A incerteza e o medo causados pelo novo coronavírus têm afetado diretamente os carrinhos de compras e os hábitos das pessoas, que passaram a consumir mais ‘comfort food’ em busca de um alento. Um dos produtos mais consumidos é o chocolate, que, se escolhido da forma correta, com alto teor de cacau, é um poderoso aliado nesse momento de pandemia. Consumido moderadamente e num teor mais amargo traz benefícios como alívio do estresse, prevenir a depressão, promover bom humor e bem-estar e ajudar na concentração e no raciocínio, já que também é fonte de muita energia.
No Dia Mundial do Chocolate (7 de julho) festeja um dos alimentos mais consumidos e apreciados no mundo. Amado por tantas pessoas, os chocolates são verdadeiras fontes de prazer. Afinal, o derivado do cacau possui propriedades que estimulam a produção de endorfina e serotonina no organismo, causando uma sensação de bem-estar, autoestima e felicidade. Durante essa fase de isolamento social, com as pessoas mais ansiosas, e ainda consumindo mais produtos dentro do lar, a categoria vem sendo beneficiada, principalmente com produtos mais saudáveis, com maior teor de cacau e menos açúcar.
Não são todos os chocolates com efeitos positivos à saúde, mas, sim, os com alta porcentagem de cacau na composição, que têm mais propriedades. “A semente de cacau é o alimento com maior índice de flavonoides, substâncias antioxidantes que atuam na prevenção de câncer e de doenças cardíacas. Quanto mais amargo, maior a concentração de flavonoides e os benefícios associados”, aponta Raimundo Mororó, sócio e pesquisador chefe da Mendoá Chocolates (www.mendoachocolates.com.br).
O chocolate ao leite contém cerca de 25% de cacau; o meio amargo 41% e os de teor elevado têm até 99% do ingrediente, enquanto o branco é feito somente com a manteiga de cacau. O ideal, segundo a nutróloga e endocrinologista Sandra Gordilho, é o a partir de 70% de cacau. “Quanto mais escuro mais dá a sensação bem-estar, influencia no humor, protege as células nervosas e retarda o envelhecimento”, observa a médica.
Quem trabalha de casa e precisa se concentrar, quer ativar a mente ou carece de uma injeção de ânimo, comer um pedacinho já é um doce estímulo. O poderoso hormônio da felicidade – a serotonina – é um dos neurotransmissores produzidos, que atenua os sintomas da ansiedade inerente à imprevisão do fim da pandemia. Não por acaso, o cacau reduz o risco de depressão em 70%, segundo estudos da University College London (UCL). A dopamina liberada, por sua vez, é ligada à sensação de recompensa e prazer, atuando como um conforto em tempos de isolamento social.
Magnésio, ferro, zinco, vitamina B12 e outros nutrientes essenciais do chocolate fortalecem o sistema imunológico e ajudam a encarar esse período de quarentena. Isso não significa que está liberado o consumo indiscriminado do alimento. Moderação é a palavra chave. “Qualquer exagero causa desequilíbrio no organismo, podendo interferir no nível de colesterol e de açúcar e levar à obesidade, diabetes, infarto, doença cardíaca ou AVC”, ressalta a nutróloga. A recomendação é o consumo de 25 a 50 gramas por dia.
Pandemia aumenta consumo de comfort food
O isolamento social, a inquietação e a mudança drástica na rotina fizeram aumentar o consumo das comfort food nos países fortemente atingidos pela Covid-19. “Normalmente, em momentos estressantes as pessoas recorrem aos alimentos que remetem à sensação de conforto da infância, ao acolhimento. É importante escolher os que trazem alento e que estejam aliados a princípios ativos, a benefícios à saúde”, observa a nutróloga Sandra.
Na Itália, primeiro epicentro do surto na Europa, a venda de doces e pipocas quase dobrou em abril, em comparação com o mesmo período do ano passado (com acréscimo de 72,5% e 89,8% respectivamente), e chips tiveram procura 31,3% maior em relação ao mês anterior. Já nos Estados, pipoca teve um incremento de quase 48%, pretzels de 47% e chips de 30% em meados de março em relação à mesma semana de 2019 – de acordo com levantamentos da empresa de pesquisa de mercado Nielsen, da agência de monitoramento IRI e do Ismea (Instituto de Serviços para o Mercado Agrícola Alimentar).
Devido às medidas de contenção do novo coronavírus, muitos consumidores passaram a fazer as compras online. No Brasil, o e-commerce cresceu 18,5% no começo de abril, segundo a consultoria Ebit/Nielsen. Na Mendoá Chocolates, as vendas tiveram um aumento de mais de 20% entre janeiro a abril na loja online, distribuindo mais cacau e seus benefícios em todo o país.
Antes mesmo da pandemia, as vendas de chocolate já vinham apresentando alta no Brasil. Em 2019, segundo dados do Euromonitor, a indústria de chocolates atingiu crescimento de 7,2% em relação à 2018. Os chocolates em tabletes tiveram suas vendas aumentadas em 11% no ano passado. O sabor ao leite ainda é o mais relevante, com 63% do mercado em valor, seguido do branco e do recheado, ou em camadas.
Um ou outro, não importa. Fato é que nos beneficiamos desta iguaria que só nos traz felicidade. Mas nem todo chocolate faz bem para a saúde. Especialistaas afirmam que chocolate de verdade precisa ter mais cacau e menos açúcar, na medida certa. O teor médio é de 25% da indústria nacional e 31% a 33% entre os chocolates europeus.
5 Mitos e Verdades sobre o chocolate
Para esclarecer as dúvidas comuns, como se o doce faz bem à saúde ou se o chocolate diet é mais saudável do que a versão tradicional, a Bio Mundo desvenda alguns segredos sobre os chocolates. E ainda dá dicas para degustar a iguaria sem culpa, sem necessariamente aumentar uns quilinhos na balança e, principalmente, sem abrir mão de uma alimentação nutritiva e saudável. Os bons motivos para incluir uma porção ou outra do doce no dia a dia vão além, mas alguns mitos sobre o alimento acabam, por vezes, privando as pessoas de se deliciarem com essa iguaria.
1 – Chocolate faz bem à saúde?
Verdade: a iguaria possui flavonoides que reduzem o risco de doenças cardiovasculares, pois propicia a melhora do fluxo sanguíneo e reduz a pressão arterial e melhora os níveis de colesterol ruim.
2 – Chocolates causam acne ou prejudicam a pele?
Mito: Não há nenhuma relação científica entre o consumo do alimento e a produção de espinhas, pois elas estão relacionadas principalmente a um desequilíbrio hormonal. Quando consumido sem excessos, os chocolates trazem benefícios à pele porque o cacau contém antioxidantes que previnem o envelhecimento precoce.
3 – Chocolate faz bem ao cérebro e à memória?
Verdade: Os flavonoides, antioxidantes presentes naturalmente no chocolate, aumentam o fluxo sanguíneo para a região do cérebro que promove funções cognitivas, como o raciocínio e memória. Além disso, o alimento impende o envelhecimento precoce das células cerebrais.
4 – Chocolates engordam?
Mito: Essa é uma pergunta clássica que assombra a vida de muitas pessoas, principalmente as mulheres, porém não é verdade. Na realidade, o doce acelera as funções metabólicas e auxilia até na perda de peso. Isso mesmo, mas para isso, os tipos recomendados são os feitos com mais de 50% cacau, que tem menos gordura em sua composição. Consumir em pouca quantidade ajuda a controlar a saciedade, tornando o alimento um verdadeiro amigo da balança.
5 – Chocolate alivia os sintomas da TPM?
Verdade: A iguaria libera serotonina que deixa a mulher mais animada durante a tensão pré-menstrual, quando ela está mais sensível. Para não exagerar na quantidade nesse período, a dica é separar uma quantidade pequena para degustar nesses dias.
Teor de cacau define se chocolate é bom e saudável
Não se sabe ao certo o porquê da escolha da data, mas acredita-se que seja referente ao registro histórico da entrada do chocolate na Europa, ainda no século 15. De qualquer forma é mais uma boa desculpa para apreciar esta delícia vinda do cacau. Entretanto, há na história quem diga que foram os Maias e os Astecas os pioneiros no cultivo do cacau, principal matéria-prima do chocolate.
Antes de chegar ao continente europeu, o chocolate já era consumido pelas antigas civilizações que deram origem às Américas e considerado um alimento sagrado. Aliás, o nome científico do cacau, Theobroma cacao, quer dizer “elixir dos deuses”. Uma lenda Maia diz que foram entidades divinas teriam dado o chocolate à humanidade. Isso talvez explique um pouco do fascínio e da sensação de bem-estar que esse alimento proporciona às pessoas.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o país ocupa a sétima posição na produção mundial de cacau, movimentando R$ 20 bilhões no território nacional. Em setembro de 2019, o Brasil foi reconhecido como país exportador de 100% de cacau fino e de aroma pela Organização Internacional do Cacau (ICCO).
O cacau fino e de aroma é identificado por apresentar sabores diferenciados, como frutados, florais, amadeirado, entre outros. A definição leva em consideração as características genéticas (origem), local (terroir) e o tratamento das amêndoas após a colheita”, destaca Alberto Kis, sócio-diretor da YÖR Chocolates, marca recém-lançada em Minas Gerais para produção de chocolates finos de alto perfil sensorial com diversidade de tipos, sabores e origens.
O irmão e sócio de Alberto, Arthur Kis, ressalta que uma das grandes tendências do mercado nacional e internacional é a produção de “cacau de origem”, para fazer o chocolate gourmet, com alto teor de cacau. “Esse produto exige características próprias e requer um cuidado peculiar em relação à produção: desde o controle rigoroso das condições de plantio e colheita até a atenção minuciosa a cada uma das fases do processamento inicial das amêndoas – colheita, fermentação e secagem”, comenta.
Chocolate e leite condensado: a origem do brigadeiro
E em meados do século 19, quando foi inventado outro alimento também adorado pelas pessoas no mundo inteiro, o leite condensado, o chocolate encontrou um grande parceiro culinário. E aqui no Brasil essa parceria deu origem a um dos doces mais populares no país, o brigadeiro.
Diz a história que a guloseima ganhou esse nome nas eleições de 1945, graças à campanha para Presidência da República do então candidato brigadeiro Eduardo Gomes, que tinha um slogan bem curioso: “Vote no brigadeiro que é bonito e solteiro.”
Ele ganhou muito apoio de muitas mulheres, que começaram a fazer guloseimas, e entre elas o doce feito com chocolate em pó e leite condensado, e a iguaria ficou conhecida como o doce preferido do brigadeiro.
Para celebrar a data, o Grupo Marajoara disponibiliza em seu portal e redes socais três receitas bem práticas para fazer um doce legitimamente brasileiro fruto da união entre o chocolate e o leite condensado: o brigadeiro. A marca ensina a fazer o brigadeiro de microondas, o brigadeiro frio e o brigadeiro tradicional.
Com Assessorias