O surto de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)  começou mais cedo este ano, antes do inverno. Uma pesquisa do SindHosp – Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo mostra que 85% dos hospitais paulistas relatam aumento de internações por síndrome respiratória.

Em comparação com a pesquisa do ano passado, no mesmo período, apenas 47% dos hospitais relatavam aumento de internações por SRAG, indicando maior gravidade das síndromes respiratórias este ano. O levantamento aponta que 74% dos hospitais relatam aumento no número de atendimentos no pronto atendimento, urgência ou emergência, de SRAG, sendo que no ano passado eram 58% dos hospitais que observavam esse aumento.

Para o médico Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, o aumento das internações e dos atendimentos nos serviços de pronto socorro deve-se em grande medida ao baixo índice de vacinação contra a gripe, que atinge apenas 35% de adesão no país. Balestrin observa que a situação tende a se agravar, exigindo a vacinação dos grupos mais vulneráveis especialmente crianças e idosos

Recomendamos cuidado à população para que se proteja em ambientes de aglomeração usando máscaras e que diante de qualquer sintoma gripal, evitem contato direto com outras pessoas para reduzir a contaminação. E o mais importante é que se vacinem contra a Influenza”, alerta.

Aumento de internações em UTIs em 64% dos hospitais paulistas

A pesquisa intitulada “Evolução do cenário- panorama dos pacientes diagnosticados com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e outras doenças prevalentes” revela um aumento de internações em UTIs em 64% dos hospitais privados de São Paulo, enquanto na pesquisa do ano passado eram 49% dos hospitais que apontavam esse aumento, que foi de 6% a 10% tanto no levantamento atual como no anterior.

As internações em leitos clínicos não mostram um cenário diferente: 54% dos hospitais observam aumento de internações em leitos clínicos pediátricos enquanto no ano passado eram 24% que indicavam aumento desse tipo de internação, sendo o crescimento na faixa de 11% a 20%. A faixa etária predominante nos atendimentos refere-se a pacientes de 30 a 50 anos em ambas as pesquisas.

Nos leitos clínicos adulto, 56% dos hospitais relatam crescimento das internações enquanto no ano passado eram 38% dos hospitais que apontavam aumento de 11% a 20% nesse tipo de internação. Também nos leitos clínicos adulto e pediátrico, o tempo médio de internação mantém-se em 5 a 10 dias.

Maioria dos casos é por pneumonia, seguida de gripe ou Covid

A pesquisa perguntou ainda: “Quais outras doenças estão prevalecendo e levando pacientes a internações em seu hospital? Assinale as 3 principais opções”. 39% dos hospitais listaram pneumonia bacteriana ou viral, 32% informam que são as viroses respiratórias em geral (Influenza ou Covid) e 7% relatam crises de asma e exacerbação de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

A pesquisa foi realizada no período de 6 a 16 de junho com 88 hospitais privados paulistas, sendo 68% da capital e Grande São Paulo e 32% do interior. Na pesquisa do ano passado (4 a 14 de junho de 2024),  81 hospitais participaram, sendo 75% da capital e Grande São Paulo e 25% do interior.

Mortes por influenza na cidade de SP crescem 127% este ano

Entre o início de janeiro e a última quarta-feira (11), as mortes por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), causadas por Influenza, cresceram mais de 127% na cidade de São Paulo na comparação com o mesmo período do ano passado.

Segundo a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), no acumulado deste ano, foram registrados 1.754 casos de SRAG por Influenza na cidade de São Paulo, com 175 óbitos. No mesmo período de 2024, foram registrados 983 casos da síndrome respiratória por Influenza e 77 mortes.

Apesar disso, a vacinação na cidade continua com índices muito baixos. A meta é alcançar 90% de cobertura entre os grupos prioritários definidos para a campanha, tais como idosos, crianças de 6 meses a menores de 6 anos e gestantes, mas até ontem foram aplicadas 2.231.704 doses da vacina contra a gripe no município, o que corresponde a uma cobertura de apenas 40,73% para esse grupo, que corre mais risco de desenvolver complicações graves.

Para tentar aumentar essa cobertura vacinal, a Secretaria Municipal da Saúde ampliou o número de locais onde a vacina está sendo aplicada na capital paulista. Desde o início da semana passada, pontos de vacinação foram montados em estações de trem, metrô e terminais de ônibus da cidade. Essa estratégia ocorrerá até o dia 27 de junho.

Entenda a gripe, causada pelo vírus influenza

A gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocado pelo vírus Influenza, com grande potencial de transmissão. Os principais sintomas são febre, dor de garganta, tosse, dor no corpo e dor de cabeça. Alguns casos podem evoluir com complicações, especialmente em indivíduos com doença crônica, idosos e crianças menores de 2 anos.

A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção contra a gripe e suas complicações. Segundo o Ministério da Saúde, a vacina contra a gripe é segura e capaz de evitar entre 60% e 70% dos casos graves e óbitos.

A vacina contra a gripe utilizada no Brasil foi produzida pelo Instituto Butantan e contém as cepas do vírus Influenza A/Victoria (H1N1), A/Croácia (H3N2) e B/Áustria (linhagem Victoria), que são as mais incidentes no Hemisfério Sul neste ano.

Com informações do SindHosp e Agência Brasil

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