Nosso foco é proteger adolescentes e jovens adultos que não tiveram a oportunidade de se vacinar na idade recomendada. O HPV é uma ameaça silenciosa, mas a vacina é segura, eficaz e gratuita. Queremos mobilizar toda a rede de saúde e educação para alcançar o maior número de pessoas possível”, frisa a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS) também anunciou que está intensificando suas estratégias na captação e vacinação contra o vírus HPV. Seguindo orientações do Ministério da Saúde, a vacina está disponível para meninos e meninas de 9 a 19 anos em todas as 240 unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) da cidade do Rio.
Apesar dos esforços da SMS, no município do Rio a cobertura vacinal contra o HPV está atualmente em 75,62% das meninas na faixa etária preconizada e em 63,10% dos meninos. O alerta é para pais e responsáveis de quem ainda não se vacinou”, informou a pasta.
Vacinação em escolas, shoppings e locais de grande circulação
A SES-RJ orienta a vacinação em unidades de saúde, e, quando possível, ações em escolas de ensino médio, fundamental, instituições de ensino superior, shoppings e em locais de grande circulação. Caso não seja possível vacinar, os municípios podem conscientizar os responsáveis e jovens sobre a importância da imunização e direcioná-los ao polo mais próximo.
A Prefeitura está levando a vacina para as escolas e também temos os Super Centros de Vacinação, que funcionam todos os dias e em horários especiais. Não tem desculpa para não levar as crianças e adolescentes para se vacinar”, orienta o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
Além desse público, adultos com imunossupressão — como pessoas vivendo com HIV, transplantados e indivíduos com outras condições específicas —, assim como vítimas de violência sexual, também podem receber a vacina pelo SUS até os 45 anos, conforme recomendação do Ministério da Saúde.
Vacina é segura e eficaz, garante secretário
A vacina HPV quadrivalente está disponível pelo SUS desde 2014 e é aplicada em dose única. Quanto mais cedo a vacina é aplicada, melhor a resposta de proteção, por isso a faixa etária adotada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).
A vacina contra o HPV é eficaz e segura. É preciso que os pais levem seus filhos e filhas de 9 a 19 anos para se vacinar. É gratuito e imediato. Cuidar da saúde é preservar a qualidade de vida”, reforça Daniel Soranz.
Para facilitar o acesso à imunização, as equipes da SMS atuam na rede municipal de ensino com o Programa Vacina na Escola. Esta ação consiste em atualizar as cadernetas de vacinação de crianças e adolescentes nas escolas da cidade, contribuindo para recuperação e expansão das coberturas, incluindo contra o HPV.
Também são realizadas atividades educativas e de conscientização. A edição de 2025 do programa teve início em março e o planejamento é ultrapassar a marca de 1.550 escolas até o fim do ano, incluindo as da rede particular que desejarem participar.
A vacinação ocorre de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h em todas as 240 unidades de Atenção Primária; e de domingo a domingo nas duas unidades do Super Centro Carioca de Vacinação: a de Botafogo (Rua General Severiano, 91) funciona diariamente das 8h às 22h, incluindo feriados; e a de Campo Grande, no ParkShoppingCampoGrande, segue o horário do centro comercial.
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Campanha amplia a faixa etária de imunização e reforça a importância da prevenção contra infecções e cânceres causados pelo vírus
Foto: Freepik
O Ministério da Saúde reforçou, neste ano, a campanha de vacinação contra o HPV (papilomavírus humano), ampliando o público-alvo da imunização. Adolescentes de 15 a 19 anos também podem receber a dose única pelo SUS, que, até então, era direcionada a meninas e meninos dos 9 aos 14 anos.
De acordo com o órgão, a medida visa recuperar a cobertura vacinal entre jovens que não foram imunizados anteriormente, com prioridade para os 120 municípios que concentram os maiores índices de não vacinação. A nova diretriz contempla a adoção de esquema de dose única, seguindo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
O objetivo é aumentar a cobertura vacinal entre adolescentes, imunizando 90% dessa faixa etária que ainda não recebeu nenhuma dose da vacina. As datas e os locais de vacinação podem variar de acordo com a região. No Distrito Federal, por exemplo, a vacinação para esta faixa etária foi prorrogada até dezembro de 2025. Já em João Pessoa, seguirá até o dia 17 de setembro.
A coordenadora-geral de Incorporação Científica e Imunização da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Ana Catarina, destaca que os adolescentes não vacinados representam um problema global, tendo em vista que, além das consequências para a própria saúde, são potenciais transmissores do HPV.
O desafio é grande porque esse público, dificilmente, procura os serviços de saúde para se vacinar. Por isso, estamos reforçando a vacinação em escolas e outras estratégias para alcançar essa população”, destaca.
Vacinação é a forma mais eficaz de proteger contra cânceres causados por HPV
A forma mais eficaz de garantir a proteção contra o vírus e os cânceres causados por ele, é através da vacinação. Um gesto simples e rápido pode reduzir em até 87% a incidência do câncer de colo do útero, indicam estudos recentes..
Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) reforçam a relevância da imunização: o câncer do colo do útero é o terceiro mais frequente entre as mulheres brasileiras, excluídos os tumores de pele não melanoma, com cerca de 17 mil novos casos estimados por ano. Esse número representa uma incidência de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres.
O câncer de colo de útero é o terceiro tipo de tumor mais frequente na população feminina. De acordo com o Inca, estima-se a ocorrência de 17.010 novos casos da doença para cada ano do triênio 2023-2025.
Entre os homens, embora o câncer de pênis seja menos incidente — cerca de 1,3 caso a cada 100 mil habitantes —, o impacto também é grande. Entre 2007 e 2022, foram realizadas 7.790 amputações penianas pelo SUS, em decorrência da doença.
Desafio é enfrentar a hesitação vacinal e o vírus da desinformação
Além da via sexual, o HPV pode ser transmitido por meio de contato direto com áreas infectadas da pele ou mucosas. Por isso, a vacinação é considerada uma medida preventiva fundamental, e especialistas em pediatria e ginecologia infantil devem orientar pais e responsáveis sobre a importância da imunização precoce em meninas e meninos, ainda na infância ou pré-adolescência.
De acordo com o Ministério da Saúde, a vacina enfrenta resistência por parte de algumas famílias, impactadas por informações falsas. Boatos sobre supostos riscos à saúde infantil contribuem para a hesitação, embora o imunizante seja comprovadamente seguro e ofereça proteção ao longo da vida.
A conscientização sobre o tema também é um desafio entre os jovens. Estudo da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), publicado na revista Public Health Nursing, revelou que 45,54% dos adolescentes brasileiros não conhecem a vacina contra o HPV.
Saiba como identificar e tratar o HPV
Existem mais de 200 tipos de HPV, alguns deles causam verrugas genitais e outros mais graves podem provocar câncer. Um estudo feito recentemente na Inglaterra aponta que a vacinação pode reduzir em 87% as taxas de câncer de colo de útero. A prevenção é aliada ao uso de preservativos, que reduzem o risco de contágio
Embora muitas infecções por HPV sejam assintomáticas, há sinais que podem indicar a presença do vírus. Segundo informações da Rede D’or, os sintomas mais comuns incluem verrugas genitais, coceira, desconforto local e formação de placas.
Nas mulheres, as verrugas costumam aparecer nos pequenos e grandes lábios, na vulva ou no colo do útero. Já nos homens, podem surgir na cabeça ou no corpo do pênis e também na bolsa escrotal. Em ambos os sexos, também podem se manifestar em áreas como o ânus ou a cavidade oral.
Colposcopia x colonoscopia
Por não apresentar sintomas nas fases iniciais, o HPV costuma ser diagnosticado durante exames ginecológicos de rotina, como o papanicolau. Em caso de alterações, o ginecologista pode solicitar uma colposcopia, exame indicado para avaliar o colo do útero, a vagina e a vulva.
Esse procedimento é, por vezes, associado erroneamente a exames intestinais. A colposcopia não deve ser confundida com o que é colonoscopia, que é voltada para o rastreamento de alterações no intestino grosso, como pólipos e tumores.
Enquanto o diagnóstico nas mulheres é feito principalmente pelo ginecologistas, nos homens cabe ao urologista. Caso a pessoa apresente lesões anais, também pode ser avaliada por um proctologista.
Como é feito o tratamento do HPV
O tratamento do HPV deve ser definido por um profissional de saúde, de forma individualizada, levando em conta aspectos como a extensão, a quantidade e a localização das lesões, além da disponibilidade de recursos e possíveis efeitos colaterais, conforme aponta o Ministério da Saúde.
As opções variam entre terapias domiciliares, como imiquimode e podofilotoxina, que podem ser aplicadas pelo próprio paciente, e procedimentos realizados em ambiente ambulatorial, a exemplo do uso de ácido tricloroacético (ATA), podofilina, eletrocauterização, excisão cirúrgica ou crioterapia. A escolha depende da avaliação médica e das necessidades de cada caso.
Entenda a doença
Tanto homens quanto mulheres podem ser infectados e transmitir o HPV. O HPV é uma infecção sexualmente transmissível comum que pode afetar ambos os sexos.
HPV em homens
Embora os homens frequentemente não apresentem sintomas visíveis da infecção, eles podem transmitir o vírus para suas parceiras sexuais. O HPV em homens pode causar verrugas genitais e, em alguns casos, aumentar o risco de câncer de pênis, ânus e orofaringe.
A vacinação contra o HPV é recomendada para meninos e meninas a partir de 9 anos de idade, com o objetivo de prevenir a infecção e suas complicações. A prevenção do HPV em homens inclui o uso de preservativos durante as relações sexuais e a vacinação.
HPV em mulheres
O HPV em mulheres pode causar verrugas genitais e aumentar o risco de câncer do colo do útero, vagina e vulva. A vacinação contra o HPV é recomendada para meninas e mulheres, e o exame preventivo (Papanicolau) é importante para detectar lesões precoces causadas pelo vírus.
A prevenção do HPV em mulheres inclui o uso de preservativos durante as relações sexuais, a vacinação e a realização regular do exame preventivo.
Com Assessorias