O Ministério da Saúde tem alertado sobre o risco da volta de doenças que já circulavam no país, como é o caso do sarampo. A doença de natureza viral, pode ser prevenida pela vacina. Para reforçar o serviço de vacinação gratuita para as crianças que ainda não foram imunizadas, neste sábado (18), será realizado o Dia D de vacinação contra o sarampo e a poliomielite em todo o Estado do Rio de Janeiro.
A data é importante para aumentar a cobertura contra essas doenças, evitar o aumento de casos de sarampo e a reintrodução da poliomielite. A campanha nacional vai até o dia 31 de agosto e todas as crianças de um ano a menores de cinco devem se vacinar, independente da situação vacinal. A expectativa é imunizar cerca de 812 mil crianças.
Todos os postos de saúde dos municípios estarão de portas abertas ao longo do dia. Para a campanha, foram distribuídas às prefeituras um milhão de doses de vacinas contra o sarampo e mais um milhão contra a poliomielite. No município do Rio, das 8h às 17h, mais de 500 postos de vacinação – nas unidades de Atenção Primária ou em locais como escolas, igrejas, associações de moradores, entre outros locais – estarão à disposição da população.
Desde o início da campanha, em 6 de agosto, mais de 70 mil doses das vacinas já foram aplicadas. A meta é imunizar 95% da população alvo, o que representa 285,5 mil crianças. Em 2017, no Estado do Rio, a cobertura vacinal contra o sarampo foi 95% em crianças com menos de um ano e contra a poliomielite essa taxa ficou em 82%. Por isso, a importância do Dia D e demais fases da campanha para alcançar a meta.
Seguindo a recomendação do Ministério da Saúde, para a proteção contra a poliomielite, as crianças que não tomaram nenhuma dose durante a vida receberão a vacina VIP (Vacina Inativada Poliomielite). Já os menores de cinco anos que já tiverem tomado uma ou mais doses da vacina, receberão a VOP (Vacina Oral Poliomielite), a famosa gotinha.
Sobre o sarampo, todas as crianças receberão uma dose da vacina Tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba, independente da situação vacinal, desde que não tenham sido vacinadas nos últimos 30 dias.
Posto no West Shopping
Das 10h às 17h, o West Shopping participa do ‘Dia D’ de vacinação contra sarampo e poliomielite, em parceria com a Coordenadoria de Saúde – CAP 5.2, de Campo Grande. O atendimento será realizado no 1° piso (loja 169), próximo ao elevador social. É importante que os pais apresentem documento com foto e cartão de vacinação das crianças para facilitar o atendimento dos profissionais de saúde.
Erradicação desde 1990
Sarampo
Este ano, 16 casos de sarampo foram confirmados no estado do Rio de Janeiro, sendo 13 na cidade do Rio, dois em Duque de Caxias e um em Niterói. A Secretaria Estadual de Saúde vem trabalhando em parceria com os municípios, inclusive realizando vacinação de bloqueio.
A proteção contra o sarampo faz parte das vacinas Tríplice Viral e Tetra Viral, disponíveis conforme calendário de vacinação do Ministério da Saúde para crianças entre 12 e 15 meses. Devem ser vacinadas as crianças a partir de um ano e 4 anos 11 meses e 29 dias e adultos de até 49 anos que não tenham sido imunizados. Aqueles que tomaram as duas doses da vacina não precisam tomar nova dose.
Poliomielite
A vacina contra a poliomielite é segura e protege contra os dois sorotipos do poliovírus 1 e 3. A vacina não tem contraindicações e é recomendada, até mesmo, para as crianças que estejam com tosse, gripe, coriza, rinite ou diarreia. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil está livre da poliomielite desde 1990, portanto é fundamental que a população procure a vacina.
Vacinação contra o sarampo e pacientes alérgicos
Em posicionamento divulgado nesta quarta-feira (15), a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) esclarece que o sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmitida de forma direta por meio de secreções respiratórias. É extremamente contagiosa, mas que pode ser prevenida através da vacinação. As complicações infecciosas contribuem para a gravidade da doença, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade.
Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo. Atualmente, o país enfrenta dois surtos de sarampo, em Roraima e Amazonas. Além disso, alguns casos isolados e relacionados à importação foram identificados em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rondônia e Rio de Janeiro. Segundo dados do Ministério da Saúde foram confirmados 822 casos no Brasil até 23/07/2018.
Os principais sinais e sintomas da doença são: febre alta, acima de 38,5°C cefaleia, exantema máculo-papular, que surge inicialmente no rosto e atrás das orelhas, e posteriormente tornam-se difusas. Sintomas como tosse, coriza, conjuntivite também são comuns. Manchas brancas que aparecem na mucosa bucal conhecida como sinal de Koplik, antecedem de 1 a 2 dias o aparecimento do exantema.
De acordo com os calendários de vacinação das sociedades brasileiras de Imunizações (SBIm) e de Pediatria (SBP), a vacinação rotineira para crianças deve ser realizada da seguinte forma: duas doses aos 12 e 15 meses de idade, podendo ser realizada com as vacinas tríplice viral ou tetra viral. Crianças, adolescentes e adultos que não receberam essas doses na infância e que não tiveram sarampo, devem ser vacinados a qualquer momento: duas doses com intervalo mínimo de 30 dias entre elas. A vacina tetra viral pode ser utilizada nos suscetíveis à varicela com até 12 anos. São considerados adequadamente vacinados aqueles que tiverem o registro de duas doses aplicadas a partir dos 12 meses de idade.
O sarampo confere proteção permanente, portanto, pessoas com histórico confirmado da doença não precisam se vacinar. Em caso de dúvidas, a vacinação está recomendada.
A prioridade do Programa Nacional de Imunizações (PNI) é a vacinação de crianças, adolescentes e adultos até 49 anos de idade. Considerando a epidemiologia e o histórico de vacinação no país, entende-se que, vacinando 95% desta população, a proteção coletiva é capaz de eliminar o sarampo. Portanto, o Ministério da Saúde disponibiliza duas doses da vacina para todos com menos de 30 anos (até 29 anos de idade) e dose única para aqueles 30 a 49 anos.
Na rede pública, são utilizadas vacinas tríplices virais (sarampo, caxumba e rubéola) de três diferentes laboratórios. Na rede privada, estão disponíveis as vacinas tríplices virais (sarampo, caxumba e rubéola) e tetra virais (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) de dois fabricantes.
A vacina tríplice viral apresenta quantidades desprezíveis de proteína de ovo. Em muitos estudos, pessoas com alergia ao ovo, mesmo aquelas com hipersensibilidade grave, tiveram risco insignificante de reações anafiláticas. Portanto, não há contraindicação ao uso da vacina tríplice ou tetra viral em pacientes com história de alergia grave ao ovo. Testes cutâneos com a vacina não estão recomendados.
Em 2014 foram documentados alguns casos de crianças alérgicas ao leite que tiveram anafilaxia após receberem a vacina tríplice viral do fabricante Serum Institute of India. Após a investigação dos casos observou-se que a vacina continha traços de lactoalbumina na sua composição. A orientação do Ministério da Saúde naquele momento foi de que as crianças com APLV recebessem outra marca de vacina tríplice viral. Entendemos que pacientes com APLV grave não devem receber a vacina tríplice viral produzida pelo laboratório Serum Institute of India, uma vez que existe a possibilidade de utilização da vacina de outros produtores sem a presença da lactoalbumina.
Pessoas com história de alergia grave após aplicação de dose anterior das vacinas ou a algum de seus componentes tem contraindicação de doses futuras até que o caso seja avaliado adequadamente pelo médico.
Devemos considerar a imunização passiva através da administração de imunoglobulina hiperimune se houver contraindicação da vacinação em indivíduos suscetíveis expostos à infecção há menos de seis dias, com o objetivo de prevenir ou reduzir complicações da doença. Sendo assim, a imunoglobulina está indicada para os contatos suscetíveispróximos e/ou domiciliares de pacientes com suspeita de sarampo. A sua administração deve ser considerada especialmente em crianças menores de seis meses, gestantes e indivíduos imunocomprometidos.
Pode-se dispensar a aplicação da imunoglobulina para os pacientes que façam uso rotineiro de imunoglobulina endovenosa (100 a 400 mg/kg de peso), se a última dose tiver sido aplicada dentro de três semanas antes da exposição.
Não existe tratamento específico para o sarampo. A vacinação é a melhor maneira de prevenir a doença.
Saiba mais no portal do Ministério da Saúde: http://portalms.saude.gov.br/