Em tempos de pandemia, falar sobre saúde mental ganhou um sentido de urgência. Isolamento, perda de entes queridos, medo do futuro, tudo isso passou a fazer parte da vida das pessoas nos últimos meses, ampliando a necessidade de debater ações em prol do tema.

Segundo um estudo publicado na revista científica Psychiatry Research sobre os impactos da Covid-19 na saúde mental da população mundial, a incidência de ansiedade e de depressão foi, respectivamente, quatro e três vezes mais frequente quando comparada aos dados levantados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nos últimos anos.

A psicóloga Natália Reis Morandi, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, alerta para os efeitos deste aumento em médio e longo prazo. “Alterações na qualidade do sono e da alimentação, bem como a perda de interesse nas atividades cotidianas, além da dificuldade para lidar com problemas do dia a dia e tomar decisões, estão entre os sinais mais relatados entre os pacientes”, destaca.

A especialista ressalta que sintomas como estes podem evoluir para problemas mais graves e tendem a aumentar quando a pessoa deixa de procurar ajuda profissional. Natália explica que a mudança nos hábitos sociais pode afetar a forma como as pessoas se organizam no dia a dia e os efeitos disso são devastadores quando não há um acompanhamento.

A saúde mental pode gerar danos sérios à saúde de maneira geral, como doenças cardíacas, alterações na pressão arterial e problemas digestivos, por exemplo, impactando a qualidade de vida das pessoas”, alerta.

Números e dados

O tema saúde mental tem sido repetido diversas vezes na mídia, principalmente por conta de algumas celebridades que expuseram suas condições, como:  Zayin Malik (ex One Direction), Selena Gomes, Cara Delevigne, Demi Lovato e outros. O que mais chama atenção nestes casos é que os autores das confissões são muito jovens e já sofrem com os malefícios da depressão.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2030 esta será uma das principais causas de doenças no mundo. Isso é extremamente significativo visto que transtornos mentais que incluem condições comuns, como a depressão e ansiedade, aquelas agravadas por abuso de álcool e outras substâncias, além distúrbios graves e incapacitantes, como esquizofrenia e transtorno bipolar, poderão ser cada vez mais presentes na população.

De acordo com a OPAS (Organização Panamericana de Saúde) as condições de saúde mental são responsáveis por 16% da carga global de doenças e lesões em jovens entre 10 e 19 anos, com um agravante extremamente preocupante, hoje o suicídio é a terceira principal causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos.

Como promover a saúde mental?

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A mente ainda é um grande mistério para a ciência, a subjetividade humana é com certeza um segredo íntimo que permeia a individualidade, a identidade, a formação da personalidade de cada pessoa e tudo aquilo que foi aprendido, absorvido e incorporado em todas as fases da vida, especialmente na infância e adolescência, ecoa para toda a vida e influencia diretamente em como o indivíduo irá encarar a vida e o seus desafios diários.

Alcançar o bem-estar físico e mental é um grande desafio, tanto que diversos governos no mundo começam a adotar sistemas e políticas públicas de saúde para incentivar programas de prevenção ao adoecimento mental.

A promoção da saúde mental permite criar circunstâncias que facilitem as pessoas a encontrarem meios para terem estilos de vida mais saudáveis. Incentivando constantemente que as pessoas não se isolem, discutindo seus problemas e procurando ajuda, principalmente sem ficar na sombra da solidão e indiferença.

É vital que as pessoas tenham a consciência que a saúde mental é algo tratável, que tem cura e que pode ser revertida (dependendo de cada caso). Pessoas com transtornos mentais tornam-se improdutivas, irregulares e ineficientes, o que pode inclusive afetar a economia de um país.

Campanha Janeiro Branco

Janeiro Branco é uma iniciativa popular criada e orientada por psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais da saúde com um grande e nobre objetivo: criar consciência de que é necessário cuidar da mente, da saúde mental, mais precisamente. O papel da campanha é estimular ações de psicoeducação das pessoas, fortalecendo a auto-estima, auto-afirmação e desenvolvimento cognitivo e intelectual.

O intuito da campanha do Janeiro Branco é oferecer alternativas para diminuir o impacto negativo de transtornos mentais que, em alguns casos, podem ser imperceptíveis, mas que com o passar do tempo podem se transformar em verdadeiras fontes de mal-estar, tormento, isolamento e até problemas físicos de saúde”, explica César Ciongoli, CEO da BenCorp.


Hospital apoia campanha

Ampliar a discussão e conscientizar a população sobre a importância de cuidar da saúde mental é de extrema relevância no cenário atual em que vivemos. Pensando nisso, a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo participa da campanha Janeiro Branco iluminando suas fachadas durante todo o mês, além de reforçar sua comunicação interna e externa para alertar a todos sobre os devidos cuidados.

A campanha é uma forma de trazer informação à população, além de divulgar dicas de prevenção com o objetivo de mostrar que a saúde mental deve ser levada a sério. A instituição fará divulgações voltadas para seus colaboradores, através dos seus canais internos. Já o público geral poderá conferir informações sobre prevenção, diagnóstico e formas de tratamento nas redes sociais do Hospital.

Com Assessorias

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