Neste dia 20 de julho, comemora-se o Dia do Amigo e o Dia Internacional da Amizade, uma ocasião especial para refletir sobre o valor das amizade. A amizade é uma das relações interpessoais mais significativas e valiosas na vida humana. Definida como uma conexão baseada em afeto, confiança e apoio mútuo, a amizade desempenha um papel crucial no bem-estar emocional e na saúde mental.

Ao longo dos anos, a Ciência têm demonstrado que o apoio social e as interações positivas com amigos desempenham um papel crucial no bem-estar emocional das pessoas. Os vínculos de amizade não são só importantes para a vida social, mas também influenciam diretamente na saúde física e emocional das pessoas.

Pesquisas internacionais comprovaram que amizades verdadeiras podem ser benéficas para a saúde mental, especialmente no tratamento da depressão e da ansiedade. Confira:

  • Um estudo publicado na revista científica Journal of Clinical Psychology revelou que indivíduos com redes sociais fortes têm menos probabilidade de desenvolver depressão e experimentam taxas mais baixas de ansiedade.
  • Uma pesquisa da Universidade Brigham Young, nos Estados Unidos, sugere que ter uma boa rede de amigos e vizinhos pode aumentar as chances de sobrevivência de uma pessoa em 50%.
  • Outra pesquisa publicada no Journal of Health and Social Behavior, indivíduos com fortes laços de amizade têm menor risco de desenvolver transtornos mentais, como depressão e ansiedade.
  • Um estudo mais antigo, feito em 1937, por pesquisadores da Universidade de Harvard, também nos Estados Unidos, já havia concluído que a saúde e a longevidade não dependem apenas da genética e da alimentação, mas também dos amigos.

Hormônios que aumentam a felicidade e reduzem o estresse

A amizade é uma conexão escolhida e cultivada por vontade própria, proporcionando um espaço de liberdade emocional e suporte. Ela envolve afeto, confiança e apoio, e diversos estudos têm mostrado que a amizade tem um impacto significativo na saúde mental”, afirma Danilo Suassuna, doutor em psicologia e diretor do Instituto Suassuna.

A presença de amigos próximos está associada a um aumento nos níveis de serotonina e ocitocina, neurotransmissores que contribuem para sentimentos de bem-estar e felicidade. Para a psicóloga Bárbara Couto, isso ocorre quando há conexões genuínas entre as pessoas, aumentando a felicidade e reduzindo o estresse, o que melhora a qualidade de vida.

A amizade ajuda nosso cérebro a funcionar melhor, liberando a ocitocina, que é o hormônio do amor, e dopamina, o hormônio do prazer e da motivação, aumentando a felicidade e diminuindo o estresse. Além disso, a interação com amigos deixa o sistema imunológico mais forte e interfere na redução da pressão arterial, entre outros benefícios”, enumera a psicóloga.

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Amizade tem impacto importante na saúde mental

De acordo com Bárbara Couto, os humanos são seres sociais e precisam de amigos mais próximos, mais íntimos, com quem podem dividir seus segredos, seus problemas, suas conquistas, suas vidas.

A maioria de nós pode até cultivar muitas relações superficiais, mas aquela relação profunda, em que há dedicação, reciprocidade, respeito e carinho faz toda diferença na nossa vida. Quando existe essa comunicação aberta, esse espaço de confiança, conseguimos nutrir e cultivar relações que valem à pena”, disse a psicóloga.

O isolamento da pandemia de Covid-19 provou o quanto foi difícil viver sem poder se encontrar com os amigos, sem poder dar e receber abraços deles, em um momento de dificuldade e incerteza, quando a presença de amigos se faz tão necessária.

As amizades tornam nossa caminhada mais fácil, seja através dos conselhos, do acolhimento,  ajuda,  abraço ou um olhar de empatia, de carinho. Esse afeto, esse amor, esse toque, essas trocas são fundamentais para nossa saúde mental”, explica Bárbara.

Para Danilo Suassuna, a amizade também serve como um espelho para o autoconhecimento e reconhecimento como ser humano.

Por meio das interações e do feedback dos amigos, somos capazes de compreender melhor nossas próprias virtudes e defeitos. Essa reflexão mútua é essencial para o desenvolvimento pessoal e para a construção de uma identidade sólida e autêntica”, completa.

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Em tempos de polarização em redes sociais, muitas amizades se perdem

As redes sociais trouxeram muitas facilidades de conexão, comunicação, reencontro de amigos. Mas, ao mesmo tempo, trouxeram também inimizades entre outras tantas. Isso porque em assuntos polêmicos e polarizados, cada um se sente no direito de defender seus pontos de vista e o pior, acredita que quem pensa diferente em determinado assunto, não pode ser seu amigo, como se apenas um aspecto determinasse quem a outra pessoa é. Abriu-se um espaço, onde se fala o que jamais se falaria cara a cara.

Isso acontece porque não tem a reação da pessoa, não tem o feedback na hora em que se fala, que é o que nos freia. Como não tem contato pessoal, não se vê a pessoa do outro lado, a expressão facial, a linguagem corporal, desumanizamos a forma como o outro vai receber, não se considera o impacto emocional que terá na outra pessoa”, explica Bárbara.

Segundo ela, isso afeta ambos os lados, porque as emoções continuam existindo. Esse tipo de comportamento faz com que a pessoa questione quem o outro é de verdade e se afaste para que não haja mais dor.

Para a psicóloga, é importante compreender que cada um vai oferecer o que ele tem, que pode-se ser amigo mesmo de quem pensa diferente em determinado assunto, mas que tem pontos em comum em outros.

Precisamos entender que cada pessoa vai nos dar o tipo de amizade que ela consegue: tem o amigo da farra, do conselho, da atividade física, o amigo virtual.  E talvez fiquemos tristes ao perceber que aquela pessoa vai nos dar somente aquilo que ela consegue. Mas cada um deles é importante e precisamos cultivar todos sem a expectativa de que o outros tampem buracos que existam dentro de nós”, esclarece.

Além disso, assim como é importante encontrar bons amigos, também é importante reconhecer quando uma amizade está fazendo mal às pessoas. “Às vezes estamos tendo amizades tóxicas, que são aquelas com excesso de crítica e de controle, com manipulação emocional, que faz com que não consigamos manter um limite saudável. Então, precisamos entender que as amizades influenciam muito na nossa saúde mental, tanto positivamente, quanto negativamente”, finaliza Bárbara.

Dicas para cultivar as amizades

Para o diretor do Instituto Suassuna, amizades profundas e significativas não surgem da noite para o dia. Elas exigem um investimento contínuo de tempo e energia.

Aristóteles argumenta, por exemplo, que a convivência é essencial para a formação de amizades verdadeiras. Isso significa passar tempo junto, compartilhando experiências e construindo memórias. Só então é possível desenvolver a intimidade e a confiança que caracterizam as amizades mais fortes”, avalia o especialista.

Confira algumas estratégias eficazes para cultivar amizades:

  • Comunicação regular: Mantenha contato frequente, seja através de mensagens, telefonemas ou encontros presenciais. Isso fortalece os laços de amizade.
  • Empatia e escuta ativa: Demonstre empatia e pratique a escuta ativa para a compreensão mútua e o apoio emocional.
  • Tempo de qualidade: Passem tempo de qualidade juntos, realizando atividades de interesse comum. Isso fortalece a conexão emocional.
  • Suporte mútuo: Esteja presente nos momentos difíceis e celebre junto as conquistas para reforçar a lealdade.
  • Resolução de conflitos: Resolva conflitos de maneira construtiva. Isso é crucial para manter a harmonia e a longevidade da amizade

Com Assessorias

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