A influenciadora e modelo Débora Porto, de 36 anos, convive com o lipedema,  uma condição crônica que causa acúmulo anormal de gordura, principalmente em pernas e braços. E a influenciadora não está sozinha: apesar de ainda ser pouco conhecido, o lipedema afeta aproximadamente 10% da população feminina.

Débora tem usado suas redes sociais para compartilhar sua jornada com o lipedema, buscando informar e educar sobre a condição, mostrando como é possível conviver com a condição através de exercícios adaptados, alimentação saudável e, em alguns casos, cirurgia. 

Apesar do desconforto, dores e inchaço típicos da doença, Débora conta que encontrou nos exercícios físicos uma ferramenta poderosa para manter sua saúde e autoestima. Débora tem compartilhado suas adaptações na prática de exercícios, priorizando atividades de baixo impacto e com foco na circulação, como musculação leve, caminhadas e pilates. 

Tem gente que acha que quem tem lipedema não pode se exercitar, mas é exatamente o contrário. Se eu fico parada, piora tudo!”, afirma Débora, que já precisou rever toda a sua rotina de treinos após sentir os efeitos negativos de exercícios inadequados.

Ela conta que os treinos de alta intensidade, como aulas de jump, foram um erro: “Já tentei fazer aula de jump e me arrependi. Parecia que minhas pernas iam explodir depois!”, relembra. A partir daí, passou a priorizar atividades de baixo impacto e foco na circulação, como musculação leve, caminhadas rápidas e pilates.

A musculação é minha aliada, mas preciso respeitar os limites do meu corpo. Faço exercícios que ajudam na circulação sem sobrecarregar, como agachamentos, cadeira extensora e treinos com elástico”, explica.

Entre os cuidados diários, o alongamento tem papel essencial: “Se não faço, sinto que meu corpo pesa mais e o inchaço aumenta”, diz ela. Além da rotina fitness, Débora destaca que alimentação anti-inflamatória e evitar longos períodos sentada são igualmente importantes no controle dos sintomas.

Com sua rotina adaptada, Débora usa as redes para compartilhar experiências reais com outras mulheres diagnosticadas com lipedema. “Não é frescura, é uma condição real. E ninguém melhor que nosso próprio corpo pra nos mostrar o que funciona ou não.”

Estudo revela por que pacientes com lipedema têm dificuldade em ganhar massa muscular

A descoberta fornece um critério importante para diferenciar o lipedema da obesidade – um dos principais motivos de confusão no diagnóstico da patologia

Um estudo conduzido por um grupo de especialistas holandeses lança luz sobre um tema ainda pouco explorado: as barreiras enfrentadas por mulheres com lipedema para ganhar massa muscular. A pesquisa compara a força muscular em pacientes com lipedema e com obesidade, utilizando os resultados para ajudar a distinguir entre uma e outra.

lipedema, condição crônica que afeta predominantemente mulheres, é caracterizado pelo acúmulo desproporcional de gordura em áreas como pernas e quadris, acompanhado de dor e inflamação. Embora os esforços terapêuticos geralmente se concentrem no manejo da gordura localizada nestas regiões e dos sintomas de dor, o estudo destaca a dificuldade no fortalecimento muscular, essencial para a mobilidade e a funcionalidade.

estudo foi realizado no Centro Holandês de Especialização em Medicina Linfovascular, em Drachten, e incluiu 44 mulheres com 18 anos ou mais, diagnosticadas com lipedema e com obesidade. Foram incluídas 22 mulheres com uma doença e 22 mulheres com a outra condição. Nenhuma intervenção foi realizada como parte do estudo.

conclusão é que as mulheres com lipedema apresentam fraqueza muscular nos quadríceps. Esta descoberta fornece um novo critério para diferenciar o lipedema da obesidade. “Agora cabe a nós, profissionais de saúde, aplicarmos técnicas para reverter este quadro”, diz um dos especialistas no tratamento clínico da doença, o cirurgião vascular Vitor Cervantes Gornati.

Além disso, os fatores como inflamação crônica, desequilíbrios hormonais e limitações físicas são grandes obstáculos no processo de ganho muscular para quem vive com lipedema. “Nosso objetivo é compreender como essas variáveis interagem e criar intervenções mais eficazes, tanto no âmbito do treinamento físico quanto da nutrição para melhorar esta parte”, afirma o Dr. Vitor.

Segundo ele, os músculos são importantes para a melhora estética, metabólica, funcional e proteção de articulações, por isso a recomendação é que estratégias específicas devem ser sempre buscadas pelas mulheres que sofrem com o lipedema.

Novo estudo aponta exercício físico como terapia para aliviar sintomas do lipedema

Natação e hidroginástica são algumas das atividades recomendadas pelo estudo para melhorar as dores de quem sofre com a doença

lipedema, uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura em determinadas áreas do corpo, ganhou um novo estudo este mês que pode potencializar o tratamento clínico da doença. O objetivo foi oferecer uma visão abrangente sobre a doença com foco específico na importância do exercício físico, não com foco no controle de peso, mas para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Intitulado “O Papel do Exercício Físico como Ferramenta Terapêutica para Melhorar o Lipedema”, o trabalho foi um consenso publicado pela Sociedade Italiana de Ciências Motoras e Esportivas (Società Italiana di Scienze Motorie e Sportive, SISMeS) e pela Sociedade Italiana de Flebologia (Società Italiana di Flebologia, SIF).

Esta é uma visão científica sobre o papel do exercício físico com uma abordagem não farmacológica no tratamento. O estudo nos mostra que é preciso mais pesquisas para que sejam feitas prescrições de atividades físicas para pacientes a longo prazo, mas o que se descobriu já é um grande avanço”, diz um dos principais especialistas em tratamento clínico do lipedema no Brasil, o médico cirurgião vascular Vitor Cervantes Gornati.

Vários tipos de exercícios, como os aquáticos e treinamento de força, por exemplo, demonstraram aliviar os sintomas das pacientes com lipedema. Além dos treinamentos de força, algumas atividades aquáticas são recomendadas para pacientes com lipedema como natação, corrida aquática e hidroginástica. “Além de oferecerem baixo impacto, melhoram a circulação, reduzem o inchaço e ajudam no fortalecimento muscular de forma suave e eficaz”, finaliza o Dr. Vitor.

Efeitos benéficos do exercício físico para quem tem lipedema
  • Modulação da função mitocondrial, ou seja, ajustar a eficiência das mitocôndrias, que são responsáveis por produzir energia nas células, contribuindo para um metabolismo celular saudável.
  • Modulação de parâmetros metabólicos;
  • Ativação da AMPK (enzima que atua como um “sensor energético” nas células, sendo ativada em situações em que há baixos níveis de energia);
  • Atividade anti-inflamatória;
  • Atividade antioxidante;
  • Melhora da vascularização (aumentando a perfusão e oxigenação do tecido);
  • Aumento da drenagem linfática e do fluxo venoso.
Prescrição ideal de atividades físicas para quem tem lipedema
  • Exercícios posturais (melhorar o alinhamento corporal, reduzir a dor e prevenir compensações musculares que podem agravar os sintomas);
  • Exercícios de fortalecimento muscular;
  • Treinamento de marcha (facilitar a mobilidade);
  • Reeducação neuromuscular (melhorar o controle e a coordenação muscular, e aliviar a dor);
  • Respiração profunda abdominal (ajudar na circulação e tensão muscular).

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Cirurgia de Yasmin Brunet aumenta comparações: “O lipedema é real, mas cada corpo é único”

O lipedema é uma condição crônica que afeta principalmente mulheres, caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura em certas áreas do corpo, como pernas e braços. Embora não haja cura, o tratamento adequado pode ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Além de cuidados com o corpo, incluindo a práticas de exercícios físicas e mudanças na alimentação, a cirurgia plástica pode ser necessária em alguns casos para remover o excesso de gordura e aliviar os sintomas, mas depende de avaliação médica já que o procedimento apresenta riscos e não é definitivo – a gordura corporal acumulada em determinadas partes do corpo pode voltar mesmo após a cirurgia.

A recente divulgação de que Yasmin Brunet, 36 anos, passou por uma cirurgia relacionada ao lipedema trouxe à tona discussões nas redes sociais sobre a condição. Em janeiro de 2024, a modelo afirmou durante uma conversa com os brothers do Big Brother Brasil que tinha lipedema e precisaria fazer cirurgia.

A influenciadora Débora Porto revelou recentemente que também está se preparando para realizar a cirurgia, etapa que considera importante no processo de cuidado com o próprio corpo. Ela relatou ter recebido em suas redes sociais diversas comparações com Yasmin após a notícia.

As pessoas acham que é tudo igual, mas cada corpo reage de um jeito. A Yasmin tem lipedema, sim, mas o dela é diferente do meu. A forma como o nosso corpo acumula gordura, a proporção e até os sintomas são distintos. Não dá pra comparar.”

Débora destacou que, embora as comparações possam parecer inofensivas, elas podem perpetuar desinformação sobre o lipedema — uma condição crônica que afeta principalmente mulheres e é frequentemente confundida com obesidade ou falta de atividade física. Para ela, a cultura de comparação corporal nas redes ainda precisa ser revista com mais responsabilidade e empatia.

 

Luta contra a lipofobia: lipedema causa impactos emocionais

Nos últimos meses, Débora tem usado sua visibilidade para alertar sobre os impactos físicos e emocionais do lipedema e também compartilhou experiências pessoais e a dificuldade de lidar com o julgamento social — aspectos que, segundo ela, ainda são pouco discutidos quando se trata da condição.

Ela iniciou uma luta para combater a lipofobia (preconceito contra pessoas com acúmulo de gordura) e tem denunciado comentários e atitudes preconceituosas que recebe em aplicativos de namoro e nas redes sociais, buscando conscientizar sobre a importância de entender o lipedema e não associá-lo a sedentarismo ou falta de cuidados. 
Débora Porto tem se dedicado a trazer visibilidade e informação sobre o lipedema, combatendo o preconceito e incentivando outras mulheres a cuidarem da saúde e bem-estar, buscando o tratamento adequado e adaptando suas rotinas para conviver da melhor forma com a condição.  A influenciadora enfatiza a importância de buscar ajuda médica especializada para o diagnóstico e tratamento do lipedema, além de buscar apoio em grupos e comunidades online para compartilhar experiências e encontrar suporte emocional. 

Com Assessorias

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