, de pós-registros, envio de informações para Anvisa ocorre de modo eletrônico”.

Segundo ela, isso facilitou muito o dia a dia do profissional da área regulatória, assim como, a possibilidade de realização de reuniões com a Anvisa e entidades farmacêuticas de forma virtual. “Temos ainda que monitorar o ambiente regulatório para verificar as melhores práticas para que cada vez mais cheguem produtos com qualidade, segurança e eficácia para garantir acesso à saúde para a população”, conta.

O interesse de Beatriz pela profissão surgiu ainda na infância. Sua mãe trabalhou em uma farmácia na cidade de Amparo, na região de Campinas, por mais de 30 anos.

“Tive a oportunidade de acompanhar um pouco da rotina do balcão, da manipulação, da vivência de uma farmácia. Na época do vestibular, tive um dilema entre ser advogada ou farmacêutica e acabei optando pelo curso de Farmácia. Antes de terminar a especialização em Farmácia Industrial, tive que fazer estágio obrigatório e foi desse modo que acabei buscando oportunidade e entrando, em 1999, em uma indústria farmacêutica na área de assuntos regulatórios.”

Para quem acha que o trabalho na área regulatória deve ser bastante burocrático, Beatriz faz uma ressalva. “Muitos acham que se trata de uma área em que o profissional só vai ler e montar dossiê, ou seja, juntar papel. Mas não é bem assim. Dentro da área regulatória, temos que pensar em estratégias para cumprimento das normas e prazos”.

Para mim, é uma área apaixonante, pois você tem a oportunidade de interagir com os diversos departamentos da empresa, como Pesquisa e Desenvolvimento, Operações, Garantia da Qualidade, área Médica, de Marketing e Vendas, em que os farmacêuticos estão presentes também”, explica.

Farmacoeconomia reduz gastos de mais de R$10 milhões

O profissional farmacêutico é essencial no cuidado do paciente e diretamente ligado à melhora no desfecho clínico e também na economia por meio do uso racional dos medicamentos. A farmacoeconomia é um estudo realizado com os recursos da saúde, como medicamentos e insumos, com o objetivo de aliar qualidade do tratamento e redução de custos e desperdícios.

Com a implementação de projetos de farmacoeconomia a Pró-Saúde, uma das maiores entidades filantrópicas de gestão hospitalar do país, economizou mais de R$ 10,7 milhões, apenas nos últimos três anos, na área de assistência farmacêutica, ao desenvolver projetos voltados para o uso racional de medicamentos.

Na entidade, as análises de custo passaram a ser prática constante, onde a atuação do farmacêutico proporcionou ótimos resultados.

“Em um setor altamente pressionado e com escassez de recursos financeiros como é o da saúde, aplicar uma visão estratégica para diferentes setores dentro de uma unidade hospitalar é essencial para a sustentabilidade do negócio”, destaca Fernando Paragó, diretor Corporativo Médico da Pró-Saúde.

Os resultados da entidade, com presença em todas as regiões do país, desde os grandes centros urbanos, até localidades remotas em meio à floresta Amazônica, englobam o período de pandemia da covid-19, entre os anos de 2020 e 2022, quando medicamentos e equipamentos de proteção individual sofriam altas de até 1000%, impactando significativamente o mercado mundial.

Em 2020, aproximadamente, R$ 3 milhões foram poupados por meio da farmacoeconomia. Já em 2021, ápice da crise sanitária mundial e gerenciando mais de 30 unidades em todo o país, a entidade chegou à marca de R$ 4,5 milhões, seguido de R$ 3,2 milhões no ano passado.

“Até pouco tempo atrás, a área era vista apenas como um setor da assistência à saúde que onerava as instituições. No entanto, com inteligência em gestão, passa a ser um setor estratégico para a alta gestão e parceiro para a equipe multiprofissional”, enfatiza Letícia Teles, gerente corporativa de Atenção Farmacêutica.

Hubs digitais darão novo papel aos farmacêuticos

A relação das pessoas com as farmácias deve mudar. É o que preveem diversas pesquisas globais, realizadas por organizações como McKinsey, JP Morgan, Gartner, Deloitte e Journal of the American Pharmacists. Se hoje as pessoas buscam uma farmácia para tratar doenças, ter aconselhamento profissional ou comprar itens de saúde e higiene, no futuro, essas pesquisas apontam que a motivação será diferente.

As farmácias serão procuradas também por quem quer participar de programas de saúde e bem-estar, tomar vacina preventiva depois de receber um alerta pelo smartphone, comprar vitaminas para não adoecer ou cuidar da estética.

“A tendência será a busca por prevenção e não mais por tratamentos de doenças. Quando falamos em ‘Farmácia do Futuro’, falamos de hubs digitais de promoção de saúde, tendo o farmacêutico como o concierge responsável por promover cuidados preventivos. Em vez de remédios, as pessoas vão buscar vitaminas, suplementos, vacinas e programas voltados à qualidade de vida, pensando em aumentar sua longevidade”, afirma Bruna Souza, estrategista digital da vertical de saúde da FCamara, ecossistema de tecnologia e inovação que potencializa o futuro de negócios integrando visão estratégica com execução inteligente.

A especialista acrescenta que a tecnologia terá papel fundamental nesses hubs digitais e no perfil de atendimento que eles irão prestar. “Os farmacêuticos terão acesso à wearables que monitoram condições dos clientes, como frequência cardíaca, e também acesso ao histórico de saúde deles e ao seu comportamento digital, e assim poderão alertar, via telemedicina ou chat, caso estejam indo para um caminho de risco, fornecendo recomendações inteligentes, de forma preventiva. Esse é o conceito de farmácia do futuro, que deve ser acelerado com a regulamentação da telefarmácia no Brasil”.

Farmácia em casa e omnichannel

Segundo o Journal of the American Pharmacists, a maioria dos pacientes acredita que a telefarmácia facilitou a obtenção de cuidados e 85% querem continuar usando esse serviço em situações não emergenciais. Já um levantamento da McKinsey aponta que os clientes querem, cada vez mais, uma experiência de farmácia que espelhe o restante de suas experiências no varejo: omnicanal, conveniente e com entrega em domicílio.

“O consumidor quer experiências personalizadas e facilitadas em todos os setores do varejo, inclusive nas farmácias. A implementação de tecnologias, portanto, será determinante na jornada dessas pessoas. Caixas de autoatendimento, tablets interativos com informações de produtos, aplicativos de compras, gôndolas inteligentes, assistentes virtuais e salas de telessaúde são alguns recursos que devem se tornar comuns em farmácias do futuro”, destaca Bruna.

Nesse contexto, a especialista ressalta que, além da tecnologia, a interoperabilidade será uma premissa para melhorar a experiência do paciente. “Um aplicativo de farmácia, por exemplo, pode aproveitar dados compartilhados de saúde e histórico médico para recomendar escolhas alimentares ou produtos de bem-estar.

As farmácias também podem otimizar suas ofertas de varejo a partir dessas informações. Tudo isso será tendência e preferência do consumidor. Quem não se posicionar nesse sentido, ficará para trás. A FCamara já vem atuando com interoperabilidade na nossa vertical especializada em saúde, onde já temos um extenso know how para apoiar esses movimentos futuristas, entregando soluções digitais de ponta a ponta”, finaliza.

Ações em comemoração ao Dia do Farmacêutico

Para celebrar o Dia do Farmacêutico (20/01), a Neo Química, uma das principais marcas de medicamentos similares e genéricos do país, organiza três ações especiais com o objetivo de reforçar a importância do trabalho desses profissionais em prol da saúde da população.

A Neo Química vai disponibilizar no Portal Neo Pharma, plataforma com conteúdos exclusivos para farmacêuticos e balconistas, ações que ajudarão na otimização do tempo e na jornada de trabalho.

Além disto, a marca irá convidar 20 farmacêuticos residentes na cidade de São Paulo para assistirem ao jogo do Corinthians contra o Guarani, agendado para o dia 24 de janeiro. Os selecionados vão ter a experiência de acompanhar a partida do camarote da marca na Neo Química Arena em uma noite de muita diversão e emoção.

Para encerrar a programação de celebração, será produzida uma série sobre a rotina de uma farmacêutica que será disponibilizada nas redes sociais da Neo Química (@neoquimica). A influenciadora Flavia Masson (@flavonoidee) vai mostrar o dia a dia no trabalho e contar como é fazer a diferença na vida das pessoas.

Com Assessorias

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