A raiva é um vírus mortal transmitido para as pessoas pela saliva de mamíferos infectados. Há quem pense que as chances de humanos contraírem a doença é mínima, porém, mesmo com a existência da vacina e da imunoglobulina, que ajudam a prevenir a raiva humana, ainda morrem anualmente aproximadamente 70 mil pessoas em todo mundo. O vírus é considerado altamente letal e grave tanto para animais como para humanos.
Desde a criação do Programa Nacional de Profilaxia da Raiva (PNPR) em 1973, a vacinação em massa de cães e gatos tem sido fundamental para reduzir os casos da doença. A vacina antirrábica está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e também pode ser encontrada em clínicas veterinárias e pet shops.
Por isso, é de grande importância manter a carteirinha de vacinação do pet em dia e de revacinar animais que foram atacados por outros pets. Além disso, os tutores devem informar imediatamente a vigilância epidemiológica se um animal de estimação for mordido por um animal suspeito. Para aqueles atacados por um infectado, é recomendado lavar o ferimento com água e sabão imediatamente e buscar atendimento médico o quanto antes.
No Dia Mundial contra a Raiva, celebrado anualmente em 28 de setembro, é fundamental destacar a importância da vacinação e da prevenção desta doença que pode ser letal. Conhecida há mais de quatro mil anos, a raiva ainda representa uma ameaça significativa à saúde pública.
É uma doença letal causando morte em 99,99% dos casos, tanto para animais como para humanos. Por isso, é importante prevenir-se tomando a vacina e vacinando os seus animais domésticos e de produção, como os bovinos, por exemplo”, afirma o professor de veterinária do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), Victor Vasconcelos Carnaúba Lima.
Transmissão
Causada pelo vírus da família Rhabdoviridae e do gênero Lyssavirus, a patologia é transmitida principalmente por mordeduras, lambedura ou arranhadura de cães e gatos infectados. O vírus da raiva pode afetar diversos mamíferos, incluindo humanos, e é frequentemente mantido por hospedeiros como cães, gatos, carnívoros selvagens e morcegos.
A transmissão ocorre através do contato com a saliva de um animal infectado, geralmente por mordidas ou arranhões. A situação é crítica porque, após a infecção, o vírus atinge rapidamente o sistema nervoso central, provocando sintomas neurológicos graves antes da morte do animal ou da pessoa afetada”, explica Kelly.
Quais são os sintomas?
Os sinais de infecção em cães e gatos incluem mudanças comportamentais, agressividade, descoordenação motora, salivação excessiva e sensibilidade à luz (fotofobia), entre outros. No entanto, a médica-veterinária alerta que nem toda agressividade ou salivação excessiva indicam raiva.
O professor de veterinária explica que os sintomas da infecção são neurológicos e os humanos podem apresentar mudanças no comportamento, dificuldades de locomoção ou paralisia em partes do corpo. Assim como salivação abundante, dificuldade para deglutir e até uma parada cardiorrespiratória.
É essencial consultar um veterinário ao notar qualquer comportamento atípico em seu pet, pois outros problemas de saúde podem apresentar sintomas semelhantes”, destaca a especialista.
A médica-veterinária Kelly Maiara Lopes Carreiro, da Special Dog Company. ressalta a importância da vacinação na prevenção da doença. “A raiva é extremamente grave e, uma vez que os sintomas aparecem, a letalidade é quase certa. A vacinação é nossa principal ferramenta de prevenção contra a infecção”, afirma.
Além da vacinação, é importante evitar o contato com animais desconhecidos, principalmente os mais agressivos. Cuidado com as áreas ambientais onde se encontram muitos morcegos hematófagos (aqueles que se alimentam de sangue) também é essencial, pois estes são os principais transmissores da raiva nas áreas silvestres e rural.
Fui infectado e agora?
Caso a infecção já esteja contraída, é de extrema importância seguir alguns passos. “Primeiramente a área do acidente deve ser lavada com água e sabão e a pessoa deve procurar imediatamente uma unidade de saúde mais próxima ou um hospital de referência para doenças infecciosas, para assim, iniciar o protocolo vacinal pós-exposição e a soroterapia. Recomenda-se ainda isolar o animal suspeito por 10 dias e observar se ele apresentará sintomas característicos da raiva ou vir a óbito”, diz o professor.
O professor Victor ainda alerta sobre a importância das etapas de vacinação e prevenção.” Existem dois tipos de protocolo, o pré-exposição que consiste em 2 doses + sorológico para comprovar que o organismo produziu anticorpos contra o vírus da raiva, e o pós-exposição, quando a pessoa é atacada por algum animal, que consiste em até 5 doses e mais a administração de soroterapia. A gravidade do acidente pode influenciar no formato de medicação e vacinação e somente o médico poderá avaliar cada caso e definir qual o melhor método.”
Posso pegar do meu pet?
Apesar de ser possível contrair a raiva de bichinhos de estimação, o risco é menor, pois subentende-se que este animal vive no ambiente domiciliar e não tem contato com outros animais de rua suspeitos. Para saber se o animal está com raiva o primeiro passo é descobrir se ele foi mordido ou atacado por outro cão, gato ou morcego. Caso isso não tenha acontecido, as chances são nulas. A vacina é obrigatória e deve ser aplicada anualmente.
Para mais informações sobre vacinação e cuidados, consulte seu médico-veterinário e participe das campanhas de vacinação em sua área.