Mais de 300 milhões de pessoas vivem com depressão no mundo todo, mas menos da metade dos pacientes deprimidos procuram ajuda ou são tratados, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, a taxa dos que pedem socorro é menor do que 10%, o que é um ponto que merece atenção, pois cerca de 11,5 milhões de brasileiros sofrem com a doença, sendo o maior número de casos na América Latina.
Um problema ainda mais grave que a própria doença é a barreira do preconceito, que impede muitas pessoas de buscar ajuda. E o preconceito, quase sempre, é turbinado pela falta de empatia, este sim o que parece ser o mal do século, especialmente neste momento da realidade brasileira. Está mesmo faltando essa capacidade de sentir as emoções das outras pessoas, imaginando o que elas poderiam estar pensando ou sentindo em determinada situação.
A falta de empatia pode agravar ainda mais o quadro depressivo de um paciente que sofre de transtorno mental. De acordo com dados da Federação Mundial para a Saúde Mental mais de 70% dos indivíduos com depressão não falam ou conversam sobre a doença porque sentem vergonha de serem julgados e receio de sofrerem preconceitos.
“Muitos têm vergonha de expor o que estão sentindo. Sentem vontade de falar sobre suas dores ou problemas, mas têm medo de serem considerados fracos. Esse comportamento tem relação com a qualidade das nossas interações. Estamos hiperconectados pelas redes sociais, mas não cultivamos relações reais. O vínculo com o outro é extremamente importante”, afirma Táki Cordás, coordenador da Assistência Clínica do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP.
Para ajudar a mudar um pouco este cenário, a Medley, unidade de negócios responsável por genéricos e similares da Sanofi, está lançando a campanha nacional de conscientização sobre a depressão a partir de uma perspectiva inovadora: a empatia. Com o mote #PodeContar, o movimento levará informações sob uma abordagem mobilizadora e com embasamento científico. O objetivo é estimular a quebra do paradigma da doença relacionado aos seus estigmas e preconceitos.
A campanha #PodeContar engaja as pessoas a contarem sobre a depressão para alguém de confiança, ressaltando também a importância do papel de podermos contar com um amigo, companheiro, familiar ou colega de trabalho que pratica a empatia e está disposto a se colocar no lugar do outro. Este pode ser o primeiro passo nesta jornada para que as pessoas com depressão se sintam empoderadas a buscar ajuda médica.
Psicoterapia usa empatia no tratamento da depressão e ansiedade
Psicoterapeutas com frequência usam a empatia para compreender as motivações, afetos e comportamentos do paciente para poder ajudá-lo. Mas este recurso não precisa ser usado apenas por eles, especialmente na hora de ajudar alguém próximo e que está passando por um problema ou precisando de ajuda, pode ser também aplicado por qualquer indivíduo em um processo de apoio e transformação com aqueles que estão ao seu redor.
De acordo com a Associação Americana de Ansiedade e Depressão, abraçar a empatia é hoje uma das formas de reverter quadros de ansiedade e depressão generalizados.
Entender que a depressão é uma doença é o primeiro passo para buscar ajuda e receber o diagnóstico. A depressão é provocada por um desequilíbrio químico no cérebro, o qual vai necessitar de algumas medidas terapêuticas para voltar ao seu funcionamento normal”, explica Carmita Abdo, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Segundo ela, saber disso é extremamente útil, tanto para o deprimido quanto ás pessoas próximas. O paciente deixa de se culpar, favorecendo que familiares e amigos encarem a depressão numa perspectiva mais solidária. Por isso, a campanha pretende ajudar a quebrar o paradigma da depressão e levar essa conversa para que as pessoas entendam a importância dessa abordagem.
“Diferente da simpatia, que refere-se à tristeza sentida diante do infortúnio alheio e pode estar intimamente ligada à pena, a empatia nos faz calçar o sapato do outro e ver a situação por outra perspectiva. As iniciativas da campanha valorizam o ato de contar com alguém para auxílio na jornada da doença”, diz Daniele Cunha, gerente de Branding da Medley.
Segundo Carlos Aguiar, diretor da Medley, a campanha usao embasamento científico para provocar uma transformação nas atitudes das pessoas. “A Medley quer ser parte importante da conscientização da população sobre a relevância da empatia para a desmistificação da depressão. Acreditamos que a saúde está nos detalhes e vai além do diagnóstico médico, por isso, buscamos proporcionar conhecimento por meio de nossas ações. Ter alguém com quem contar pode ser o primeiro passo para um diagnóstico da depressão”, explica
Coletivo #PodeContar faz tours de debates no RJ, SP e BA
Juntos, PC Siqueira, Carol Burgo, Hilan Diener, Juliana Luna, Lua B. Fonseca, Joana Cannabrava, Uyara Torrente e especialistas no tema fazem parte do primeiro coletivo de pessoas dispostas a mudar o cenário da depressão no Brasil, o Coletivo #PodeContar. O grupo promoverá tours com debates e apresentações sobre depressão e empatia nas cidades de São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro em 27 de novembro, 4 e 12 de dezembro, respectivamente.
Foi criada ainda a plataforma #PodeContar, disponível em coletivopodecontar.com.br. No site são publicados conteúdos relevantes, segmentados entre páginas com informações para quem precisa de ajuda e quem está disposto a ajudar, como depoimentos de quem passou pelo tratamento, diferenças entre a depressão e ansiedade, textos sobre a doença, além da importância da empatia.
Com a curadoria da Medley, especialistas no assunto como Carmita Abdo e Táki Cordás – além de influenciadores digitais – elaboram conteúdos relevantes sobre assuntos relacionados à depressão e empatia para diversas plataformas, como podcasts.
Fonte: Medley, com Redação