Outubro Rosa é uma campanha anual realizada mundialmente com a intenção de alertar a sociedade sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama. A mobilização visa também a disseminação de dados preventivos e ressalta a importância da atenção com a saúde e a garantia de um tratamento de qualidade.
Tratando-se de prevenção e promoção à saúde, a especialidade conhecida como Medicina da Família é considerada a melhor forma de evitar qualquer tipo de problema mais grave e serve também como aliada na prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama e de colo de útero. “Fazemos orientação quanto ao planejamento familiar, acompanhamos o pré-natal e o primeiro ano da criança, colocamos DIU, rastreamos câncer de colo de útero e de mama”, explica Naiana Melo, Médica de Família da Amparo Saúde.
Moacyr Campos, diretor médico da Amparo Saúde, diz que a Atenção Primária à Saúde (APS), via equipe de saúde de família, é tradicionalmente utilizada nos melhores sistemas de saúde mundo afora, mas ainda pouco valorizada no Brasil. “A APS desempenha um papel fundamental na prevenção e promoção à saúde ao ter a equipe de saúde da família como figura central. É o primeiro contato do paciente com o sistema de saúde”.
Em suas consultas, essa equipe consegue orientar sobre ações preventivas, assim como identificar fatores de risco, como histórico familiar e atividades laborais de risco, de maneira a ajudar no diagnóstico precoce. Isso permite que o paciente seja avaliado de forma integral, sem a necessidade de ser acompanhado por demais especialistas.
Para Campos, adotar ações voltadas à APS não apenas reduz os gastos excessivos com consultas e exames, como garante um acompanhamento médico personalizado, permanente e favorece melhores desfechos clínicos. Segundo ele, pela healthtech – que atua de forma presencial e remota -, os médicos acompanham os pacientes e conseguem resolver, em média, 90% dos casos sem necessidade de encaminhamento para outro especialista.
Mas o que de fato um médico de família pode fazer por você? Abaixo, estão algumas atribuições dos especialistas que atuam com atenção primária à saúde e que talvez você não conheça.
1- Pré-Natal e acompanhamento do primeiro ano de vida do bebê
Com a especialização em medicina de família, o profissional passa a ter propriedade para resolver cerca de 80% das demandas de ginecologia e obstetrícia, pré-natal e pediatria. “Quando nos deparamos com casos que necessitam de cuidados mais específicos, como endometriose, mioma uterino e doença pélvica inflamatória, encaminhamos para um especialista dar continuidade no caso, mas não deixamos de acompanhar também”, explica Naiana Melo, Médica de Família da Amparo Saúde.
2 – Acompanhamento e controle de pacientes hipertensos
A hipertensão é um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, que se tornaram ainda mais presentes no dia-a-dia devido ao sedentarismo e ao estresse causados pelo isolamento social. “Diversos outros fatores presentes na vida das pessoas, como má alimentação e tabagismo, colocam a saúde em risco e também podem levar a casos de AVC ou infarto. O médico de família, por conhecer todo o histórico do paciente e acompanhá-lo de perto, pode influenciar positivamente na decisão da mudança de rotina antes das complicações surgirem”, explica.
3 – Prevenção e controle do tabagismo
O uso do tabaco continua sendo líder global entre as causas de mortes evitáveis, segundo inúmeras publicações recentes da Organização Mundial da Saúde – OMS. Por ano, cerca de 6 milhões de adultos com idades a partir de 30 anos morrem no mundo em decorrência da exposição ao tabaco (fumantes e não fumantes). No Brasil, o tabagismo é responsável por cerca de 200 mil mortes por ano. “Se pensarmos na saúde, parar de fumar é muito importante. É necessário mudar hábitos e um médico de família, por acompanhar todo o seu histórico, consegue auxiliar o paciente nesse desafio”, destaca o médico.
4 – Prevenção e controle da obesidade
A causa da obesidade é o consumo calórico maior que o gasto calórico. Os fatores associados a esse desequilíbrio de energia incluem predisposição genética, dinâmicas comportamentais, distúrbios hormonais, influências culturais e circunstâncias ambientais. “A minoria dos indivíduos apresenta obesidade como resultado de uma doença ou síndrome endocrinológica, que pode variar de assintomática a uma apresentação complicada por múltiplas comorbidades clínicas”, diz Dr Moacyr. Além disso, a obesidade é um importante fator de risco cardiovascular, sendo essencial sua abordagem clínica com a finalidade de avaliação de riscos, prevenção e promoção de saúde.”
5 – Acompanhamento dos casos de Asma
A asma é a principal causa de doença respiratória crônica no mundo. Estima-se que a asma seja responsável, no mundo, por cerca de 250.000 mortes por ano. No Brasil, apresenta uma alta taxa de mortalidade: cerca de 2 mil mortes anuais. “A identificação correta e precoce de pacientes portadores de asma, bem como a implementação de tratamento adequado na atenção primária, pode reduzir muito a morbidade e mortalidade por asma no Brasil”, alerta o Dr. Moacyr.
6 – Prevenção e tratamento da diabetes
A Diabetes é uma doença crônica cada vez mais frequente na sociedade. O médico de família pode – e deve – cuidar do manejo da doença. “Quem tem Diabetes precisa de autocuidado diário para evitar complicações. E ter um médico de família e uma equipe de enfermagem que já conheçam todo o seu histórico de saúde, auxilia com um cuidado personalizado e oferece mais segurança no atendimento, pois há um vínculo maior entre paciente e profissional”, conta o médico.
7 – Avaliação dos distúrbios do sono
A insônia é um dos distúrbios do sono mais comuns, assim como apneia do sono, narcolepsia e síndrome das pernas inquietas. “Avaliar as causas e indicar o tratamento correto é uma das premissas da medicina de família”, ressalta o especialista.
8 – Aliado na identificação e na prevenção de câncer
A atenção primária, via equipe de saúde de família, é o primeiro contato do paciente com o sistema de saúde. Em suas consultas, essa equipe consegue orientar sobre ações preventivas, assim como identificar fatores de risco, como histórico familiar e atividades laborais de risco, de maneira a ajudar no diagnóstico precoce.