Em 2019, o Rio de Janeiro confirmou 98 casos de sarampo. Nas primeiras sete semanas de 2020, foram 64 casos confirmados, incluindo a primeira morte registrada no estado depois de 20 anos. Com a chegada do Carnaval, especialistas temem que o contato entre foliões contribua para a disseminação do vírus. O Ministério da Saúde aponta que cinco estados ainda mantêm a transmissão ativa do vírus do sarampo: São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná e Pernambuco.
No Dia D de vacinação contra o sarampo, que aconteceu no último sábado (15), 174.797 mil pessoas foram imunizadas no Estado do Rio de Janeiro. Os postos municipais abriram das 8h às 17h para atender à população. Desde o dia 13 de janeiro, quando a campanha foi lançada, 370.743 pessoas já foram vacinadas contra a doença.
Para incentivar a vacinação contra o sarampo no Estado, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) disponibiliza postos de vacinação em locais de grande circulação de pessoas. Até o momento, mais de 19 mil doses foram aplicadas na passagem dos postos volantes da SES pelos municípios e nos pontos estratégicos.
No Rio, os pontos fixos são Central do Brasil, Metrô da Carioca, Praça XV, Aeroporto Santos Dumont, Rodoviária do Rio, além do Iaserj Maracanã. No Hemorio, a vacinação será feita das 7h às 18h. Além dos pontos fixos, postos móveis de vacinação da SES estarão, de terça a quinta-feira (18 a 20), das 8h às 14h, no bairro carioca de Jacarepaguá e também nas cidades de Japeri, Maricá e Cabo Frio.
Pessoas entre 6 meses e 59 anos devem se vacinar. Pessoas que apresentarem doenças agudas febris moderadas ou graves recomenda-se adiar a vacinação até modificação do quadro com o intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença. Também não é indicado o imunizante a quem recebeu imunoglobulina, sangue e derivados, transplantados de medula óssea, quem apresenta alergia ao ovo e gestantes.
Além de ajudar na mobilização, a SES reforçou a relevância da vacina e recomendou que os responsáveis levassem as crianças para receberem a dose, única garantia contra a doença. O Dia D também tem a finalidade de reforçar a cobertura vacinal e atualizar a caderneta de vacinação do grupo com maior vulnerabilidade à doença. O esquema vacinal contra o sarampo é oferecido durante todo o ano na rede pública de saúde.
Para o médico Alexandre Chieppe, da Secretaria de Estado de Saúde, além de garantir a proteção individual, a vacina atua também na coletividade. “O ato de vacinar envolve duas vertentes de proteção. A primeira consiste na imunização de um indivíduo e, no segundo momento, o que chamamos de proteção de rebanho, quando há uma proteção de toda a comunidade”, declarou Chieppe.
Os principais sintomas do sarampo são mal-estar geral, febre, tosse, coriza e manchas brancas na mucosa oral. A doença também provoca conjuntivite e se caracteriza por apresentar manchas vermelhas que aparecem no rosto e se espalham por todo o corpo. O sarampo é uma doença que passa com facilidade de uma pessoa para outra por meio da fala, tosse e espirro.
Treinamento para combater o coronavírus
Dando continuidade ao plano de contingência do novo coronavirus no Estado do Rio de Janeiro, a SES promoveu nesta segunda-feira (17/02) um workshop com a presença autoridades em saúde pública. O objetivo do encontro foi debater ações de bloqueio ao 2019-nCoV e eliminar possíveis dúvidas dos convidados.
Além das palestras, os especialistas participaram de debates e ainda responderam perguntas do público. Em pauta, o que se sabe sobre o Novo Coronavírus e qual o contexto dele em relação a outras doenças infectocontagiosas; perspectivas; preparação da rede assistencial; e organização do serviço de saúde.
“Este workshop vai ajudar a entender o nosso plano de contingência, que é consistente e está alinhado com a proposta do Ministério da Saúde. Esse encontro é mais uma iniciativa que mostra como a Secretaria de Estado de Saúde está organizada e preparada para enfrentar o problema, caso ele realmente surja no Brasil“, afirmou Edmar Santos, durante a abertura do evento.
Participaram, entre outros, Claudia Mello, subsecretária da Superintendência em Vigilância em Saúde da SES; Mario Sergio Ribeiro, superintendente em Vigilância em Saúde; Alexandre Chieppe, médico e apoiador técnico da SES; Roberto Medronho, professor titular de Epidemiologia da UFRJ; Cledmilson Dutra Barboza, diretor-geral do Laboratório Central Noel Nutels (Lacen-RJ).
Representantes da Fiocruz, Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Rio Janeiro (Cosems RJ), hospitais universitários, Sociedade de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro, Exército e Corpo de Bombeiros também marcaram presença.