A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. É um órgão pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto (parte final do intestino grosso). Ela envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual. É esse pequeno e importante órgão o alvo da campanha Novembro Azul.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. E é considerado um tumor da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O urologista Anselmo de Paula Orlando, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, ressalta a importância de um diagnóstico precoce. “O câncer de próstata tem a chance de cura muito alta quando se descobre logo no início. O tratamento é mais simples, único, que deixa menos sequelas”.

Para Anselmo, após a queda de atendimentos provocada pela Covid-19, os homens estão voltando aos consultórios. Segundo ele, durante o período da pandemia, muitos pacientes ficaram subdiagnosticados ou demoraram mais para fazer esse diagnóstico.

“Consequência disso é que começou uma demanda muito maior de tumores mais avançado, mas agora temos visto os homens voltarem aos consultórios dos urologistas para fazer essas consultas”, comemora ele sobre a retomada do acompanhamento médico. Ele lembra sobre a prevenção da doença, a qual inclui uma vida saudável, com boa alimentação, prática de exercícios físicos e evitando vícios.

Tabu sobre exame de toque retal vem diminuindo

Para o urologista do Órion Complex, o preconceito em torno do exame para detecção do câncer de próstata está reduzindo. “O tabu em relação ao exame de toque retal vem diminuindo gradativamente, é notório isso no consultório. Geralmente, os pacientes mais idosos são mais resistentes e os mais jovens, em torno de 40, 50 anos, mais flexíveis”.

Segundo ele, a melhor forma de desmistificar o exame é justamente passando informação de qualidade. “A gente observa que à medida que os homens entendem a importância de se fazer o exame de toque, porque eles estão sendo submetidos àquilo, eles compreendem melhor a finalidade e aceitam passar por esse exame”, salienta.

O câncer de próstata, quando no início, não apresenta sinais, lembra Anselmo. É uma doença silenciosa, em casos iniciais ele não tem absolutamente nenhum sintoma, o paciente não vai sentir nada. Por isso é tão importante fazer os exames preventivos, o exame de PSA e o exame de toque retal.

“Aqueles sintomas de ter dificuldade para urinar, levantar várias vezes à noite para ir ao banheiro, na maior parte das vezes está relacionado à hiperplasia prostática benigna, que é o inchaço da próstata. O câncer de próstata só vai apresentar alguns sintomas em fases mais avançadas, muitas vezes quando a doença já invadiu estruturas ao redor da próstata, os ossos e pode apresentar dores ali na região da pelve, na coluna, sintomas que são muitas vezes inespecíficos e relacionados a outros tipos de doenças”, esclarece.

Riscos e tratamento da próstata com robô

O urologista revela que os principais pontos de risco para o câncer de próstata são imutáveis e podem depender da idade, fator genético e o estilo de vida, por exemplo. Quanto mais idoso o paciente, maior o risco de desenvolver a doença.

“Sobre o fator genético, homens que têm alguns correlacionados na família, como o pai com câncer de próstata, ou o irmão, também têm um risco aumentado. E os pacientes da raça negra têm também um risco maior. Existem alguns fatores que a gente pode atuar, como ter uma alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos, manter uma vida saudável, evitar excesso de peso e evitar alguns vícios como cigarro e álcool”, detalha Anselmo.

Em relação ao tratamento, o especialista revela que se diferem de acordo com o estágio da doença e que há novidade tecnológica disponível na capital. “Nos tumores que estão restritos à próstata, o tratamento principal ainda é o cirúrgico. E é justamente nesse campo que tem a maior novidade que é a cirurgia robótica, que chegou esse ano aqui em Goiânia. É uma cirurgia que proporciona menos sequelas e uma recuperação muito mais rápida”.

Além da cirurgia, o médico explica que há a tradicional radioterapia e o tratamento de técnicas ablativas.

“Quando tumor ele é metastático, está avançado, saiu da próstata, o tratamento é mais global e requer muitas vezes fazer uma hormônio terapia, que é uma medicação que bloqueia a testosterona, hormônio masculino, e associado a isso tem ainda que se fazer uma quimioterapia ou alguma outra medicação que agente chama de anti androgênico. Esses pacientes têm ganhado cada vez mais tempo e qualidade de vida”, destaca Anselmo Orlando.

Leia mais no Especial Novembro Azul
Shares:

Posts Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *