Fredy Machado foi um workaholic boa parte de sua vida e sofreu na carne a insatisfação gerada pelo mundo corporativo, quase sucumbindo a um mal súbito, provocado por uma angina, enquanto fazia um curso nos Estados Unidos. Ele mesmo conta: “O corpo gritou. Eu tinha um ritmo insano de trabalho e quase não via a minha família. quando cheguei na universidade para um curso, senti um mal-estar estranho que me levou ao hospital. Era hora de repensar”.
O susto o levou a diminuir o ritmo e a começar a pesquisar a infelicidade no trabalho. Seu estudo resultou no livro ‘ É possível se reinventar e integrar a vida pessoal e profissional’, lançado recentemente pelo selo Benvirá, da Editora Saraiva. Em suas pesquisas através do aplicativo Survey Monkey, o autor descobriu que mais da metade dos brasileiros estão infelizes no trabalho.
“A pesquisa foi realizada em 2017 num universo com mais de 300 profissionais entre 26 e 60 anos, de 21 estados brasileiros. Quase 37% dos profissionais pesquisados (todos do sexo masculino) estão infelizes com o trabalho que realizam e aproximadamente 65% gostariam de fazer algo diferente do que fazem hoje para serem mais felizes”, conta. Esse estudo revela uma realidade preocupante hoje no mercado de trabalho e algo precisa ser feito para mudar esse cenário, alerta o autor.
De posse destas informações, Fredy decidiu contar sua experiência pessoal, unindo-a à pesquisa empreendida no livro. E garante ser possível se reinventar e integrar de forma positiva os lados pessoal e profissional da vida. Os grandes obstáculos para alcançar este tipo de plenitude profissional e pessoal estariam na falta de conhecimento profissional, bem como na ausência de um objetivo claro de vida, capaz de unificar ambos os lados.
Mundo corporativo causa depressão
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a depressão no mundo corporativo será a segunda principal causa mundial de afastamento de profissionais no mundo até 2020. No Brasil, estima-se que 5,8% da população tenha a doença. A Previdência Social registrou, em 2016, o afastamento de 75,3 mil trabalhadores por causa de quadros depressivos —37,8% do total de licenças por distúrbios psíquicos. O país é o quinto no planeta em número de casos. As empresas hoje gastam aproximadamente R$ 206 bilhões anualmente com a depressão de colaboradores.
Fredy acredita que é possível passar de uma trajetória desbalanceada e sem integração, para uma vida na qual as atividades de casa e do trabalho estejam e sintonia e convivam em harmonia. “Há inúmeros exemplos de pessoas que trabalharam duríssimo ao longo de suas vidas em nome de um objetivo maior, que extrapolava suas ambições meramente individuais e traz benefícios para a comunidade”, afirma o executivo especializado em gestão estratégica, finanças, comunicação e marketing.
Fredy iniciou sua vida profissional aos 14 anos na empresa de engenharia da família, onde conquistou espaço até se tornar CEO da empresa – a 8ª maior de construção e montagem do Brasil, com mais de sete mil funcionários e faturamento próximo a R$ 1 bilhão. Em 2013, após processo de seleção, ingressou no curso OPM (Owners President Management Program), na Harvard Business School. Fredy se viu numa situação limite de tanto trabalhar e sofrer pressões no trabalho, que quase o levaram à morte: teve um mal súbito, diagnosticado como angina.
No livro, ele fala sobre como diminuiu seu ritmo de trabalho, como e por que parou para refletir sobre suas ações. “Quero inspirar outros profissionais para que façam um mergulho em si mesmos e descubram seu propósito de vida, mostrando que é possível ter uma vida plena, e encarar as atividades profissionais e pessoais de forma prazerosa, capazes de proporcionar a felicidade ao profissional e à família. Desejo que conquistem isso sem ter de passar por uma UTI, por casamentos desfeitos, por desentendimentos e solidão, o que costuma ocorrer, muitas vezes”, alerta.
Segundo ele, a falta de integração entre a vida profissional e pessoal é a principal inimiga da criatividade, da produtividade e faz adoecer”. E faz um convite ao leitor a fazer um diagnóstico da própria rotina, perguntando-se: “Qual foi a última vez que dormi sorrindo depois de um dia trabalho? Quando foi a última vez que dediquei tempo para ouvir o que meus filhos fizeram durante o dia ou para conversar com alguma outra pessoa importante para mim?”.
Dá o que pensar e o que responder. Até domingo que vem.
SERVIÇO
Livro: É possível se reinventar e integrar a vida pessoal e profissional
Autor: Fredy Machado
Páginas: 320
Preço: R$ 39,90
Editora: Saraiva
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