Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que o diabetes não para de crescer no mundo todo e o envolvimento familiar ajuda os portadores a controlar os principais fatores de risco da doença: sedentarismo consumo de bebidas alcoólicas, cigarros e alimentos calóricos.

A OMS estima que mais de 400 milhões de adultos, em todo mundo, tiveram diabetes em 2014, número elevado que assusta, principalmente, quando comparado com a década de 80, quando eram 108 milhões. De acordo com a Organização, em 2012, foi registrado mais de um milhão de mortes decorrentes da diabetes.

O atlas da OMS aponta que a prevalência global do diabetes é de 8,8%, totalizando 425 milhões de casos e prevê que em 2040 atinja 1 em cada 10 pessoas no mundo.  No Brasil 8,1% da população tem debates ou 16,8 milhões de brasileiros. Entre mulheres a incidência é de 8,8% contra 7,4% dos homens.

Quando mal controlado, o diabetes pode levar a sérias complicações na saúde por causa das altas taxas de glicose no sangue. Entre as principais decorrências desse controle ineficiente estão a doença renal, a retinopatia e as complicações com pés e membros inferiores. A hiperglicemia, também pode causar complicações cardiovasculares, insuficiência renal, amputação e danos nos nervos decorrentes da má circulação.

44% falham na dieta

O oftalmologista Queiroz Neto explica que 10% dos casos de diabetes são do tipo 1 causada, ou seja, causada por uma alteração no sistema imunológico que dificulta a produção de insulina pelo pâncreas. A falta de insulina, hormônio que transforma a glicose dos alimentos em energia, cria depósitos de glicemia no sangue. explica. O tratamento para reequilibrar o organismo é feito com reposição de insulina.

“Nos outros 90%, o diabetes é do tipo 2 e resulta de uma resistência das células à insulina relacionada à hereditariedade, sedentarismo, obesidade e estresse”, salienta. O tratamento é feito com medicamentos que estimulam a produção de insulina, mas a manutenção de uma dieta equilibrada é fundamental. O problema é que o 44% dos participantes da pesquisa afirmaram que têm dificuldade para manter a dieta correta.

Doença renal

“Os altos níveis de açúcar fazem com que os rins filtrem muito sangue, sobrecarregando os órgãos e levando moléculas de proteína para a urina, a chamada microalbuminúria. Quando esses resíduos ficam muito tempo acumulados no sangue, os rins perdem sua capacidade de filtragem”, explica Marcio Krakauer, médico da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo – SBEM-SP.

Entre os sintomas mais comuns da doença renal estão inchaço, perda de sono, falta de apetite, dor de estômago, fraqueza e dificuldade de concentração. A recomendação é que todo diabético faça pelo menos uma vez por ano o exame que pesquisa a microalbuminúria.

Para evitar a doença renal, o diabético tem de manter sob controle sua taxa glicêmica, além de cuidar da pressão arterial por meio de perda de peso, menor quantidade de sal na alimentação, evitar álcool e tabaco e fazer exercícios regulares.

Retinopatia

O diabético está mais sujeito a problemas nos olhos, entre eles, a cegueira. Pessoas com diabetes têm 40% mais chance de desenvolver glaucoma, que é a pressão elevada nos olhos, e 60% mais chance de desenvolver a catarata, que ocorre quando o cristalino (a lente clara do olho) fica opaco, bloqueando a luz.

Todos os problemas de retina causados pelo diabetes são chamados de retinopatia, podendo apresentar entre os sinais: visão embaçada, flashes de luz no campo de visão, perda repentina de visão e manchas na visão.

O tipo mais comum da retinopatia é o não-proliferativo, que é quando os vasos sanguíneos atrás do olho incham, formam bolsas e ficam bloqueados. Quando esses vasos ficam totalmente obstruídos e não levam mais oxigênio à retina trata-se da retinopatia proliferativa, muito mais grave.

O tratamento da retinopatia tem mostrado avanços com as técnicas de fotocoagulação, o laser e a vitrectomia, mas cabe ao paciente monitorar a saúde ocular pelo menos uma vez ao ano, já que nem sempre a doença apresenta sintomas. “Cerca de uma em cada quatro pessoas com diabetes têm retinopatia em algum momento da vida. Novamente, o controle constante do diabetes é fundamental para evitar qualquer complicação com a saúde dos olhos”, ressalta Dr. Krakauer.

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Um em cada quatro diabéticos pode ter problemas nos pés

Pés e membros inferiores

O diabetes pode causar danos aos nervos do pé e má circulação. Formigamento, dor, sensação de ardência ou picada, perda de sensibilidade são alguns dos sinais. “Muitas vezes o diabético pisa em algum material cortante, mas nem sente o corte, pois não há sensibilidade alguma nos pés, o que é muito sério, pois o machucado pode infeccionar e até levar à amputação”, conta Dr. Krakauer.

Pele ressecada e rachadura nos pés também são comuns, além do aparecimento de calos. Os médicos recomendam massagear os pés com cremes hidratantes, porém com cuidado para não deixar resíduos entre os dedos, pois a umidade favorece proliferação de fungos e infecções.

Existem limpezas e proteções especiais aos pés e é recomendado o uso de pedra pome nos pés ainda úmidos para o diabético que tiver muitos calos, mas sempre com aplicação de um creme hidratante indicado pelo médico.

“O cigarro prejudica ainda mais a circulação, já comprometida pelo diabetes, além da pressão alta e colesterol descontrolado. É possível evitar uma série de complicações advindas do diabetes com a adoção de hábitos de vida saudáveis e consultas regulares ao médico”, conclui Dr. Krakauer.

Fonte: Sbem-SP

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