Carnaval é época de diversão, alto astral e muita paquera. À medida que nos preparamos para celebrar o Carnaval, uma época de alegria e festividades, é essencial lembrar da importância de aproveitar a folia com responsabilidade, especialmente quando se trata de saúde sexual.
Não apenas na época da folia, mas durante todo o ano, a prevenção ainda é o método mais eficaz. A educação sexual de qualidade é uma das bases da ação preventiva. Assim, é de extrema importância se informar sobre os riscos da relação sexual desprotegida e as consequências das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) para a saúde em geral.
Alegria, diversão e muita paquera. O período carnavalesco já chegou e, para muitas pessoas, essa é a melhor época do ano. Em alguns estados brasileiros, como o Rio de Janeiro, a folia começa ainda em janeiro com a realização das tradicionais prévias de Carnaval. Mas é preciso ficar atento para não descuidar da saúde, já que essa é uma época propícia às ISTs.
As ISTs são doenças causadas por vírus, bactérias e vários outros microrganismos que são transmitidos através da relação sexual desprotegida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os dias, são contabilizados mais de 1 milhão de casos entre pessoas de 15 a 49 anos de idade.
Uma variedade de ISTs circulam no carnaval. As principais são HIV/aids, herpes, hepatites virais, sífilis, clamídia, gonorreia, tricomoníase, cancro mole, condiloma acuminado (HPV) e doença inflamatória pélvica (DIP). O uso da camisinha masculina ou feminina em todas as relações sexuais – oral, anal e vaginal – é o principal método de prevenção.
De acordo com Fernando de Oliveira, a adoção de medidas preventivas é essencial para curtir a folia com segurança, confira:
– Realização de testagem periódica para HIV, sífilis, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis.
– Vacinação para hepatites virais.
– Uso de preservativo (feminino e masculino).
Há ainda a possibilidade de tratamento preventivo de pré-exposição ao vírus do HIV, mediante orientação médica, combinada com o uso de preservativo.
“Lembre-se de que as estratégias devem ser sempre combinadas, ou seja, nunca utilizar apenas uma destas medidas para prevenção. Caso ocorra alguma exposição de risco, busque atendimento médico em até 72 horas para início do protocolo de prevenção de transmissão do HIV”, orienta Dr. Fernando de Oliveira.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o uso de preservativo durante o ato sexual está cada vez menor entre os adolescentes brasileiros de 13 a 17 anos, com queda de 72,5% para 59% entre 2009 e 2019, o que aumenta o risco das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Esses dados podem ser ainda mais potencializados no Carnaval, época em que muitas pessoas decidem viver novas experiências sexuais, porém, nem sempre de maneira segura.
Mais de um milhão de novos casos de quatro infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são contraídos todos os dias, conforme dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso se traduz em mais de 376 milhões de novos casos anuais de clamídia, gonorreia, tricomoníase e sífilis, afetando aproximadamente uma em cada 25 pessoas ao redor do mundo.
No cenário nacional, dados do Ministério da Saúde indicam que o Sul do país registrou 2.690 novos casos de HIV em 2022, sendo 770 apenas no Paraná, segundo estado com maior incidência na região. Os casos de HIV entre jovens de 15 a 24 anos cresceram 85% nos últimos 10 anos e a prevenção é o melhor modo de combater o vírus da Aids, assim como HPV, herpes genital, gonorreia, hepatites B e C, sífilis, além de outras ISTs.
Férias de verão e Carnaval são épocas de maior risco
Esses números reforçam a urgência de sensibilização coletiva sobre os métodos de prevenção. Afinal, o período de férias de verão e o carnaval destacam-se como momentos de maior risco para a transmissão de ISTs, sendo os meses com maior incidência de casos.
Marcos Kozlowsk, especialista em bacteriologia do LANAC – Laboratório de Análises Clínicas, diz que março é o mês que, historicamente, apresenta um maior número de exames que testam positivo para doenças sexualmente transmissíveis.
“Esse fenômeno pode ser atribuído a comportamentos de risco durante viagens, festas e encontros casuais que acabam sendo mais frequentes no período do verão. Desse modo, os exames regulares desempenham um papel fundamental na detecção precoce e no tratamento eficaz das ISTs”, explica
Infecções podem ser assintomáticas
O especialista reforça que muitas dessas infecções podem ser assintomáticas em seus estágios iniciais, tornando fundamental realizar testes mesmo na ausência de sintomas evidentes.
“A sífilis, por exemplo, é conhecida por sua apresentação inicial discreta, o que destaca a importância dos exames para diagnosticar e intervir antes que a infecção progrida para estágios mais avançados. Essa é uma IST exclusiva do ser humano, causada pela bactéria Treponema pallidum e é curável, porém apresenta diversas manifestações clínicas e se desenvolve em diferentes estágios que precisam ser monitorados”, afirma Kozlowski.
É importante considerar que algumas ISTs são facilmente tratáveis e resolvem-se rapidamente, no entanto, outras apresentam tratamento mais desafiador e podem persistir ativas, mesmo quando os pacientes relatam melhora nos sintomas, principalmente entre as mulheres, que devem ser extremamente cuidadosas, pois, em muitos casos de ISTs, os sintomas podem se confundir com reações orgânicas comuns do corpo.
“A batalha contra as ISTs exige uma abordagem abrangente que envolva educação, conscientização e a promoção de práticas sexuais seguras. A realização regular de exames, especialmente em períodos de maior risco, é uma ferramenta essencial para detectar precocemente e tratar eficazmente essas infecções, protegendo a saúde individual e coletiva. A responsabilidade de prevenir a propagação dessas doenças é de todos, e a informação é a nossa melhor aliada nessa luta constante pela saúde sexua”, finaliza Kozlowski.
Segundo ele, a importância de realizar exames quando o sexo não é seguro é fundamental para a saúde sexual e o controle das ISTs. “Em situações em que o sexo não é protegido por métodos como o uso consistente de preservativos, a exposição a DSTs, incluindo sífilis, HIV e Hepatite C se torna uma realidade preocupante. O não uso de medidas preventivas pode aumentar significativamente o risco de contrair infecções sexualmente transmissíveis, que podem ter sérias repercussões para a saúde individual e coletiva”, explica.
Período carnavalesco acende alerta para a importância da prevenção às ISTs
Relação sexual desprotegida continua sendo o principal meio de transmissão; médica dá dicas para curtir a folia sem descuidar da saúde
“As festas de Carnaval, muitas vezes, trazem componentes de forte apelo sexual associado ao excesso de bebidas alcoólicas. O comportamento permissivo faz com que as pessoas se descuidem da prevenção”, comenta a alergista e imunologista da Hapvida NotreDame Intermédica, Gisele Casado.
Conheça as principais ISTs e sintomas
A médica afirma que existe uma variedade de ISTs, mas as principais são: Aids (HIV), herpes, hepatites virais, sífilis, clamídia, gonorreia, tricomoníase, cancro mole, condiloma acuminado (HPV) e Doença Inflamatória Pélvica (DIP).
“Os sintomas podem variar de acordo com cada paciente e o tipo de patologia apresentada, mas, os quatro mais comuns são: corrimento, lesões, úlceras e verrugas. Eles podem acometer os órgãos genitais, a região anal e também outras áreas do corpo, como lábios e mão”, alerta a especialista.
Além do sexo sem camisinha, as infecções sexualmente transmissíveis também podem ocorrer pela transfusão de sangue contaminado ou pelo compartilhamento de seringas e agulhas.
Prevenção
Gisele Casado explica que o uso da camisinha masculina ou feminina em todas as relações sexuais – oral, anal e vaginal – é o principal método de prevenção às ISTs.
“É importante lembrar que quem tem uma vida sexual muito ativa, com vários parceiros, também pode fazer uso da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que são comprimidos que protegem contra a infecção pelo vírus HIV, mas que precisam ser utilizados de forma combinada com o preservativo para evitar infecção pelas outras ISTs”, complementa.
Confira outras dicas da médica para evitar ISTs e cuidar da saúde durante o Carnaval:
• Evite usar trajes de banho úmidos por períodos longos. Essa medida evita doenças causadas por fungos, como a candidíase;
• Não compartilhe objetos pessoais como instrumentos de manicure, pinças, aparelhos de depilação entre outros;
• Se você teve relação sexual desprotegida, buscar atendimento médico até 72h após o ocorrido pode ajudar a evitar a contrair HIV, pois existe a PEP – Profilaxia Pós-Exposição, que consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir ISTs.
Como diminuir os casos de ISTs? Conversas sem preconceito e educação são as chaves
Ocorrências de Infecções Sexualmente Transmissíveis aumentaram rapidamente nos últimos anos
Casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis dispararam, segundo o IBGE, e, em 2019, foram registrados 1 milhão de diagnósticos em território nacional. Globalmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2022, mais de 1 milhão de pessoas foram infectadas por ISTs diariamente no mundo todo. Isso resulta em uma estimativa de 374 milhões de novas infecções por ano no mundo.
As infecções mais comuns e curáveis são a clamídia, gonorreia, sífilis e tricomoníase. Mesmo predominantes, não são, necessariamente, doenças fáceis de serem descobertas por conseguirem permanecer assintomáticas durante muito tempo. Apesar de existirem grupos de risco, qualquer pessoa sexualmente ativa pode ser sucessível, independente da faixa etária, orientação sexual, situação financeira, etc.
a Sami, healthtech revolução dos planos de saúde, compartilha ser fundamental saber como se prevenir, alerta sobre quais são os riscos de contrair essas condições e a importância de detectá-las precocemente e tratá-las.
“Segundo a OMS, existem mais de 30 bactérias, vírus e parasitas diferentes que podem ser transmitidos através do contato sexual sem proteção, isto é, sem camisinha masculina ou feminina. E isso inclui sexo vaginal, anal e oral. No entanto, há pessoas que podem já nascer com IST, pois algumas dessas condições (como o HIV, por exemplo) podem ser transmitidas durante a gestação, no parto ou na amamentação”, explica Dra. Karina Santos, médica de família e comunidade na Sami.
Atualmente, existem oito patógenos de maior incidência no mundo todo. Destes, quatro são curáveis e podem ser completamente eliminados do organismo: sífilis, a gonorreia, a clamídia e a tricomoníase. Os outros quatro, porém, são infecções virais incuráveis: hepatite B, herpes, HIV e vírus do papiloma humano (HPV).
A seguir, a especialista cita as principais IST (entre as curáveis e não curáveis) com suas respectivas formas de diagnóstico, prevenção e sintomas.
1. Sífilis: Muito comum e com danos graves a longo prazo, a sífilis é curável. No entanto, pode apresentar diferentes estágios de manifestação, que se dividem em primário, secundário, latente e terciário. A sífilis é exclusiva do ser humano e pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha ou passada da mãe para o bebê durante a gestação ou parto. Durante os períodos primário e secundário, a possibilidade de transmissão aumenta consideravelmente. Caso não seja tratada, a sífilis pode, ainda, causar graves complicações, como lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas. Pode, inclusive, levar à morte.
Existe um teste rápido de sífilis e está disponível em qualquer unidade de saúde do Sistema Único de Saúde. Além disso, existe a detecção através do exame de sangue. A maneira mais simples e eficaz de prevenir essa infecção é usando camisinha feminina ou masculina, bem como a testagem e acompanhamento de gestantes durante o pré-natal.
A sífilis se desenvolve em quatro estágios, são eles:
sífilis primária: ferida no local de entrada da bactéria, podendo aparecer no pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus ou boca. Essa ferida costuma aparecer entre 10 e 90 dias após o contato com a infecção, sendo chamada de cancro duro. Mas atenção: a ferida desaparece sozinha, independente do tratamento, o que não significa cura da infecção. Além disso, a ferida não dói, não coça, não arde e não tem pus e nem sempre acompanha ínguas na virilha.
Sífilis secundária: depois da cicatrização da ferida, outros sintomas podem aparecer pelo corpo. Esse estágio é conhecido como secundário e acontece entre seis semanas e seis meses depois da ferida cicatrizada. Podem surgir algumas manchas na pele, geralmente na palma da mão e na planta dos pés. Essas lesões também são ricas em bactérias. Além das lesões, podem aparecer febre, mal-estar e dor no corpo. Outro ponto que devemos ter atenção é que as lesões, assim como as feridas, também desaparecem independente do tratamento, o que não significa cura da infecção.
Sífilis latente Esta fase também é bastante perigosa, pois não aparecem sintomas ou sinais, mas ainda pode ser transmitida.
Sífilis terciária Neste estágio, que pode surgir entre 2 e 40 anos após o início da infecção, surgem lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.
2. HIV: O vírus da imunodeficiência humana (HIV) ataca o sistema imunológico, cuja responsabilidade é defender o organismo. A primeira fase é chamada de infecção aguda, que vai de três a seis semanas. Depois dessa fase, acontece uma forte interação entre as células saudáveis do corpo com o vírus, a fim de enfraquecer o organismo. Esse período pode durar anos e não apresentar sintomas.
Com a destruição quase completa das defesas do corpo, outras doenças conseguem se instalar com facilidade. É quando a pessoa começa a apresentar diversas infecções recorrentemente. O diagnóstico acontece por meio do teste anti-HIV, feito a partir de amostras de sangue ou de fluido oral. É possível encontrar testes rápidos nas unidades de saúde do SUS gratuitamente.
A transmissão do HIV acontece por relações não protegidas, ou seja: sem o uso da camisinha. Bem como por transfusão de sangue contaminado, instrumentos contaminados que furam ou cortam, uso de seringas compartilhadas e de mãe para o bebê durante a gravidez, parto ou amamentação. É importante ressaltar que sexo com camisinha não transmite, assim como beijos, suor ou lágrima, aperto de mão ou abraço. Também não há risco em compartilhar sabonete, toalha, lençóis, talheres e copos.
3. Hepatite B e C: As hepatites B e C são inflamações no fígado causadas por vírus. Geralmente, são silenciosas e acabam sendo descobertas em estágios mais avançados, causando cirrose ou câncer. Existe uma diferença no contágio das duas hepatites.
Ambas podem ser transmitidas por: relação sexual sem camisinha; transfusão de sangue contaminado; objetos de uso pessoal, como lâmina de barbear, seringas e agulhas (inclusive agulhas para fazer tatuagens) contaminadas; instrumentos de manicure, como alicates, espátula de cutícula e pinça, não esterilizadas adequadamente.
A diferença, porém, é que a hepatite B pode ser transmitida durante o parto ou pela amamentação, enquanto a hepatite C também é passada durante o parto, mas a amamentação é segura e não transmite a condição.
A detecção dessa infecção ocorre via exame de sangue e está disponível gratuitamente em qualquer unidade básica de saúde. Para se prevenir, é possível com uso da camisinha durante atos sexuais, não compartilhar seringas e objetos de uso pessoal e buscar locais seguros para fazer as unhas e tatuagens, certificando sempre que os materiais são esterilizados adequadamente.
4. Gonorreia e clamídia: Causadas por bactérias e geralmente associadas, a gonorreia e clamídia causam infecções que atingem órgãos genitais, ânus, garganta e olhos. O sinal mais comum visto em mulheres é o corrimento vaginal com dor. Já nos homens, é o corrimento uretral com dor ao urinar. Exames ginecológicos de rotina conseguem detectar a presença dessas infecções.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, na presença de qualquer sinal ou sintoma, é necessário procurar um médico para fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento com antibiótico. Por ser transmitida sexualmente, a melhor prevenção é o uso de preservativo.
Carnaval pode aumentar os riscos de infecção por ISTs
Principais sintomas das infecções sexualmente transmissíveis e reforça a importância da vacinação e do uso de preservativos para proteção
De acordo com Luisa Chebabo, infectologista dos laboratórios Sérgio Franco e Bronstein, que fazem parte da Dasa, a maior rede de saúde integrada do Brasil, as ISTs mais comuns no Brasil são o HIV, o Papilomavírus Humano (HPV, sigla em inglês), a sífilis, as hepatites B e C, a clamídia, a gonorreia, o herpes genital e o cancro mole. Apesar de não ser classificada como IST, a hepatite A é transmitida de forma oral-fecal e existem casos relacionados com o sexo anal.
“As enfermidades consideradas mais desafiadoras são o HIV, já que ainda não há cura e o paciente necessita de tratamento contínuo; a hepatite B, nos casos que se tornam crônicos e precisam de acompanhamento ao longo da vida; o HPV, que pode evoluir para câncer, dependendo do subtipo; e a sífilis, que, além de ser altamente contagiosa, é possível que cause sintomas neurológicos e leve à malformação do feto caso a paciente esteja grávida durante a infecção”, explica a médica.
Vacinação e uso de preservativos reduz os riscos de infecção das ISTs
“A vacinação contra o vírus HPV e as hepatites A e B é uma forma eficaz de prevenir o desenvolvimento dessas doenças. Além disso, o preservativo é o método mais indicado para diminuir o risco de transmissão das ISTs e deve ser usado em todos os tipos de relação sexual. Para facilitar o acesso aos preservativos, o Ministério da Saúde define diversos postos de distribuição gratuita para a população”, detalha a dra. Luisa Chebabo.
Para aumentar a proteção contra o HIV, há, ainda, a profilaxia pré-exposição (PrEP) e a profilaxia pós-exposição (PEP): enquanto a PrEP é tomada preventivamente conforme orientação médica para reduzir a chance de infecção caso haja algum contato com o HIV, a PEP deve ser utilizada somente após uma exposição de risco ao vírus. Porém, é importante ressaltar que nenhum desses métodos deve ser usado para fins contraceptivos, sendo apenas indicado em casos específicos.
Segundo a especialista, outra forma de transmissão das ISTs é por meio do compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas. Uma gestante infectada com HIV ou sífilis e que não recebeu o tratamento adequado também corre o risco de transmitir a doença para o bebê na gestação, no parto ou, ainda, durante a amamentação, no caso do HIV.
Alerta a quem tem mais de 30 anos: cuidado com a hepatite A no verão
As fortes chuvas com enchentes dos últimos dias, aliadas às altas temperaturas deste verão e à chegada do carnaval, são grandes fatores de risco para contaminação por hepatite A, que é transmitida por água e alimentos contaminados e relações sexuais desprotegidas. Segundo um levantamento da Abramed, no Brasil, houve um aumento de 56% nos casos de hepatite A no primeiro semestre de 2023, comparado com os anos anteriores.
A vacina é a única forma de prevenção eficaz, portanto os médicos alertam, principalmente aos maiores de 30 anos, que chequem suas carteiras de vacinação, pois a vacina contra a doença só chegou ao Brasil em 1995 e foi incluída no calendário nacional de imunização apenas em 2014.
As consequências podem ser graves, como explica Maria Isabel de Moraes-Pinto, infectologista e consultora de vacinas da Dasa: “O vírus ataca o fígado, causando sintomas como febre, dor abdominal, náuseas, diarreia e uma típica coloração amarelada na pele e nos olhos. Algumas pessoas podem evoluir para uma condição chamada hepatite A fulminante, na qual há a destruição intensa das células do fígado, sendo necessário um transplante hepático imediato.”
A médica acrescenta que, mesmo nos casos mais leves, o transtorno causado pelo vírus ainda pode ser grande, já que não existe tratamento específico. Os pacientes devem ficar em repouso, que pode durar semanas, e evitar o consumo de substâncias que agridem o fígado (bebidas alcoólicas são estritamente proibidas, por exemplo).
“Isso aconteceu porque existe uma baixa cobertura vacinal, tornando as pessoas mais suscetíveis. Portanto, é importante conferir a carteira de vacinação. Quem não tem a carteirinha, se estiver saudável e sem suspeita de hepatite, não é preciso fazer uma sorologia: pode se vacinar, independentemente da idade”, ressalta a médica. “A vacina é muito segura, inativada (ou seja, incapaz de causar a doença), e tem alta eficácia”, finaliza.
Reconhecer os sintomas das ISTs é essencial para o diagnóstico precoce
A depender da infecção, o paciente pode ter mais chances de sucesso no tratamento ou melhor qualidade de vida durante a recuperação caso a doença seja descoberta no estágio inicial. Conheça os sintomas mais frequentes de cada IST:
– Hepatites B e C – costumam causar inflamação hepática, o que provoca náuseas, olhos amarelados, febre e mal-estar. Porém, pode haver casos assintomáticos.
– HIV – a condição pode ser assintomática no início ou causar febre, gânglios aumentados e fadiga. Em casos avançados, é comum que ocorra emagrecimento sem motivo aparente, diarreia prolongada, candidíase oral (sapinho) e infecções recorrentes.
– Gonorreia e clamídia – o paciente pode observar a saída de secreção purulenta pelo pênis, pelo ânus ou pela vagina, além de sentir ardência e incômodo durante a relação sexual ou ao urinar.
– HPV – alguns subtipos podem causar verrugas genitais, enquanto outros levam a lesões pré-cancerígenas.
– Sífilis – pode se manifestar de várias maneiras, desde uma ferida na região genital até manchas avermelhadas pelo corpo e sintomas neurológicos, como dificuldade de raciocínio e perda de memória,
– Cancro mole e herpes genital – enquanto o cancro costuma causar ferida genital com saída de secreção, o herpes causa o surgimento de vesículas genitais dolorosa.
Para rastrear alguns tipos de IST, como o HIV, a sífilis e as hepatites B e C, é recomendado que pessoas sexualmente ativas façam a testagem para essas doenças ao menos uma vez ao ano. Além disso, o exame citopatológico (preventivo de câncer de colo de útero) também pode detectar lesões por HPV em estágio inicial. Em relação à clamídia e gonorreia, pessoas com alta exposição sexual podem realizar exames moleculares (PCR) de urina ou secreção vaginal para diagnóstico precoce.
Ginecologista e obstetra, Elis Nogueira – que faz parte do corpo clínico dos hospitais São Luis, Albert Einstein, Sírio Libanês, Oswaldo Cruz, Pro Matre, Santa Joana, Samaritano e Santa Maria – enumera diversas dicas e itens importantes para curtir o Carnaval com segurança. “É fundamental agir com responsabilidade e ficar alerta para o risco de infecções”, alerta.
Use preservativo sempre
Além de evitar uma gravidez não planejada, a camisinha protege contra doenças sexualmente transmissíveis. Um papo legal ou uma aparência saudável não significam que uma pessoa está livre de doenças, já que algumas delas não apresentam sintomas ou só apresentam em estágios mais avançados. Use preservativo em todas as relações e lembre-se que o contágio pode acontecer por via oral, vaginal e anal. A boca e a saliva transmitem vírus, fungos e bactérias, ou seja, através do beijo é possível contrair doenças como herpes labial, sapinho, mononucleose e sífilis.
Busque orientação médica
Informe seu médico se houver uma relação desprotegida ou se a camisinha estourar. Na consulta, o ginecologista solicitará exames sorológicos e, se o resultado for positivo, o tratamento poderá começar imediatamente. Dentro de 72 horas após a relação de risco é possível realizar a profilaxia pós-exposição de risco (PEP). Disponível no SUS, a medida de emergência consiste no uso de antirretrovirais para prevenção à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras DSTs. Fique atenta e não seja negligente, pois saúde não é brincadeira!
Hidrate-se e cuide da alimentação
Pessoas com imunidade baixa são mais vulneráveis às infecções. Não abuse de bebidas alcoólicas, fuja das drogas e mantenha cuidados gerais com a saúde. Dê preferência a alimentos saudáveis, durma bem e beba bastante água durante o Carnaval. Com o sistema imunológico fortalecido você terá mais disposição para curtir o sambódromo, trio elétrico ou bloquinho. E lembre-se sempre: se beber, não dirija.
Exija respeito
Na folia e no dia a dia, respeite e exija respeito. O limite entre paquera e assédio é a vontade do outro, isto é, beijo, amasso e sexo só acontecem com consentimento. Este é o primeiro Carnaval em que importunação sexual é crime (lei 13.718, sancionada em setembro de 2018), com pena de 1 a 5 anos de prisão. Vítimas de abuso devem buscar ajuda junto à autoridade policial presente no local e registrar ocorrência na delegacia mais próxima. Cuide-se, tenha atitudes responsáveis e boa diversão!
Ter uma vida sexual segura e prazerosa é uma preocupação que precisa estar presente não apenas na época carnavalesca. Os cuidados são necessários em todos os momentos, desde evitar uma gravidez indesejada a prevenção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), um problema de saúde pública mundial que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima a ocorrência de mais de um milhão de casos por dia.
No Brasil, dados do Ministério da Saúde mostram que a população entre 25 e 39 anos é a mais suscetível a contrair as enfermidades transmitidas pelo sexo. Ainda de acordo com a OMS, vários são os fatores que contribuem para esse aumento na transmissão como a falta de informação, o estigma e o preconceito associados, a falta de sintomas em alguns casos, etc.
O Carnaval é um período de descontração e alegria, além de ser considerado a maior festa popular brasileira, atraindo milhares de turistas do mundo inteiro. Contudo, é também uma época mais suscetível para o contágio das ISTs, já que há uma predisposição para a prática do sexo desprotegido. Nesta época, infecções como HIV, HPV, herpes, sífilis, clamídia, gonorreia, entre outras, aparecem com maior frequência.
“Além do uso dos preservativos, fundamentais para o sexo seguro, existem estratégias que fazem parte da prevenção combinada, que nada mais é do que um conjunto de medidas eficientes, realizadas como tentativa de garantir o bloqueio de novas infecções”, explica a ginecologista Anna Gueldini, consultora da marca KY, especializada em produtos que promovem a saúde sexual sem tabus.
Assim, confira quatro dicas essenciais para curtir os momentos íntimos de forma protegida, segura e com responsabilidade:
- Preservativos: o uso de preservativo, masculino e/ou feminino, é a medida mais eficaz e segura de se evitar o desenvolvimento das ISTs, como HPV, Hepatites virais, clamídia, tricomoníase, HIV, sífilis, entre outras. Importante ressaltar que para garantir a total eficácia do método é necessário o uso de forma correta em todas as relações sexuais.
- Uso de lubrificantes: o uso de preservativo junto com o gel lubrificante é um método de prevenção combinada para deixar as relações sexuais mais seguras, pois diminui o atrito e a possibilidade de provocar microfissuras das mucosas genital e anal, que funcionam como porta de entrada para o HIV e outras ISTs. É importante reforçar que lubrificantes à base de água ou de silicone são mais compatíveis com preservativos e mais adequados para este método.
- Prevenção combinada: conjunto de medidas estratégicas que inclui o uso de preservativos (feminino e/ou masculino), a imunização contra Hepatite B e HPV, a testagem regular para HIV e outras ISTs para pessoas com comportamento de risco, o diagnóstico e tratamento oportuno das infecções, o tratamento de todas as pessoas vivendo com HIV, a realização do exame preventivo do câncer de colo do útero, a realização da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), quando indicada, o conhecimento e acesso aos diferentes métodos anticoncepcionais, a oferta de anticoncepção de emergência, quando indicada e a realização da Profilaxia Pós-Exposição (PEP), quando indicada.
- Higienização adequada: a higiene íntima adequada pós sexo é de primordial importância e pode ajudar a manter as condições de saúde local. Após a relação sexual, é necessário lavar a área genital externa com água corrente e produto específico para higiene íntima. Na impossibilidade de utilizar água corrente associada a sabonete ou espuma íntima, é fundamental ter um kit de autocuidado íntimo, contendo, lenço umedecido ou água íntima prebiótica para auxiliar na remoção de resíduos, sem necessidade de fricção. Lembrando que não há necessidade de uso de ducha intravaginal, já que este hábito pode desequilibrar o pH da vulva e promover corrimentos e infecções.
Carnaval e herpes genital: métodos preventivos
Uma vez adquirido o vírus, fica no organismo para sempre
Entre elas, e uma das mais comuns, está o herpes genital, causada pelo vírus do herpes simples (HSV), que pode acometer tanto homens como mulheres.
“Na mulher, pode afetar os grandes e pequenos lábios, vulva, a região perianal e perineal. Já no homem, atinge o pênis, a região do prepúcio, do corpo peniano, dos testículos e da bolsa escrotal. Também podem acometer a região anal e oral em caso de relações sexuais orais e anais”, explica Dania Abdel Rahman, Infectologista da HAS Clínica e coordenadora do setor de Infectologia Clínica e Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Albert Sabin de SP (HAS).
A doença é diagnosticada em avaliação clínica, com o auxílio de exames laboratoriais, e pode causar lesões dolorosas na genitália, com bolhas chamadas de vesículas. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que 80% da população adulta é portadora do vírus herpes simples, contudo, a maioria é assintomática e sequer sabe da presença em seu corpo.
“Quanto ao tratamento, no caso de as lesões serem muito extensas e muito doloridas, ou causadas em pacientes imunossuprimidos, a administração de medicamentos como o Aciclovir e o Valaciclovir ajudam a secar essas feridas com mais rapidez, melhorando a dor e diminuindo o tempo de doença”, diz a médica do HAS.
É importante salientar que não existe cura para os acometidos pelo vírus do herpes genital, ou seja, ele não é erradicado pela medicação e, uma vez adquirido, ele ficará no organismo para sempre.
Por esse motivo, a importância da prevenção se faz extremamente necessária. “Como em qualquer outra doença sexualmente transmissível, a forma mais segura é o uso de preservativos, porém, vale ressaltar que o método não é uma barreira 100% eficaz para evitar a transmissão do herpes vírus”, finaliza e adverte a Dra. Dania.
Lembre-se de que a diversão não precisa comprometer a saúde. Ao adotar medidas simples, você pode aproveitar o Carnaval com alegria e responsabilidade. Curta a folia com consciência e sem comprometer seu bem-estar!
ISTs que podem comprometer a fertilidade feminina
Elas podem machucar o útero, trompas, ovários, dificultar, ou até mesmo impedir futura gravidez
O que pouco se fala, porém de extrema importância, é sobre a fertilidade, que pode ser afetada pelas ISTs. O especialista em reprodução humana João Guilherme Grassi, explica que em caso de ISTs muito comuns como a clamídia ou gonorréia, a fertilidade da mulher pode ser comprometida.
“Essas doenças sexualmente transmissíveis são o grande vilão da fertilidade na paciente jovem hoje em dia. Doenças como clamídia, micoplasma e ureaplasma acabam muitas vezes sendo silenciosas e machucando o útero, as trompas e até os ovarios. Essas infecções muito frequentemente levam a um desfecho reprodutivo ruim”.
As ISTs mais conhecidas são HIV, sífilis, herpes genital, HPV, gonorréia, infecção por clamídia e hepatites B e C. Elas aparecem principalmente no órgão genital, mas podem surgir em outras partes do corpo. Os principais sintomas ginecológicos são dor pélvica, ínguas, corrimento vaginal, feridas e ardência ao urinar.
Existem ISTs que são causadas por bactérias tão comuns, que podem ser curadas sozinhas (deixando sequelas reprodutivas), outras requerem tratamento maior, porém, algumas podem acompanhar a mulher pela vida toda sem que ela saiba. Por esse motivo é tão importante se prevenir.
“Há casos em que as mulheres não descobrem que tiveram a sua fertilidade comprometida, e lá na frente, em cinco, dez anos, quando forem tentar engravidar, acabam tendo dificuldade. Quando vão fazer os exames específicos encontram uma baixa reserva ovariana e em alguns casos trompas obstruídas, para muitos destes casos pode ser necessária a fertilização in vitro”.
Para prevenir, é preciso usar preservativo, mas caso a paciente tenha sido exposta a relação sexual desprotegida com risco de infecção, é imprescindível buscar auxílio médico imediato para redução de riscos com antibióticos e antivirais.
O Carnaval, que começa a ser comemorado a partir desta sexta-feira (9), acende o alerta para a prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), por meio do uso do preservativo, como orienta o Ministério da Saúde.
Alerta sobre a síndrome retroviral aguda pelo HIV
A chegada do Carnaval, conhecido por festas e celebrações em todo o país, também traz um aumento potencial nos casos de síndrome retroviral aguda, associada à infecção pelo vírus HIV. Essa síndrome, caracterizada pelos primeiros sinais e sintomas de uma infecção pelo HIV, destaca a necessidade de conscientização sobre a prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
Leonardo Vasconcellos, médico Patologista Clínico e Diretor de Ensino da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), esclarece que a síndrome retroviral aguda muitas vezes se manifesta com sintomas inespecíficos, como dor no corpo, febre, cansaço, desânimo, cefaleia, dor de garganta e aumento de linfonodos.
“Esses sintomas podem ser facilmente confundidos com os de uma virose comum, tornando essencial a realização de exames quando há exposição a riscos, como sexo desprotegido ou compartilhamento de agulhas”, explicou.
O aumento de casos durante o Carnaval está diretamente relacionado aos comportamentos de risco das pessoas nesse período festivo. O HIV é transmitido pelo contato com secreções, como sangue, secreção vaginal e sêmen, e a prática de sexo desprotegido com múltiplos parceiros aumenta significativamente o risco de contrair o vírus.
Testagem e ‘janela diagnóstica’ para detectar a presença do vírus
Quanto à testagem, Leonardo enfatiza a necessidade de compreender a “janela diagnóstica”, o período em que os testes podem detectar a presença do vírus.
“Após uma exposição de risco, os resultados dos testes podem não ser imediatamente conclusivos, sendo necessário repetir os exames após a segunda ou terceira semana para maior precisão”, explicou o patologista clínico.
Segundo ele, é importante observar que cada microrganismo terá um período próprio. Esse intervalo varia com base na quantidade e patogenicidade do agente infeccioso adquirido e o grau de imunidade do paciente.
“No HIV, por exemplo, a carga viral vai aumentando após a infecção, com maior probabilidade do teste se tornar positivo após a primeira ou segunda semana da exposição. Por outro lado, os testes de sorologia começam a se positivar aproximadamente duas a três semanas após, quando o organismo do paciente inicia a produção de anticorpos contra o HIV”, esclareceu o médico.
O diretor de Ensino da SBPC/ML acrescenta que para qualquer doença infecciosa, caso o teste laboratorial venha negativo e a suspeita clínica seja forte, recomenda-se a repetição do teste após 21 a 30 dias.
“Isso pode ser útil para afastar os casos falso-negativos e aumentar a chance do exame se tornar positivo, se infecção verdadeira. Se após esse novo período o teste vier negativo, é pouco provável que a pessoa tenha sido infectada”, explicou.
Além do HIV, outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) merecem atenção neste período. O especialista da SBPC/ML destaca a importância da prevenção contra hepatites, sífilis, gonorreia, clamídia e outras.
“A escolha cuidadosa dos parceiros, o uso de preservativos e a realização de exames periódicos são medidas fundamentais para evitar a disseminação dessas infecções”, reforçou Leonardo.
Importante ressaltar que os laboratórios desempenham um papel crucial na disseminação de informações e na realização eficiente dos testes. Durante todo o ano, eles oferecem serviços confiáveis, mas na época do Carnaval, alguns podem disponibilizar informações específicas sobre doenças relacionadas às ISTs em seus sites.
De acordo com o especialista, a conscientização, a prevenção e a testagem regular são essenciais para combater a propagação das ISTs. O conhecimento sobre o status de saúde individual permite que as pessoas ajam de maneira responsável, contribuindo para a promoção da saúde pública.
Conheça os testes disponíveis para as ISTs
Abaixo, alguns dos testes disponíveis para a população nos laboratórios:
HIV: O diagnóstico do HIV pode ser feito por testes sorológicos e por testes moleculares. Geralmente utiliza-se um imunoensaio (preferível de 4a geração) como triagem e se positivo, faz-se o teste molecular (carga viral – preferível ou western blot) para confirmação diagnóstica. Os testes rápidos também podem ser utilizados, principalmente como triagem.
Hepatite B: Existem diferentes testes para verificar a presença de antígenos e anticorpos relacionados à Hepatite B. Os testes de antígenos incluem o HBsAg e o HBeAg, enquanto os de anticorpos são o Anti-HBc IgM, Anti-HBc IgG, Anti-HBe e Anti-HBs. A combinação desses testes pode confirmar ou descartar a infecção aguda ou crônica pela Hepatite B, bem como infecção ou vacinação prévias. Em alguns casos, a carga viral (biologia molecular) pode ser útil para fornecer informações adicionais ao diagnóstico, mas não é estritamente necessária.
Hepatite C: No caso da Hepatite C, o teste sorológico principal é o anti-HCV. Se o resultado for reativo, isso indica que a pessoa teve ou está com a doença. Se o resultado for negativo, significa que a pessoa não tem a infecção. No entanto, para um diagnóstico definitivo após um resultado reativo, a realização da carga viral (teste de biologia molecular) é essencial, ao contrário da hepatite B. Se a carga viral também for positiva, indica que a pessoa está atualmente infectada. Se a carga viral for negativa, sugere que a pessoa teve a infecção no passado, mas não está mais com o vírus no organismo.
Sífilis: O teste treponêmico identifica anticorpos contra a bactéria treponema pallidum, e pode ser feito por testes imunocromatográficos (testes rápidos) ou por testes automatizados laboratoriais (como o FTA-ABS, ELISA ou CLIA). Se negativos, afastam a doença. Se positivos, a pessoa por estar infectada ou teve a infecção no passado. Já os testes não treponêmicos (VDLR) aparecem posteriormente e são úteis para avaliar se a doença está ativa (títulos elevados) ou se em processo de cura (títulos baixos), por exemplo.
Gonorréia e Clamídia: Atualmente, os diagnósticos de gonorreia e clamídia são frequentemente realizados por meio de testes moleculares. Esses testes utilizam técnicas de biologia molecular para identificar o material genético específico das bactérias responsáveis por essas infecções. Além dos testes moleculares, também é possível realizar culturas de secreções para diagnosticar essas infecções, mas esse método costuma levar mais tempo para fornecer resultados. Os testes moleculares são preferidos devido à sua rapidez e eficácia na detecção dessas ISTs.
HPV: O diagnóstico do HPV é realizado por meio de testes moleculares que detectam o DNA do vírus em amostras biológicas, como material cérvico-vaginal ou raspados de verrugas. Esses testes podem ser conduzidos utilizando a técnica de captura híbrida ou a técnica do PCR, sendo esta última considerada mais eficaz, e permite detectar os diferentes subtivos virais (como o 16 e 18, por exemplo). Além disso, o exame preventivo nas mulheres, conhecido como Papanicolau e a colposcopia, podem revelar lesões sugestivas de infecção por HPV. Esses métodos são fundamentais para a detecção precoce e monitoramento do vírus.
Tricomoníase: A tricomoníase é causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, provocando vaginite e uretrite nas mulheres, enquanto nos homens pode manifestar-se como uretrite ou ser assintomática. O diagnóstico da tricomoníase envolve a identificação do protozoário por meio de exame da amostra biológica colhida, como corrimento ou secreção vaginal, uretral ou urina do primeiro jato, sob observação no microscópio. Além disso, testes moleculares, como a técnica de PCR, também podem ser empregados para a detecção precisa do Trichomonas vaginalis. Esses métodos são fundamentais para um diagnóstico eficaz e tratamento adequado da infecção.
Carnaval com saúde: especialista explica como curtir a folia sem descuidar do bem-estar
Em meio às festividades, o Dr. Paulo Walterfang orienta sobre como aproveitar a festa com saúde e segurança
O Carnaval está associado à diversão e alegria, mas quem pretende entrar no ritmo da festa neste ano, ao longo do mês de fevereiro, deve prestar atenção, também, à saúde.
De acordo com Paulo Walterfang, médico da família e comunidade e coordenador regional do Hospital Digital Vitta, do Grupo Stone, as doenças mais comuns no período de carnaval são Viroses Respiratórias, Gastrointestinais, Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) — incluindo HIV, Sífilis, Gonorreia, Clamídia, HPV, além das Hepatites B e C — e a Mononucleose Infecciosa.
“O Carnaval é um período de alegria e festa, mas também requer cuidados especiais com a saúde. As viroses respiratórias podem apresentar sintomas como tosse e febre, enquanto as gastrointestinais frequentemente causam diarreia e vômitos. As ISTs, por sua vez, podem se manifestar por meio de feridas ou corrimentos genitais e são, na maioria das vezes, transmitidas por relações sexuais sem proteção”, explica o médico.
Para evitar tais doenças, o médico recomenda práticas simples, porém eficazes, como, por exemplo, bons hábitos de higiene, como lavar bem as mãos e evitar compartilhar objetos pessoais. No que diz respeito às ISTs, o uso de camisinha em todas as relações sexuais é enfatizado como o método mais eficaz de prevenção.
Além disso, Dr. Walterfang salienta a importância da hidratação, de uma alimentação balanceada, do uso de protetor solar e do consumo moderado de álcool. “Manter o corpo bem hidratado e alimentado ajuda a sustentar a energia durante os dias de festa, além de contribuir para a prevenção de doenças”, explica.
O especialista também aconselha cuidado com a exposição ao sol e o uso de repelentes para evitar doenças como a dengue. Ele lembra que o descanso adequado antes dos dias de festa é crucial para uma boa recuperação do organismo.
Caso a situação saia do controle, Dr. Walterfang alerta para a importância de procurar assistência médica diante de sintomas preocupantes, como dor ao urinar, presença de feridas genitais, ou sinais de desidratação severa. “A prevenção é a melhor forma de garantir que a diversão do Carnaval não seja interrompida por problemas de saúde”, conclui.
Telemedicina traz benefícios para consultas de pacientes diagnosticados com ISTs
Plataformas de atendimento online proporcionam um ambiente seguro, garantindo um tratamento privativo, sem exposição a julgamentos e constrangimentos
O Carnaval é uma festividade conhecida por celebrar a alegria e a diversão, mas também traz consigo um aumento preocupante nos casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Em meio a esse cenário desafiador, a telemedicina surge como uma solução inovadora para fornecer cuidados de saúde acessíveis e eficazes. Nesta época, consultas relacionadas a essas doenças aumentam em 35%.
Um dos principais benefícios do atendimento via telemedicina é a confidencialidade e a privacidade. Segundo o médico do Olá Doutor, Rafael Machado, “consultas online proporcionam um ambiente seguro e acolhedor para discutir questões sensíveis, permitindo que os pacientes recebam aconselhamento e tratamento sem sofrerem tanto com seus pré-julgamentos e/ou sensação de constrangimento, através do envio de mensagens, áudios, fotos e vídeos na consulta à distância”, enfatizou.
Neste contexto, o Olá Doutor destaca-se como uma plataforma comprometida em oferecer suporte integral aos pacientes, garantindo atendimento remoto de qualidade. Com o Olá Doutor, os pacientes podem acessar profissionais de saúde de qualquer lugar, a qualquer momento, sem precisar ligar a câmera. Isso é especialmente crucial durante o Carnaval, quando muitos podem estar viajando e longe de suas residências e unidades de saúde habituais.
Além disso, a plataforma não apenas oferece tratamento, mas desempenha um papel importante na prevenção e educação. Os profissionais de saúde fornecem informações sobre práticas seguras, conscientização e medidas preventivas. O Olá Doutor também possibilita um acompanhamento contínuo do tratamento, garantindo que os pacientes recebam o suporte necessário, ajustes na medicação e esclarecimento de dúvidas, promovendo a adesão ao tratamento.
Rafael também destaca a importância de oferecer suporte imediato e confiável aos pacientes. “À medida que nos aproximamos do Carnaval, o Olá Doutor reafirma seu compromisso em fornecer soluções de telemedicina que não apenas atendam às necessidades diárias dos pacientes, mas também contribuam para a conscientização e prevenção contínuas das ISTs. É fundamental proporcionarmos um acesso fácil a profissionais de saúde qualificados, promovendo uma abordagem proativa para a saúde sexual”, reforçou.