O Dia do Amigo, celebrado em 20 de julho,  convida à reflexão sobre a importância dos vínculos afetivos na promoção da saúde integral. Estudos recentes reforçam que ter amigos verdadeiros pode ser tão benéfico quanto um tratamento preventivo. Os laços profundos não apenas geram bem-estar emocional, como também ajudam a reduzir sintomas de ansiedade, depressão e até os índices de mortalidade precoce.

A data ganha um novo significado este ano. Em 2025, mais do que uma data simbólica, ele se conecta a uma pauta urgente e reconhecida globalmente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) acaba de declarar a conexão social como prioridade de saúde pública, ao lado da saúde física e mental. A declaração veio acompanhada do, que trata o isolamento como uma ameaça real à saúde e até à longevidade.

Entre 2014 e 2023, 15,8% da população mundial relataram sentir solidão. Entre adolescentes mulheres, o índice sobe para 24,3%. Em 2023, a OMS trouxe dados alarmantes, indicando que um em cada quatro idosos está isolado e que entre 5% e 15% dos adolescentes da geração Z sofrem com a falta de vínculos sociais.

Estima-se que a solidão tenha causado 871 mil mortes por ano entre 2014 e 2019. A desconexão social afeta diretamente a saúde física, a saúde mental, a produtividade e o desempenho escolar e profissional.

Embora esse problema pareça associado a países de primeiro mundo, a instituição afirma que as taxas são similares em todas as regiões. E anunciou a criação de uma Comissão de Conexão Social para combater uma epidemia global de solidão.

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Amizade fortalece saúde mental e emocional, apontam estudos recentes

Especialistas reforçam que laços afetivos profundos reduzem estresse, ansiedade e até índices de mortalidade

Segundo o psicólogo Luti Christóforo, conexões sociais sólidas funcionam como pilares da saúde mental. “Relações verdadeiras oferecem suporte, pertencimento e funcionam como rede de proteção contra as pressões emocionais do dia a dia”, afirma. Pesquisas recentes apontam que amizades estimulam a liberação de neurotransmissores como serotonina, dopamina e ocitocina — substâncias que promovem bem-estar, reduzem o estresse e fortalecem a sensação de felicidade.

Uma meta-análise publicada em 2023 reuniu evidências de que grupos estruturados de amizade reduzem significativamente sintomas depressivos. Já o projeto “Friendship Benches”, implementado no Reino Unido, alcançou até 80% de queda nos sintomas de depressão entre os participantes. Outro estudo, divulgado em janeiro de 2025, revelou que idosos com laços afetivos mantidos apresentaram 24% menos risco de mortalidade precoce.

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Terapia e amizade: papéis complementares

Apesar de seus benefícios, amizades profundas nem sempre são fáceis de construir. Barreiras emocionais como timidez, insegurança ou traumas podem dificultar os vínculos. Nesse cenário, a psicoterapia é uma aliada fundamental.

O processo terapêutico oferece escuta especializada, sigilosa e sem julgamentos — algo que, por mais bem-intencionados que sejam, os amigos nem sempre conseguem garantir”, explica Christóforo.

O psicólogo destaca que amizades e terapia não se substituem, mas se complementam: enquanto os amigos acolhem e acompanham, o terapeuta fortalece com técnicas e orientação emocional. Neste Dia da Amizade, a recomendação é clara: agradecer aos amigos que caminham conosco e também investir no autoconhecimento como forma de nutrir relações ainda mais saudáveis e duradouras.

Com Assessorias

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