Comemorado no dia 16 de novembro, o Dia Nacional de Atenção à Dislexia busca aumentar a conscientização sobre este transtorno específico da aprendizagem (TEAp)  que afeta cerca entre 5% e 17% das crianças em todo o mundo, segundo estimativas do Ministério da Saúde e da Associação Brasileira de Dislexia.

Considerada um transtorno do neurodesenvolvimento, a dislexia compromete as habilidades de leitura e escrita de um indivíduo. Hoje, o transtorno atinge cerca de 7 a 10 milhões de brasileiros, e a Inteligência Artificial tem se tornado cada vez mais uma ferramenta imprescindível na vida de pessoas acometidas pelo distúrbio.

O principal obstáculo para um disléxico realizar qualquer tarefa sempre terá uma relação direta com a necessidade de haver leitura e escrita para realizá-la, então, tendo isso em vista, utilizar a Inteligência Artificial como ferramenta para criação de conteúdo e de estratégias para facilitar a compreensão leitora – como solicitar resumos, elencar tópicos importantes e explicar com outras palavras – muda completamente o cenário cotidiano de disléxicos, podendo ainda ter conteúdos corrigidos e textos lidos pela IA.

E, para além do universo cotidiano de um disléxco, a IA também pode ser uma peça chave para a identificação precoce dos sinais da dislexia, por meio da análise de padrão de resposta desses indivíduos, facilitando o processo de avaliação e diagnóstico, o que qualificaria uma mudança considerável no cenário atual das pessoas com dislexia, que, segundo pesquisa do Instituto ABCD com a CISCO, demoram 8,6 anos para identificar o transtorno.

Identificar a dislexia de maneira precoce é importante porque o cérebro da criança pequena ainda é mais plástico e isso permite que ela se beneficie mais de uma intervenção. Quanto antes a dislexia for diagnosticada, menores serão a defasagem escolar e os impactos emocionais da criança e é justamente aí que IA pode desempenhar um importante papel.

Mais de 7 milhões de pessoas vivem com dislexia no Brasil

dislexia é um distúrbio de aprendizagem que afeta a capacidade de uma pessoa de ler, escrever e soletrar de forma precisa e fluente. De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia (ABC),dislexia pode afetar entre 5% e 17% dos estudantes em salas de aula ao redor do mundo.

A dislexia tem implicações significativas no processo de aprendizagem da leitura e, consequentemente, no bem-estar emocional. No entanto, o diagnóstico muitas vezes ocorre tardiamente, o que pode comprometer todo o desempenho acadêmico e o desenvolvimento socioemocional A condição, que é frequentemente diagnosticada em crianças em idade escolar, se manifesta como uma dificuldade na leitura e na escrita, sem comprometer a inteligência geral.

Na pesquisa “Reintroduzindo a Dislexia: Identificação Precoce e Implicações para a Prática Pediátrica”, publicada no Jornal Oficial da Academia Americana de Pediatria, é revelado que a Dislexia tem origem genética e hereditária, ocorrendo em até 68% dos gêmeos idênticos de indivíduos diagnosticados com o distúrbio e até 50% dos indivíduos que têm um parente de primeiro grau com transtorno.

Além disso, estudos indicam que alterações no processamento cerebral característico desse transtorno específico da aprendizagem são observadas antes mesmo do início do ensino formal da leitura. Em outras palavras, muito antes da criança apresentar dificuldades significativas no desenvolvimento escolar é possível identificar sinais de risco para dislexia. E, assim que identificados, a intervenção é recomendada.

Crianças com essa condição enfrentam, frequentemente, barreiras em suas jornadas educacionais, podendo fazer com que se sintam menos capazes do que seus colegas, afetando negativamente sua autoestima e autoimagem. Segundo um levantamento da Cisco e do Instituto IT Mídia, em conjunto com o Instituto ABCD, 80% das crianças e jovens com dislexia enfrentam tristeza, ansiedade e/ou baixa autoestima – porcentagem muito superior aos dados gerais da Organização Mundial da Saúde (OMS), que apontam algum problema de saúde mental em 20% das crianças e adolescentes.

Entenda como identificar os sinais da dislexia

Especialista pontua que o transtorno não tem cura, mas pode ser tratado para diminuir suas características

Os sintomas da dislexia costumam aparecer entre os 5 e 7 anos, quando as crianças começam a ser expostas às habilidades de leitura e escrita. Os principais sinais a serem observados incluem dificuldade em associar sons às letras, leitura lenta e hesitante, inversão de letras ou números, problemas com a compreensão de texto e erros ortográficos frequentes.

A fonoaudióloga Greicyane Castro, da Clínica Audilife, em Goiânia, a data é importante para levar o tema ao conhecimento da população. “A dislexia precisa de um nível de atenção e conscientização proporcional ao número significativo de pessoas que têm a condição. O acesso ao diagnóstico o mais cedo possível e o apoio educativo a todos os níveis de educação devem ser assegurados para que ninguém fique para trás”.

Segundo a fonoaudióloga, dificuldades no reconhecimento preciso e fluente de palavras, na decodificação e na ortografia são características comuns dos disléxicos, que costumam ser identificados com o início da alfabetização. “O diagnóstico é feito com uma equipe multiprofissional formada por fonoaudiólogo educacional, neuropediatra, neuropsicólogo e psicopedagogo. A criança precisa passar por, no mínimo, seis meses de intervenção intensiva e de qualidade antes do diagnóstico final”.

Para observar
Greicyane Castro elenca quais os sinais, em cada área que a dislexia pode afetar, que os pais e educadores devem observar nas crianças.

  • Sinais na Linguagem Oral:
    Dificuldade para nomear letras, números e cores;
    Dificuldade em atividades de aliteração e rima;
    Dificuldade para se expressar de forma clara.
  • Sinais na  leitura:
    Dificuldade para ler corretamente palavras;
    Erros no reconhecimento de palavras, mesmo as mais frequentes;
    Leitura oral devagar e incorreta. Pouca fluência, com inadequações de ritmo e entonação, em relação ao esperado para a idade e a escolaridade;
    Compreensão de texto prejudicada como consequência da dificuldade de decodificação;
    Vocabulário reduzido.
  • Na escrita:
    Erros de soletração e ortografia, mesmo nas palavras mais frequentes;
    Omissões, substituições e inversões de letras e/ou sílabas;
    Dificuldade na produção textual, com velocidade abaixo do esperado para a idade e a escolaridade.

 

Tratamento
Ainda segundo a especialista, a dislexia não tem cura, mas é possível tratá-la. “Por ser um transtorno do neurodesenvolvimento não tem cura. O tratamento fonoaudiológico é feito com base nas habilidades de aprendizagem e cognitivas. Quanto mais precoce for identificado, mais chances da criança apresentar menos prejuízos no futuro. Além das terapias em consultório, o fonoaudiólogo fará visitas frequentes à escola para entender a rotina de sala de aula do aluno. A partir delas, será possível montar adaptações individuais para serem feitas em atividades escolares e provas bimestrais”.

 

A importância do papel do pediatra na identificação precoce da dislexia

Os pediatras, como primeiro e principal ponto de contato no desenvolvimento infantil, podem desempenhar um papel vital nesse processo. Assim como a triagem para autismo foi incluída na caderneta de vacinação em 2022, uma alternativa para identificar sinais precoces de Dislexia também seria adotar o mesmo recurso por profissionais de saúde. Essa abordagem preventiva pode levar não somente a intervenções precoces, como ainda otimizar o desenvolvimento cognitivo, educacional e emocional das crianças.

No âmbito clínico, os pediatras têm a possibilidade de integrar avaliações de história familiar e questionários específicos durante as consultas pediátricas. O que permitiria identificar crianças em risco, direcionando-as a intervenções e avaliações mais detalhadas. O uso de “dias de triagem” focados em alfabetização nas clínicas pediátricas mostram-se uma estratégia eficaz para identificar precocemente fatores de risco para dislexia.

O envolvimento dos pediatras nas discussões nacionais sobre Dislexia é crucial quando se trata da identificação dos sinais precoce. Ele é o profissional que acompanha a criança durante todo o seu desenvolvimento. Atualmente, a análise de habilidades e competências relacionadas à aquisição de leitura e escrita não estão sendo abordadas nas consultas de rotina. Com o avanço das neurociências, sabemos quais são as habilidades precursoras da alfabetização.

Além disso, documentos nacionais normativos, como a Base Nacional Comum Curricular, trazem parâmetros importantes sobre quando deve ocorrer essa aprendizagem. Assim, não é preciso esperar a criança passar por anos de fracasso escolar para olhar com atenção para o processo de alfabetização. Entendemos que essa mudança na atuação dos pediatras pode garantir o direito fundamental que toda criança tem de aprender a ler e escrever.”, defende Juliana Amorina, diretora-presidente do Instituto ABCD.

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Família e rede de apoio: pilares da autoestima de crianças com transtornos xa aprendizagem

O papel da família e da rede de apoio no processo de aprendizagem e na construção da autoimagem de crianças com transtornos específicos da aprendizagem, como a dislexia, é de extrema importância.  Cada criança é única e suas necessidades também. No entanto, uma coisa é comum a todas: o papel insubstituível e fundamental que a família ocupa em sua vida e na construção de sua autoestima.

O Instituto ABCD, organização social sem fins lucrativos que se dedica a promover e divulgar conhecimentos que tenham impacto positivo na vida de brasileiros com dislexia e outros transtornos de aprendizagem, listou de que maneiras a família pode contribuir para a construção da autoestima de suas crianças com transtornos de aprendizagem:

Apoie sempre: Lembre-se de que a criança ou adolescente com dislexia precisa de acolhimento e suporte para enfrentar e superar as barreiras que lhe são impostas cotidianamente.

Valorize os acertos: Para quem tem dislexia é muito comum que sempre tenha um adulto indicando seus erros. Seja aquele que ressalta os avanços ao invés de enfatizar suas dificuldades.

Use uma comunicação acolhedora: Promover um ambiente onde as crianças se sintam à vontade para expressar seus sentimentos e preocupações é essencial para o seu desenvolvimento emocional.

Conheça a dislexia: Os membros da família devem se informar sobre os transtornos da aprendizagem específicos para conseguir apoiar o tratamento e auxiliar a criança na escola.

Promova a sensação de sucesso: Dê oportunidades para a criança realizar atividades de que gosta e nas quais tem sucesso.

Seja parceiro da escola: Mantenha a comunicação com os professores e com a escola para garantir que a criança tenha os suportes necessários para aprender. A Lei 14.254/21 assegura o acompanhamento integral e específico de educandos com dislexia e outros transtornos da aprendizagem nas escolas.

Uma rede de apoio amorosa, bem informada e acolhedora cria um ambiente propício para o crescimento e o desenvolvimento saudável das crianças, independentemente de suas habilidades e desafios individuais.

O papel da escola no processo de aprendizagem

Caracterizada pela dificuldade na leitura, na escrita e compreensão de textos, a dislexia exige atenção especial no ambiente escolar para que crianças e adolescentes com o transtorno recebam o suporte adequado em seu processo de aprendizagem. Segundo Tais Guimarães, diretora pedagógica da Legacy School, é essencial que a escola esteja preparada para identificar e apoiar alunos com dislexia.

Muitas vezes, a dislexia passa despercebida nos primeiros anos escolares, o que pode afetar o desempenho e a autoestima dos estudantes. Identificar precocemente esse transtorno e oferecer as adaptações necessárias faz toda a diferença no desenvolvimento acadêmico e emocional da criança”, explica Tais. Ela destaca que, no Brasil, muitas escolas ainda carecem de estrutura e treinamento para atender as necessidades desses alunos de forma plena.

A importância do apoio psicopedagógico

A psicóloga Cristiani Fonseca, pós-graduanda em Psicologia Escolar e Educacional, também da Legacy School, ressalta que o acompanhamento psicopedagógico é fundamental para ajudar crianças e adolescentes com dislexia a enfrentarem suas dificuldades e fortalecerem suas habilidades.

Muitos alunos com dislexia podem desenvolver insegurança e até ansiedade ao se sentirem diferentes dos colegas ou ao perceberem que precisam de mais tempo para realizar as atividades escolares”, afirma a psicóloga. Ela acrescenta que, na escola, o trabalho é integrado entre psicólogos e pedagogos, permitindo um atendimento personalizado para cada aluno.

Esse suporte, segundo Cristiani, envolve práticas de acolhimento e estratégias que auxiliam no processo de aprendizagem sem sobrecarregar o aluno. Estudos indicam que adaptações como o uso de textos reduzidos, aumento da fonte e espaçamentos, tempo estendido para a conclusão das avaliações, além de atividades multissensoriais podem ajudar significativamente.

Dislexia e adaptações na sala de aula

Estudos recentes reforçam a importância do apoio pedagógico diferenciado para alunos com dislexia. Uma pesquisa de 2021 da Universidade de Cambridge mostrou que crianças disléxicas que recebem apoio adaptado em suas escolas têm 40% mais chances de progredir academicamente em relação a colegas com dislexia que não contam com tais adaptações. Esse apoio pode incluir a utilização de recursos visuais, materiais auditivos e métodos de ensino individualizados.

Na Legacy School, Tais Guimarães explica que são aplicadas adaptações que vão desde a utilização de fontes mais acessíveis para leitura até o uso de tecnologias assistivas para atividades de escrita. “Queremos que esses alunos se sintam incluídos e que possam aprender de maneira confortável, respeitando seu próprio ritmo”, afirma Tais. A escola investe em treinamento contínuo para que os educadores entendam as particularidades do transtorno e saibam aplicar estratégias eficazes em sala de aula.

Construindo um Ambiente de Inclusão e Apoio

Para Tais e Cristiani, o Dia Nacional da Dislexia é uma oportunidade de lembrar da importância de construir ambientes educacionais inclusivos e livres de julgamentos. “Precisamos desmistificar a dislexia, tirando o peso que muitos alunos carregam por acharem que não conseguem acompanhar os colegas”, afirma Cristiani. Ela acrescenta que o ambiente escolar deve ser um espaço seguro, onde todos possam se desenvolver plenamente.

A conscientização sobre a dislexia e o incentivo a práticas educacionais inclusivas são passos essenciais para garantir que as crianças e adolescentes com o transtorno se sintam compreendidos e apoiados. Com essa visão, profissionais como Tais Guimarães e Cristiani Fonseca seguem trabalhando para que a educação brasileira avance na inclusão e adaptação de métodos que atendam às necessidades de cada aluno, celebrando a diversidade na sala de aula. Pois, entendem que é dever da Escola garantir o direito de aprender.

Novos tratamentos e a importância do diagnóstico precoce

Os tratamentos tradicionais para a dislexia envolvem uma abordagem multidisciplinar, combinando terapia fonoaudiológica, apoio pedagógico especializado e, em alguns casos, intervenção psicológica. A fonoaudiologia ajuda a criança a melhorar suas habilidades de leitura, compreensão e fluência verbal, enquanto programas educacionais personalizados utilizam métodos de ensino estruturados que associa estímulos visuais, auditivos e táteis.

Segundo a neurocientista Carolina Souza, pesquisadora do Hospital das Clínicas do grupo de distúrbios de movimentos da Faculdade de Medicina da USP, o diagnóstico da dislexia precisa ser precoce e o apoio multidisciplinar são fundamentais para melhorar a qualidade de vida de quem convive com a dislexia. “O diagnóstico precoce e intervenções adequadas podem fazer toda a diferença na trajetória acadêmica e social da criança”, afirma a neurocientista.

Nos últimos anos, a tecnologia tem desempenhado um papel crescente no tratamento de pessoas com dislexia com softwares de leitura assistida por inteligência artificial e aplicativos de reforço escolar. Uma nova abordagem que vem ganhando cada vez adeptos é a neuromodulação não invasiva que atua diretamente no cérebro para melhorar a capacidade de processamento da linguagem e das funções cognitivas.

Com as técnicas como a estimulação magnética transcraniana (EMT) e a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) que são capazes de modular a atividade cerebral em áreas associadas à leitura, escrita e reconhecimento de padrões linguísticos, ajudando no tratamento da dislexia.

Estudos recentes mostram que, quando combinada com terapias tradicionais, a neuromodulação pode potencializar os resultados, promovendo uma maior plasticidade cerebral e facilitando o aprendizado em crianças e adultos com dislexia”, afirma a neurocientista.

Dúvidas frequentes

O que é a Dislexia?

A dislexia é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta habilidades básicas de leitura e linguagem

Qual a Prevalência da Dislexia?

De acordo com a Associação Internacional de Dislexia (IDA, na sigla em inglês), a dislexia afeta 10% da população mundial. A associação calcula que haja mais de 700 milhões de pessoas disléxicas no mundo.

Dislexia é uma doença?

dislexia não é uma doença ou um transtorno da medicina, apesar de muitos neurologistas, geneticistas, psiquiatras, neuropsiquiatras e pediatras terem nos ajudado a aprender sobre esse transtorno. A dislexia é uma condição que requer tratamento e intervenção educacional. Não existem remédios para tratar ou curar a dislexia.

Como é feita a intervenção?

Não há prescrição de medicamentos para quadros de dislexia, e sim adaptações pedagógicas aliadas ao atendimento especializado de um profissional da área de saúde ou educação (psicólogo, fonoaudiólogo, psicopedagogo ou professor de educação especial).

O processo de intervenção varia de acordo com a dificuldade e as necessidades do indivíduo. O foco do trabalho interventivo deve ser fortalecer o processamento fonológico da pessoa com dislexia.

O Instituto ABCD recomenda a alfabetização estruturada que foque habilidades específicas que o disléxico precisa adquirir e/ou fortalecer. A pessoa com dislexia se beneficia do ensino explícito, direto, individualizado, multissensorial, sequencial, diagnóstico e preventivo.

Novo teste identifica sinais do transtorno em crianças e adolescentes

Avaliação facilita o diagnóstico precoce entre os 7 e 11 anos; principal proposta é identificar os sinais de desempenho escolar e neuro cognitivos

Conhecida como uma condição de origem neurobiológica, a Dislexia é um transtorno que impacta a aprendizagem da leitura. Manifesta-se na dificuldade em reconhecer palavras, bem como na compreensão de textos e velocidade de leitura. Com a finalidade de facilitar o diagnóstico em crianças e adolescentes, a Vetor Editora, referência em materiais e tecnologia para avaliação psicológica, lançou o primeiro Teste para Identificação de Sinais de Dislexia (TISD).
O Instituto ABCD, especializado em dislexia, aponta que 4% da população brasileira possui o transtorno que se revela principalmente na fase de alfabetização. “Sabemos da importância de oferecer apoio aos profissionais que atuam na linha de frente da promoção da saúde infantojuvenil. Por isso, agora contamos com esse instrumento que avalia o conjunto de habilidades frequentemente afetadas em jovens com dislexia, possibilitando encaminhamentos precoces, que são extremamente importantes para o tratamento”, explica o autor do teste Rauni Jandé Roama Alves.
De uso exclusivo para profissionais de psicologia, o TISD pode ser administrado a crianças e adolescentes do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. A principal proposta é favorecer uma avaliação inter e multidisciplinar em indivíduos com risco para a dislexia, sendo um instrumento de triagem que busca medir os sinais de desempenho escolar e neurocognitivos da condição. Dividido em oito subtestes, o teste abrange a leitura, escrita, atenção visual, cálculo, habilidades motoras, consciência fonológica, nomeação rápida e memória de curto prazo.
“Precisamos de medidas que tornem o diagnóstico mais acessível e o nosso lançamento reflete isso. Queremos que cada vez mais as pessoas disléxicas tenham uma educação mais inclusiva que potencialize sua capacidade de aprender desde cedo. A falta de conhecimento a respeito desses transtornos de aprendizagem também é uma barreira a ser vencida, já que a falta de informação pode gerar conflitos e até mesmo preconceito. Mais do que oferecer insumos para o tratamento, também devemos levar informação”, conclui o profissional.

Com Assessorias

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