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A magreza excessiva da modelo britânica Gigi Hadid, que tem chamado a atenção no mundo da moda recentemente, esconde uma doença, agora revelada. Ela sofre de Tireoidite de Hashimoto, uma doença auto-imune com a presença de auto-anticorpos que destroem o tecido tireoidiano. A top confessou em entrevista à Elle Magazine que foi diagnosticada há cerca de dois anos. Segundo ela, o metabolismo mudou radicalmente nos últimos 12 meses e para tratar o problema, toma remédios há dois anos para controlar o peso.

A modelo, que desfilou no Victoria’s Secret Fashion Show, em Paris, disse que tem usado uma medicação que afeta seu metabolismo e faz com que ela perca muito peso. “Meu metabolismo mudou loucamente este ano. Para participar do desfile da VS eu evitei algumas atividades, pois não queria perder mais peso.”, desabafou.

 

Ao Blog Vida & Ação, Gisah Amaral de Carvalho, vice-presidente do departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) explica que a Tireoidite de Hashimoto tem manifestações são extremamente variáveis, podendo ser do tipo hipo, hiper ou eutireoidismo.

O principal sintoma é a presença de um bócio indolor, que pode não aparecer no estágio avançado da doença. A causa mais comum do hipertireoidismo é uma doença autoimune (o próprio corpo produz proteínas que “atacam” o órgão) chamada Doença de Graves. Outra doença da tireoide chamada Bócio multinodular também pode produzir hormônios em excesso.

“Como causas do hipotireoidismo temos a Tireoidite de Hashimoto (também de causa autoimune), retirada cirúrgica da tireoide ou tratamento com iodo radioativo. Algumas crianças nascem com hipotireoidismo porque não têm a tireoide ou porque a mesma não funciona bem. O popular teste do Pezinho faz o diagnóstico e a criança deve ser tratada o mais rápido possível. O tratamento é para a vida toda”, explica.

Prevenção

Situações de estresse podem desencadear esse processo. Além disso, existe uma tendência familiar. A melhor forma de prevenção seria acompanhar os níveis de hormônios anualmente, por meio de exame de sangue.

Evitar alimentos industrializados, pois eles contêm substâncias desreguladoras endócrinas. Evitar o excesso de sal, pois aqui no Brasil é iodado e o consumo elevado compromete as células tiroidianas. Mas também não pode deixar de consumir, porque o iodo é fundamental para evitar o bócio endêmico e suas consequências. O ideal é 1g ao dia.

Tratamento

O tratamento do hipotireoidismo é feito com reposição hormonal, levotiroxina, que deve ser tomada diariamente em jejum via oral. O médico avalia, com exames de sangue, a função tireodiana e faz ajustes necessários de dose. No hipertireoidismo há mais de uma opção terapêutica, a droga antitireoidiana, o iodo radioativo ou cirurgia.

O paciente pode ser tratado com medicamento que vai diminuir a produção de hormônio tireoidiano pela glândula (droga antitireoidiana) por um período que varia de um a dois anos, neste período em geral o processo imunológico regride. A outra modalidade de tratamento quando o medicamento não é a melhor opção, como nos casos mais severos ou intolerância ao medicamento, é o tratamento com iodo radioativo que vai provocar morte celular, redução do volume da glândula e hipotireoidismo.

No caso deste tratamento o paciente vai precisar fazer reposição hormonal. A terceira opção é o tratamento cirúrgico reservado para casos mais severos ou nos casos em que o bócio é volumoso (aumento exagerado da glândula), nesta opção terapêutica o paciente também vai precisar fazer reposição hormonal pelo hipotireoidismo pós-cirúrgico.

Fonte: Gisah Amaral de Carvalho, vice-presidente do departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

 

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