O município do Rio de Janeiro tem 47 mil pessoas vivendo com o vírus HIV, causador da Aids, que estão cadastradas nos serviços de saúde para dispensação da medicação. Por ano são registrados em média 2,2 mil novos casos, e em 2021 a taxa de detecção está em 34,1 novos casos a cada 100 mil habitantes, o que mostra a importância de se trabalhar continuamente a informação para a prevenção.

O Dia Mundial de Luta contra a Aids (1/12) dá início ao Dezembro Vermelho, que tem a função de lembrar a sociedade da importância do combate, das pesquisas científicas e da prevenção ao HIV, e também do enfrentamento ao preconceito e ao tabu que ainda existem em torno da doença. A partir de hoje, ViDA & Ação abre novo especial “Dezembro Vermelho” para tratar da prevenção e combate a Aids.

Para marcar a data, entre as noites de 1º e 3 de dezembroCristo Redentor, Arcos da Lapa, passarela da Rocinha, Câmara Municipal, Cidade das Artes,  Museu do Amanhã, Museu de Arte do Rio (MAR) e os chafarizes do Parque Madureira estarão iluminados de vermelho. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, chama atenção para a importância da data.

“O SUS tem o maior programa do mundo contra o HIV, que teve sua origem na década de 1980 e foi primordial para o controle da doença no País. Hoje os pacientes têm direito garantido à medicação que lhes dá qualidade de vida. Mas não é porque a doença já não mata como no passado que podemos relaxar. Os serviços de saúde e a sociedade precisam se manter sempre atentos, provendo e consumindo informações de qualidade sobre a doença e, principalmente, para a prevenção e a quebra dos preconceitos”, diz.

A iniciativa de iluminar monumentos de vermelho acontece no mundo inteiro para lembrar a sociedade da importância do combate, das pesquisas científicas e da prevenção ao HIV, e também para enfrentar o preconceito e o tabu que ainda existem em torno da doença. Desde 1998, um ano depois de a Assembleia Mundial de Saúde fixar o 1º de dezembro como o Dia Mundial da Luta contra a Aids, a data é celebrada no Brasil.

Testes gratuitos para detecção do HIV no Centro do Rio

Durante todo o dia de quinta-feira, as pessoas que passarem pela 12ª edição da Semana da Saúde no Largo da Carioca, no Centro do Rio, poderão realizar gratuitamente teste para detecção do HIV e de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) como as hepatites B e C e a sífilis.

A ação é promovida pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) desde a última terça-feira no local, reunindo uma série de outras atividades, como consultas, exames e palestras gratuitas. Para fazer o teste de HIV e outras ISTs, os interessados devem procurar o estande da vigilância estadual. É preciso apenas ser maior de 18 anos ou estar acompanhado de um responsável maior de idade.

Luan Jean Ferreira, de 31 anos, mora em São Paulo e está passando uma temporada no Rio, no bairro de Santa Cruz. Ele passou pela Carioca e aproveitou para fazer os testes para detecção de doenças sexualmente transmissíveis. “Eu estava passando por aqui e me interessei. Estava precisando fazer o exame. É importante ver se está tudo bem com a gente. Estou feliz que deu tudo certo”, reforçou.

Levantamento da SES aponta que os dados preliminares do HIV no estado apresentaram aumento de notificações em todas as regiões, exceto a Metropolitana II, de 2020 para 2021. O total de casos em 2020 foi de 4.015 e, em 2021, foram 4.646. Quanto à mortalidade, o número de óbitos vem caindo sistematicamente desde 2015. O mesmo ocorre em relação à taxa de mortalidade, que também apresenta queda, passando de 10,6 por 100 mil habitantes, em  2015, para 8,2 por 100 mil habitantes, em 2020.

Durante os três dias da 12ª edição da Semana da Saúde, realizada no Largo da Carioca, estão sendo oferecidos exames com urologistas e teste de PSA,  aferição de pressão e medição de glicose, atendimentos clínicos dermatológicos para avaliação de hanseníase, exames de função pulmonar, além testes alérgicos. Quem passa pelo local também pode ajudar a salvar vidas, doando sangue no estande do Hemorio.

Doação de sangue e exames de PSA

Ainda no Largo da Carioca, o Hemorio montou um posto de coleta de sangue, onde é possível fazer a coleta de 300 doações por dia. Para doar sangue, é preciso ter entre 16 e 69 anos, pesar no mínimo 50kg, estar bem de saúde e portar um documento de identidade oficial com foto.

Jovens com 16 e 17 anos só podem doar sangue com autorização dos pais ou responsáveis legais e devem portar ainda um documento de identidade do responsável. Não é necessário estar em jejum, apenas evitar alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação e não ingerir bebidas alcoólicas 12 horas antes.

A ação conta com uma estrutura na qual os visitantes participarão de palestras e podem passar por consulta com especialista e exames de PSA para investigação de tumores na próstata. Para realizar o atendimento, é preciso ter mais de 50 anos ou histórico de casos de câncer de próstata na família.

Rio ganhará Centro Especializado em Infectologia

Durante todo o mês, ações de orientação e promoção da saúde voltadas ao tema acontecerão em diversos pontos da cidade. As ações da campanha Dezembro Vermelho são realizadas pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e pela Secretaria de Governo e Integridade Pública (Segovi), por meio da Coordenadoria Executiva da Diversidade Sexual (CEDS).

Todas as unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) oferecem livre acesso para a orientação pré-teste, testagem, e orientação pós-teste  de HIV, com acompanhamento ou profilaxia, quando houver manifestação de desejo da pessoa e/ou indicação clínica. Todo o tratamento e medicação são oferecidos gratuitamente pelo SUS.

As unidades de saúde também disponibilizam os principais métodos de prevenção: além dos preservativos, a PrEP (profilaxia pré-exposição) é prescrita pela Atenção Primária e pode ser retirada em mais de 100 unidades distribuídas por toda a cidade. De 2021 para 2022, com a ampliação do acesso na rede municipal, o número de pessoas que utilizam essa medicação aumentou em cerca de 200%.

Ao longo do mês, todas as clínicas da família e centros municipais de saúde terão ações de orientação e promoção da saúde, divulgando informações sobre prevenção, tratamento, soropositividade, direitos da pessoa soropositiva e saúde mental. O objetivo é quebrar o estigma da doença pelo conhecimento, além de garantir o acesso à saúde e orientação para as pessoas com comportamento de risco.

Fechando o Dezembro Vermelho, a Secretaria Municipal de Saúde vai inaugurar o Centro Especializado em Infectologia (CEI), na Praça da Bandeira, que ofertará consultas e exames de HIV, hepatites virais, hanseníase, tuberculose e nas especialidades clínicas associadas. O acesso dos pacientes será feito via Sistema de Regulação (SISREG) pelas unidades de Atenção Primária. A proposta é que o CEI seja uma referência em pesquisas clínicas e treinamentos de profissionais de saúde da rede SUS.

Fontes: SMS-Rio e SES/RJ

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