Os termômetros na cidade têm marcado temperaturas próximas dos 40 graus. Andar na rua tem sido exaustivo. Agora imagine exercitar-se ou trabalhar debaixo do sol? Essa combinação pode provocar um estresse térmico e é preciso ficar alerta aos sintomas, de acordo com a Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj).

O estresse térmico acontece quando nosso corpo não consegue compensar o aumento da temperatura corporal associado ao aumento da temperatura ambiente ou quando a produção de calor, pelo exercício, por exemplo, excede a capacidade de dissipação deste calor”, explica a cardiologista Claudia Lucia Barros de Castro, presidente do Departamento de Ergometria, Reabilitação Cardíaca e Cardiologia Desportiva da Socerj.

Segundo ela, se o indivíduo não conseguir corrigir esse aumento da temperatura corporal pelos mecanismos de termorregulação, como a sudorese pela evaporação, por exemplo, ele pode entrar em colapso

Os sintomas do estresse térmico são inicialmente de desidratação, com boca seca, urina escura e em pouca quantidade, seguida de fadiga, náuseas, vômitos, câimbras, dor de cabeça, queda da pressão arterial, tonteira, desmaio e até alterações neurológicas, de acordo com a gravidade do caso.

A médica alerta que os exercícios físicos devem ser evitados em horários muito quentes. Quem trabalha em ambientes quentes, como os ambulantes nas praias, deve optar por roupas claras e leves, de algodão ou dry fit, protetor solar, viseira e se hidratar constantemente. “Não devemos esperar sentir sede para iniciarmos a hidratação”, afirma a cardiologista.

“Corredores devem ficar atentos, pois o Rio de Janeiro tem o clima quente e úmido, o que atrapalha a sudorese e é possível não conseguir perder o calor gerado pelo exercício para o ambiente e isso pode gerar o quadro de exaustão ou até mesmo o colapso pelo calor”, complementa Dra. Claudia.

Calor aumenta problemas vasculares

Inchaço, erisipela, sangramento de varizes e complicações com o pé diabético são algumas. SBACV dá dicas para se proteger e aliviar sintomas

Com as altas temperaturas que estão sendo registradas pelo Brasil neste verão é preciso redobrar os cuidados com a saúde vascular. Entre os problemas que podem ocorrer mais comumente na estação estão o inchaço, a erisipela, o sangramento de varizes e as complicações com o pé diabético. A Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) listou o que é preciso fazer para se prevenir ou atenuar os efeitos do calor sobre os vasos sanguíneos.

As altas temperaturas provocam uma vasodilatação das veias, fator que gera o aumento da estase venosa e dificulta o retorno do sangue dos membros inferiores ao coração. Assim, ocorre o inchaço, que pode ser temporário ou mais prologado, se o paciente também possuir varizes”, afirma o diretor de Publicações da SBACV, Dr. Julio Peclat.

Inchaço

Para atenuar o inchaço o angiologista e vice-presidente da SBACV Bruno Naves ensina: “Deite-se e coloque os pés acima do coração por 20 a 30 minutos uma vez pela manhã e outra no fim da tarde. Na segunda vez, faça uma massagem com hidratante no sentido dos tornozelos até os joelhos. Esse movimento aliviará a sensação de peso nas pernas e o inchaço”.

Dr. Naves explica que, além do inchaço, as pernas podem ficar vermelhas, devido à ação do calor e da estase venosa. “Nesse caso, use uma compressa com água gelada e mantenha as pernas acima do coração pelo mesmo período de tempo.”

Erisipela

O calor e a umidade também aumentam as chances de aparecimento de infecções de pele como a erisipela, causada geralmente pela bactéria Streptcoccus. Basta ter uma ferida – provocada por picada de inseto, frieiras, micoses de unha, entre outros – para que a bactéria penetre.

Os sintomas são febre alta, calafrios, mal-estar, náuseas, vômitos. No local da lesão pode haver dor, vermelhidão, inchaço e formação de feridas. É preciso procurar o médico para tratamento imediato.

A dica é: assim que constatar a ferida ou picada de inseto, lave a região. Não coce! Qualquer pessoa pode ter erisipela, pois a bactéria pode estar na sua pele”, diz o vice-presidente da SBACV. O médico explica que o calor paralisa a ação dos vasos linfáticos, propiciando a infecção.

Pé diabético

Já quem tem diabetes – cerca de 18 milhões de pessoas no Brasil – deve ficar atento aos pés. Com o passar dos anos, a diabetes pode causar a neuropatia periférica, caracterizada pela redução da sensibilidade das extremidades. Assim, ao pisar em superfícies quentes, como a areia da praia, pode provocar queimaduras. É importante usar sandálias para a praia e avaliar os pés todos os dias em busca de ferimentos.

Sangramento de varizes (varicorragia)

Quem tem varizes no calor sofre ainda mais com o incômodo das pernas inchadas. E se as varizes forem calibrosas, a vasodilatação pode causar uma rotura espontânea da veia varicosa e levar a sangramento importante. Nessa situação é preciso estancar o sangramento.

Fique calmo, eleve as pernas e peça para alguém fazer uma compressão com um pano limpo no local por pelo menos 10 minutos. Após, enfaixe e procure auxílio médico”, aconselha Dr. Bruno Naves.

Hidratação

É importante não esperar a sede para beber água. Mantenha-se hidratado. “Quem tem hipertensão venosa ou varizes tem a pele muito seca, o que gera coceira, então é preciso beber muito líquido, pois ao coçar pode ocorrer feridas, como uma úlcera varicosa”, alerta o especialista.

Fonte: Socerj e SBACV

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