Com a volta às aulas, especialistas da  Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertam para a tendência de aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre crianças e adolescentes, especialmente entre 5 e 14 anos. O cenário do último Boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (13), revela que o aumento tem sido registrado principalmente no estado de Goiás e no Distrito Federal.

O retorno ao ano letivo, quando as crianças passam mais tempo em ambientes fechados, em maior contato e com menor circulação de ar, favorece a transmissão dos vírus respiratórios. Diante desse quadro, a pesquisadora do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella, recomenda que, caso a criança ou o adolescente apresente algum sintoma de síndrome gripal, evite ir para a escola.

A orientação é ficar em casa, em isolamento, recuperando-se da infecção, para evitar transmitir o vírus para outras crianças dentro da escola e, assim, quebrar a cadeia de transmissão desses vírus respiratórios”, disse Tatiana.

“Se não for possível manter a criança dentro de casa em isolamento, a recomendação é que, caso ela já tenha idade adequada, vá para a escola usando uma boa máscara, especialmente dentro da sala de aula”, completou.

A pesquisadora chamou a atenção ainda para a covid-19 que tem afetado principalmente a população mais idosa, mas também impacta as crianças pequenas e outros grupos de risco.

A gente pede que essas pessoas estejam em dia com a vacinação contra o vírus para evitar desenvolver as formas mais graves da doença. Além disso, é importante que essa população, principalmente as pessoas que residem em estados com aumento de casos de SRAG por covid-19, use máscaras em locais fechados e também dentro dos postos de saúde”, disse a pesquisadora.

No cenário nacional, a atualização mostra que os casos de SRAG continuam em baixa ou em queda na maioria dos estados da região Nordeste, Sudeste e também do sul do país. Em relação à região Norte (Amapá, Rondônia, Tocantins)  e também na região Centro-Oeste (Mato Grosso), a atualização verificou crescimento dos casos de SRAG associado à covid-19, especialmente entre os idosos.

Contudo, em alguns outros estados da região Norte, como Amazonas, Pará e Maranhão, a gente já tem observado o início de reversão desse crescimento e até mesmo queda do número de novos casos graves por covid-19”, informou a pesquisadora.

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Volta às aulas: momento pode aumentar infecções virais em crianças

Especialista oferece dicas de saúde para evitar contágio de doenças virais respiratórias

A volta às aulas é sempre um momento muito aguardado pelas crianças e pelos pais. Mas é necessário que os responsáveis garantam um retorno mais seguro para a saúde dos pequenos, reduzindo as chances de contaminação viral e infecções.

De acordo com o otorrinolaringologista Rodrigo Guimarães Pereira,   Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica e membro daAssociação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), a volta ao ambiente escolar requer a implementação de medidas preventivas para minimizar os riscos de transmissão de doenças virais respiratórias.

Não podemos subestimar a importância deste momento para a saúde escolar e como isso afeta a dinâmica familiar. À medida que as crianças interagem com pessoas fora do círculo familiar, é comum notar um estímulo no sistema imunológico”, acrescenta o especialista.

A mudança na rotina e a presença de doenças facilmente transmitidas são fatores que impactam diretamente a vida das crianças e daqueles que estão ao seu redor. E para auxiliar pais, alunos e professores, Dr. Rodrigo oferece orientações para minimizar os riscos de transmissão de doenças virais respiratórias:

  • Higienização frequente das mãos

Higienizar as mãos é fundamental na prevenção de diversas doenças infecciosas. Essa medida é considerada uma das mais importantes, tanto para a nossa saúde quanto para a saúde dos que estão ao redor. Com essa prática, é possível eliminar sujeiras, germes e bactérias que podem contribuir para o surgimento de doenças.

  • Evitar tocar o rosto

Tocar olhos, nariz e boca aumenta a probabilidade de contato com vírus. Evitar esse hábito é uma atitude preventiva significativa.

  • Higienização nasal

A mucosa nasal é uma barreira importante contra infecções. A higienização com soro fisiológico é importante nas crianças alérgicas, com obstrução nasal e/ou que apresentem secreções, pois mantém a mucosa nasal limpa, hidratada e ajuda a desobstruir o nariz.

  • Cobrir vias respiratórias ao tossir ou espirrar

Ao tossir ou espirrar, é crucial cobrir o rosto, por exemplo, utilizando a parte interna do cotovelo, para evitar a propagação de gotículas de saliva.

  • Limpeza regular de superfícies

Feita com água e detergente ou álcool, a higienização constante de superfícies e objetos de uso frequente, como materiais pedagógicos compartilhados, é crucial para eliminar microrganismos.

  • Não compartilhar objetos pessoais

Itens como garrafinhas, copos e talheres, devem ser de uso individual para evitar a transmissão de doenças contagiosas.

Além dos cuidados listados acima, é importante evitar que crianças e jovens com sintomas respiratórios frequentem ambientes coletivos, sem avaliação médica. Ao menor sinal de que a saúde está comprometida, é necessário a ida a um médico”, finaliza Guimarães.

Da Agência Brasil e ABORL-CCF

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