Milhares de brasileiros e brasileiras que estavam à espera de exames, consultas especializadas e cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foram atendidos durante o maior mutirão da história do Sistema Único de Saúde (SUS) neste sábado (13). Foram cerca de 29 mil serviços de saúde realizados em 45 hospitais universitários federais em todas as regiões do país.

Os atendimentos foram voltados a várias especialidades, como cardiologia, ortopedia, oftalmologia e saúde da mulher. Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ação de levar especialistas para todas as pessoas, sem distinção de renda e escolaridade, é fruto de um trabalho de anos, que resultou no programa Agora Tem Especialistas.

Foram anos para construir a possibilidade de a gente fazer com que toda população tenha direito a especialistas. É um milagre que está acontecendo neste país para fazer com que todo mundo seja tratado em igualdade de condições”, afirmou o presidente.

Durante visita ao mutirão do Hospital Universitário de Brasília (HUB), Lula ainda lembrou do papel do SUS durante a pandemia de covid-19 e disse que não há esquerda ou direita quando se fala na saúde da população.

Em se tratando de saúde, você não tem esse negócio de direita e esquerda, tem é pessoas comprometidas com a saúde do povo brasileiro”, disse Lula, numa referência ao trabalho dos profissionais do SUS.

O presidente lembrou que “o rico vai no hospital e na hora tem o exame, o especialista, mas pessoas mais humildes têm de chegar num balcão e tentar marcar uma consulta, que às vezes demora dez meses, um ano”. “Depois que chega no especialista, tem de esperar o exame, a máquina, mais dez meses. A doença não espera. Com esse programa, a ideia é fazer com que possamos dar o atendimento na qualidade que o povo precisa”, celebra Lula.

O maior mutirão da história do SUS

Presidente Lula, vice-presidente Geraldo Alckmin, ministros Alexandre Padilha, da Saúde, Camilo Santana, da Educação, e a primeira-dama Janja da Silva (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

A ação, chamada de Dia E –  Ebserh em Ação, faz parte do programa Agora Tem Especialistas, com o qual o governo federal pretende reduzir a fila de atendimentos do SUS. Atualmente, devido à falta de médicos, um paciente em geral precisa aguardar meses para ser atendimento com um especialista, como um cardiologista ou oncologista.

Realizado para desafogar a demanda por serviços especializados de média e alta complexidade, o mutirão em 45 hospitais universitários federais 100% SUS contou com 1,9 mil cirurgias eletivas, 22,7 mil exames e procedimentos e 4,4 mil consultas. Somados, esses atendimentos representam um aumento de 133% em relação aos 12,4 mil atendimentos prestados em julho.

No Hospital Universitário de Brasília (HUB), ligado à Universidade de Brasília (UnB) e gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). em um único dia foram realizadas cerca de 2 mil cirurgias eletivas (não urgentes), 4,5 mil consultas e 22,7 mil exames, que foram pré-marcados, com a mobilização das equipes médicas e de enfermagem.

É o maior mutirão nacional feito na história do SUS não só pela quantidade, mas também pela diversidade. Porque o SUS já fez alguns mutirões nacionais, mas com um tipo de cirurgia apenas, lá pelos anos 1990. Conversamos com uma paciente que estava esperando há 2 anos por uma cirurgia. Então hoje podemos realizar o fim dessa espera para muitas pessoas”, comemorou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Segundo ele, hoje são centenas de tipos de cirurgias, inclusive de cirurgias complexas: cardíacas, oncológicas, bariátricas, que demoran horas para serem realizadas. “Então não são só cirurgias ambulatoriais, embora também ocorram. Além de exames, tomografia, ressonância, colonoscopia”, completou.

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Reforçar a realização de mutirões é uma das estratégias do programa, que amplia o acesso da população a serviços especializados, reduzindo, assim, o tempo de espera na rede pública de saúde. Com foco em áreas prioritárias do Agora Tem Especialistas, como oncologia, cardiologia e ortopedia, a iniciativa é promovida de forma simultânea nas cinco regiões do país pelo Ministério da Saúde, pelo Ministério da Educação e pela Ebserh.

Essa é a segunda edição do Dia E neste ano. Em julho, foram realizados 12.464 procedimentos em todo o país, sendo 10.160 exames, 1.244 consultas e 1.060 cirurgias. Em 2025, a Ebserh em Ação já realizou um total de 417 mutirões em diferentes momentos. Uma terceira edição do mutirão de atendimentos está prevista para dezembro.

O mutirão deste sábado conta com turnos extras e envolvimento direto de mais de 2,5 mil médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e demais especialistas, além de aproximadamente 700 estudantes. Ao todo, mais de 3,2 mil profissionais participam do mutirão, informou a Ebserh.

“A gente paga hora extra, agora é o seguinte, a gente vai ter que fazer mais”, brincou Lula para uma plateia formada por funcionários do hospital e pacientes. Médico anestesista, o vice-presidente Geraldo Alckmin também discursou, exaltando o SUS como patrimônio do brasileiro.

Agora Tem Especialista: 190 hospitais privados já se interessaram

O programa prevê a viabilização de atendimentos na rede privada, com o abatimento, por exemplo, de dívidas de operadoras de Saúde com o SUS. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, cerca de 190 hospitais demonstraram interesse em aderir.

O presidente da Ebserh, Arthur Chioro, anunciou a meta de aumentar em 40% o número de cirurgias realizadas em hospitais universitários, que contam com a mão de obra de médicos residentes e graduandos oriundos das próprias universidades.

Isso não significa só números. Na vida das pessoas significa a chance de viver com dignidade. Muitas vezes, de ter seu diagnóstico feito no momento certo”, frisou Chioro.

Atendimento aos sábados amplia acesso à saúde 

Reforçar a realização de mutirões é uma das estratégias do programa, que objetiva ampliar o acesso da população a serviços especializados para reduzir o tempo de espera na rede pública de saúde. O segundo mutirão do Agora Tem Especialistas, no Dia E – Ebserh em Ação, acontece nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.   

No Rio de Janeiro, serão realizadas 124 cirurgias, 435 exames e procedimentos, além de 74 consultas especializadas. A ação aconteceu no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF-UFRJ), no Fundão, e no Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, com a presença da secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, Fernanda De Negri, e do diretor do Programa Agora Tem Especialistas, Rodrigo Oliveira.

Da capital federal, o presidente Lula, os ministros Alexandre Padilha e Camilo Santana e o presidente da Ebserh, Arthur Chioro, fizeram uma transmissão online com hospitais universitários localizados em Belo Horizonte (MG), Belém (PA), São Luís (MA), Goiânia (GO) e Curitiba (PR). Esses locais também contarão com as presenças de outros ministros, além de secretários e representantes do Ministério da Saúde. 

A realização de mutirões faz parte uma série de ações do programa, que mobiliza toda a estrutura de saúde do país, pública e privada, para aumentar a capacidade de atendimento do SUS, a fim de reduzir o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias. Para isso, um novo mutirão já está marcado para dezembro com o envolvimento de todos os hospitais da Rede Ebserh. Confira quais são.   

Do Ministério da Saúde e Agência Brasil

 

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