Nos dias 20 e 21 de setembro, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) será transformado em um grande espaço de celebração da vida, da cultura e da sustentabilidade. A sétima edição do Festival LivMundi, uma das principais iniciativas voltadas à difusão da pauta socioambiental, traz o tema “Dança das Águas”, convida o público a viver uma experiência plural e transformadora, com atividades gratuitas que estimulam a reflexão, o encontro e o engajamento em torno de um futuro mais justo e regenerativo.
A programação ampla e gratuita que conecta cultura, espiritualidade e meio ambiente. Serão dois dias inteiros de oficinas, diálogos, atividades de bem-estar, apresentações culturais e shows que unem conhecimento, bem-estar e diversão. O melhor de tudo: a entrada é totalmente gratuita. Os ingressos já estão disponíveis gratuitamente pelo site livmundi.com e pela plataforma Sympla.
Com forte conexão com a natureza, o LivMundi sempre buscou ocupar espaços que convidam à reflexão sobre nossa relação com o planeta. Neste ano, o festival acontece às margens da Baía de Guanabara, um dos cenários mais emblemáticos do Rio de Janeiro e palco de importantes acontecimentos históricos e culturais. Realizado nos jardins e espaços do MAM Rio, o evento propõe uma imersão em que a paisagem e a própria cidade se tornam parte da experiência, ampliando os sentidos da programação.
Outro eixo fundamental da edição é a ancestralidade, que atravessa diálogos, oficinas e rodas de conversa do festival. Dos tambores afro-diaspóricos às cosmologias indígenas, o LivMundi cria um espaço de encontro entre saberes tradicionais e contemporâneos, mostrando como espiritualidade, arte e práticas coletivas são caminhos para imaginar futuros mais justos e regenerativos.
O tema de 2025, “Dança das Águas”, convida a refletir sobre os fluxos que atravessam corpos, territórios e ecossistemas. Em um momento marcado pela escassez hídrica e pelas mudanças climáticas, o festival propõe vivências que celebram a água como direito, cuidado e transformação, articulando ciência, arte e entretenimento em uma programação ampla e intergeracional.
A água é um elemento central da vida, que conecta dimensões ambientais, sociais e espirituais. Em tempos de escassez, crises climáticas e disputas por recursos, o festival convida o público a reconhecer o valor da água como direito, movimento, cuidado e transformação – e a imaginar caminhos mais fluidos, coletivos e sensíveis para o futuro.
Impacto das mudanças climáticas
Intervenção artística “Corpos D’Água” integra a programação do Festival LivMundi
Dentro desse contexto, Corpos D’Água reúne artistas brasileiros em uma criação coletiva movida por mergulhos, intuições, descobertas, escutas e criações livres, afirmando a potência da arte como espaço de sensibilidade e resistência. Com curadoria e direção artística de Batman Zavareze e assistência de direção de Be Leite, a intervenção é resultado de uma residência que reuniu cinco artistas de diferentes origens e trajetórias.
Em diálogo com o tema da edição, “Dança das Águas”, Corpos D’Água propõe uma travessia sensível, um encontro de marés que tem como inspiração a frase de Conceição Evaristo, autora de “Olhos d’Água”: “O importante não é ser o primeiro ou a primeira. O importante é abrir caminhos. Caminhos abertos. Águas em movimento.”
Cinco artistas compõem a seleção:
- Mayara Ferrão, baiana, mulher negra, criadora de imagens densas em camadas, com ilustrações e pinturas que carregam ancestralidade em cor e presença, potentes e simbólicas como rios voadores;
- Lore Anacleto, que traduz a dança como gesto líquido e poético;
- Clickbycria, jovem fotógrafo nascido na comunidade Santo Amaro e integrante do coletivo 2050, que enxerga na Baía de Guanabara um horizonte de futuros;
- Lucas Ururahy, escultor, pintor, músico, cenógrafo, inventor e poeta, multiartista com raízes na Baía de Sepetiba, que traduz o mundo em matéria poética com a sensibilidade de quem transvê; e
- Nelson Crisóstomo, de São Gonçalo, que traz em sua pintura a ancestralidade em cada gesto e palavra, guiado pela intuição, lembrando que a travessia é mais importante do que a chegada, com um olhar que se ergue como um farol.
Nos dias 20 e 21 de setembro, das 9h30 às 21h (sábado) e das 9h às 19h (domingo), o Festival LivMundi 2025 recebe a intervenção artística Corpos D’Água, apresentada no Jardim Copacabana do MAM Rio. No domingo, 21/09, às 16h, haverá ainda uma roda de conversa, na programação dos Diálogos LivMundi, sobre o processo criativo de Corpos D’Água, com Zavareze, Be Leite e os artistas participantes.
Padre Júlio Lancelotti e Rodrigo França entre os destaques
O público poderá vivenciar uma diversidade de experiências ao longo do fim de semana. Estão previstas atividades como os Diálogos LivMundi – conversas sobre ancestralidade, espiritualidade e sustentabilidade – , oficinas de xilogravura, perna de pau, amuletos e instrumentos infantis, práticas de Kemet Yoga (yoga africana) e oficinas de dança.
Estão entre os convidados confirmados da edição o Padre Júlio Lancellotti, referência na luta por direitos da população em situação de rua; Giovanna Nader, comunicadora e defensora da moda sustentável; Sonia Bridi, jornalista especializada em meio ambiente e direitos humanos; André Trigueiro, referência em jornalismo ambiental, que une ética e espiritualidade em sua trajetória; e Rodrigo França, artista multidisciplinar e autor de obras que abordam educação, cultura e representatividade negra.
Na programação musical, o cantor Zé Ibarra, vencedor do Grammy Latino com a banda Bala Desejo, também está confirmado. Entre os destaques da programação artística, o Festival também recebe uma performance musical inspirada no espetáculo “Azira’i”, com o qual Zahỳ Tentehar conquistou o Prêmio Shell de Melhor Atriz em 2024.
A sétima edição do LivMundi ainda conta com a Feira de Moda e Design Empact e a presença da Junta Local, valorizando a gastronomia artesanal e de pequenos produtores. Sessões de cinema, programação infantil e outras atividades de bem-estar completam essa proposta múltipla e acessível.
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Oficinas, cinema, brincadeiras e atividades de bem-estar fazem parte da programação do festival
Entre seus destaques permanentes, o festival oferece uma agenda especial voltada para as crianças, reafirmando a infância como protagonista em experiências de aprendizado, encantamento e reconexão com a natureza. Ao longo dos dois dias, o público infantil poderá vivenciar atividades que unem saberes ancestrais, artes, brincadeiras tradicionais e práticas de bem-estar.
São sessões de cinema, oficinas, rodas de brincadeira e experiências lúdicas que estimulam a criatividade e a coletividade, reforçando a importância de cultivar desde cedo uma relação mais justa e sensível com o planeta.
Sábado (20 de setembro)
O sábado começa com a exibição de “A Arca do Ziraldo”, série dirigida por Rozane Braga com direção artística de Luís Igreja. No episódio Aramizade, os personagens Tininim e Alice embarcam em uma aventura pela Mata do Cafundó para salvar uma ararajuba ameaçada de extinção. A trama mistura fantasia e reflexão ambiental, mostrando como a amizade e a cooperação podem ajudar a enfrentar desafios. A sessão será seguida de uma roda de conversa com os criadores.
Ao longo do dia, oficinas convidam as crianças a explorar ritmos, gestos e cores de forma criativa. Em “Mergulhando nas Brincadeiras Tradicionais Brasileiras”, cantigas como ciranda, carimbó e cacuriá resgatam memórias afro-indígenas e o valor do brincar como direito. Já em “Brincar Tambô – Ritmos que Nascem da Gente”, do coletivo Kekere Infâncias, os pequenos confeccionam instrumentos e exploram percussões para fortalecer vínculos afetivos e culturais.
A oficina “Terra que Vira Rio” propõe pintura com tintas naturais feitas de terra e plantas, em uma vivência sensorial que transforma elementos da natureza em cores e paisagens inventadas. Para encerrar, a Palhaça Amora comanda a “Brincadeira Mirabolhante”, onde slime, trapalhadas e improvisos se transformam em uma oficina de bolhas de sabão gigantes, misturando humor, interação e poesia.
Domingo (21 de setembro)
No domingo, as crianças assumem o protagonismo da reflexão climática na MINICOP, iniciativa do Instituto Alana que propõe uma “conferência do clima das crianças”. Inspirada no modelo de Balanço Ético Global, a atividade coloca os direitos da infância no centro da governança climática, incentivando escuta, participação e representação infanto-juvenil.
Outras oficinas aprofundam o vínculo entre ancestralidade e criação. Em “Nas Águas da Kalunga”, as crianças vivenciam tambores, cantos e danças que remetem às narrativas banto lançadas ao mar durante o tráfico negreiro, em uma experiência de memória e resistência afro-diaspórica. Já em “Abayomi – Confecção Surgindo das Águas de Jacarepaguá”, a confecção coletiva de bonecas pretas sem cola ou costura se transforma em um mergulho criativo em identidade, ancestralidade e imaginação.
O bem-estar também ganha espaço com a “Aula de Movimento com Márcio Adriani”, que reconecta corpo e ambiente por meio de brincadeiras, e a oficina “Yoga e os Jogos Teatrais”, inspirada no musical As Aventuras do Menino Iogue, em que crianças aprendem posturas e respirações de forma lúdica, unindo teatro e prática corporal.
‘Acesso democrático a saberes fundamentais para quem vive o agora’
Criado em 2016, o LivMundi se consolidou como um espaço de trocas e experiências que conectam sustentabilidade, justiça climática, diversidade, saúde, arte e educação. Ao longo de sua trajetória, já impactou mais de 116 mil pessoas em mais de 350 atividades gratuitas. Neste ano, o Festival será realizado pela primeira vez no MAM Rio, um dos espaços culturais mais emblemáticos da cidade.
O Festival LivMundi vem, desde 2016, oferecendo acesso democrático a saberes fundamentais para quem vive o agora. Acreditamos que experiências como as que o LivMundi proporciona são as mais eficazes para despertar a consciência crítica coletiva sobre como estamos vivendo. Queremos cultivar relações mais saudáveis e justas entre nós, com outros seres e, sobretudo, com a nossa casa comum, a Terra”, afirma Luciane Coutinho, idealizadora do festival.
A curadoria da edição reúne seis profissionais de trajetórias potentes e complementares, com repertórios diversos que incluem arte, ciência, filosofia, jornalismo, cosmologias indígenas e afrofuturismo: Batman Zavareze, Kananda Eller, Morena Mariah, Paulina Chamorro, Renato Noguera e Zahỳ Tentehar. Juntos, eles participaram de uma imersão criativa que marcou o início do processo curatorial, ao lado do líder indígena Ailton Krenak, convidado especial desta edição e parceiro de longa data do Festival.
A programação completa com os horários, pode ser conferida no site. Os ingressos já estão disponíveis gratuitamente pelo site livmundi.com e pela plataforma Sympla.