‘Quem não gosta de samba, bom sujeito não é; é ruim da cabeça ou doente do pé’, diz a letra de ‘Samba da Minha Terra’, de Dorival Caymmi. E no Rio de Janeiro, “terra do samba, da mulata e futebol”, é quase impossível resistir à infinidade de opções – do samba-canção ao samba de enredo.
Se a cidade já respira Carnaval o ano inteiro, com uma profusão de rodas de samba que se espalham de norte a sul, reunindo democraticamente pessoas de todas as cores, credos e classes sociais, quando se aproxima o período do fim de ano e o verão até o Carnaval (que por aqui dura pelo menos dois meses), apreciadores do ritmo fazem verdadeiras maratonas entre blocos de rua, rodas de samba, quadras das escolas, além, é claro, da Sapucaí.
No entanto, é bom ter cuidado com a saúde dos pés para enfrentar a dor e a delícia que é curtir horas inteiras ao som de um sambão ou sambinha, muitas vezes, de pé e no salto alto – caso de mulheres como a autora que vos escreve.
Dores nas plantas dos pés e no calcanhar, muitas vezes causadas por excesso de atividades físicas ou até mesmo de peso corporal, são as principais queixas dos pacientes no consultório de Paulo Frederico Carvalho, chefe da ortopedia do Hospital NotreCare, da Hapvida NotreDame Intermédica, no Rio, e especialista em cirurgia de pé e tornozelo.
Depois de muitas horas sambando, os pés podem sofrer com fadiga muscular, sobrecarga articular, bolhas, calosidades e até lesões mais graves”, diz o ortopedista e sambista. 
Ele dá uma dica fundamental para quem não quer ficar com problemas no pé e evitar lesões na hora de sambar: escolher o melhor calçado. “As mulheres geralmente gostam de sambar com salto alto, o que não é aconselhável. O sapato deve ser o mais confortável possível, leve e baixinho”, afirma.

Recomendações do médico-sambista para manter o samba no pé sem sofrer

Ao Vida e Ação, neste Dia Nacional do Samba (2 de dezembro), o especialista traz ainda uma coletânea de dicas práticas para cuidados com os pés. Tudo para aliviar os efeitos do esforço e promover a recuperação após se acabar no samba!

1. Massagem nos pés para melhorar a circulação sanguínea, aliviar pontos de tensão e prevenir câimbras:

-Use um creme ou óleo hidratante.
-Faça movimentos circulares com os dedos em toda a planta dos pés, focando no arco e calcanhar.
-Role uma bolinha (ex.: de tênis ou específica para massagem) sob os pés para estimular as áreas mais doloridas.

2. Faça um bom alongamento relaxante:

-Sentado, estique as pernas e puxe os dedos dos pés para trás, segurando por 15 segundos.
-Faça movimentos circulares com os tornozelos, alternando os sentidos.
-Alongue a panturrilha, apoiando o pé contra a parede com o calcanhar no chão e inclinando o corpo para frente.

3. Faça elevação dos pés:

-Deite-se e eleve os pés acima do nível do coração, apoiando-os em uma almofada ou na parede, por 15 a 20 minutos.

4. Faça aplicação de gelo (Crioterapia):

-Aplique nas áreas mais doloridas (como calcanhares ou planta dos pés) por 10 a 15 minutos, evitando contato direto com a pele para prevenir queimaduras.

5. Use calçados confortáveis e com boa absorção de impacto:

-Prefira calçados que não apertem os dedos e ofereçam suporte ao arco plantar.

6. Hidrate-se:

– Beba bastante água antes, durante e depois da atividade.
– Consuma alimentos ricos em potássio (ex.: banana) para ajudar na prevenção de câimbras.

7. Descanse adequadamente:

-Evite atividades de impacto por 24 a 48 horas após longos períodos sambando.

Com esses cuidados, seus pés estarão prontos para outra rodada de samba, reduzindo desconfortos e prevenindo lesões futuras!”, garante o médico.

‘A arte é essencial para trabalhar os dois hemisférios do cérebro’

No Dia Nacional do Samba (2 de dezembro), Dr Paulo – ou Paulinho do Cavaco, como é conhecido no mundo do samba – conta que conciliar a Medicina com a música nunca foi um problema para ele, que é graduado pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
A Medicina entrou na minha vida quando passei no vestibular. Há 25 anos, trabalho como ortopedista e já fiz centenas de cirurgias. Estou muito realizado com as duas atividades que exerço”, orgulha-se.
Para o ortopedista, ambas as funções se complementam. “A arte é essencial para o trabalho dos dois hemisférios do cérebro, o que ajuda na habilidade manual que desenvolve diariamente”, ressalta.

História de amor ao samba começou ainda na infância

A história de amor do ortopedista com o samba teve início nos anos 80, por intermédio da família, que ouvia bambas como Martinho da Vila, Paulinho da Viola e Almir Guineto. Aos dez anos, no entanto, Paulo passou a flertar com hits da Bossa Nova e começou a tocar violão por influência do tio paterno, violonista profissional.
Incentivado pelos vizinhos de um condomínio da Barra da Tijuca, bairro da Zona Oeste do Rio, onde cresceu e vive até hoje, Paulo trocou de instrumento e passou a se aventurar com o cavaquinho. Foi aí que o samba, definitivamente, fez morada em sua vida.
Era década de 1990. Eu estava com 17 anos. Meus colegas queriam que eu tocasse pagode para conquistar as meninas e animar as viagens que fazíamos na adolescência”, brinca o médico, hoje casado com Renata e pai de Paula e Pietra.
Foi com esses amigos que, em 2000, o médico-músico (ou seria o contrário?) formou o grupo de samba “Deu Branco”, apadrinhado pela cantora Beth Carvalho, espinha dorsal para a criação do Samba da Quinzena”, que já existe há dez anos e se apresenta para cerca de mil pessoas, a cada 15 dias, no Rio Sport Sunset, na Barra da Tijuca.
Armamos uma roda de samba no palco, durante quatro horas, onde passeamos pelo nosso repertório autoral e também tocamos pagode dos anos 1990, samba de raiz, MPB e samba rock”, conta o vocalista, cavaquinista e compositor da banda carioca, que tem quase 30 mil seguidores no Instagram.

Tem pra todo gosto: conheça tipos, estilos e gêneros do samba

O samba é um patrimônio cultural imaterial do Brasil e é celebrado no Dia Nacional do Samba, no dia 2 de dezembro. Mas se você só conhece o samba de raiz, o samba de enredo e o pagode, é bom se atualizar. Existem diversos tipos, estilos e gêneros de samba, entre os quais, destacamos: 
    • Samba-enredo: Subgênero que surgiu da ligação do samba com o Carnaval e é usado para puxar os desfiles das escolas de samba 
    • Samba-canção: Teve seu auge na Era de Ouro da música brasileira, entre 1930 e 1950 
    • Samba-choro: Sambas cantados com andamentos do choro e feitio melódico 
    • Samba-de-breque: Caracteriza-se por paradas súbitas, chamadas “breques”, que permitem ao cantor fazer comentários falados sobre o tema
    • Samba-joia: Também chamado de “sambão”, é um estilo que reúne elementos de samba, soul music, bolero e jovem guarda
    • Samba de raiz: estilo que retoma aquele clima de batuque de quintal, com a tradicional roda de samba de boteco e, principalmente, que traduzem o cotidiano dos morros e periferias.
    • Pagode: Variante do samba que surgiu no Rio de Janeiro na década de 70, com um ritmo repetitivo e instrumentos de percussão acompanhados de sons eletrônicos
Outros tipos de samba são:
  • Samba de morro
  • Samba carnavalesco
  • Samba de partido alto
  • Samba-exaltação
  • Samba de gafieira
  • Afro-samba
  • Samba-jazz
  • Samba-rock 
Com informações da Assessoria de Imprensa
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