Mude de lado, evite a pressão e ajude um doente acamado

Campanha em hospitais, universidades e clínicas de todo o país chama a atenção para lesões causadas a pacientes internados ou em tratamento residencial

idoso em hospital
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As lesões por pressão (LP), muito comuns em pessoas acamadas e impossibilitadas de mudar de posição, atingem em torno de 9% de todos os pacientes internados e cerca de 23% dos que estão em tratamento residencial. Os idosos são as pessoas mais suscetíveis a desenvolver LP, devido às próprias condições causadas pelo envelhecimento do corpo humano, como a diminuição da espessura e a desidratação da pele, entre outros fatores.

Para alertar especialmente profissionais de saúde e cuidadores de doentes acamados, a Sobest – Associação Brasileira de Estomaterapia: estomias, feridas e incontinências realiza em novembro a campanha “Mude de Lado e Evite a Pressão”.  Durante todo o mês, diversas iniciativas serão realizadas em hospitais, universidades e clínicas de todo o país, com atividades de conscientização de profissionais de saúde e cuidadores. A campanha ocorre desde 2013 em parceria com a National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) e a European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP).

A lesão por pressão é um problema que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e tem sido o foco de ações globais de prevenção. É uma ferida na pele causada pela interrupção da circulação sanguínea em um determinado local do corpo, geralmente próximo de uma região óssea, aliada a uma pressão contínua nesta mesma região.

Os pacientes acometidos sofrem alterações clínicas e danos funcionais importantes. “Há também aumento da dor e perigo de infecções graves, o que gera internações mais prolongadas. E, o que todos queremos evitar, um risco maior de morbidade. Por isso, conhecendo estratégias de prevenção, é possível evitar essas lesões. Este é o objetivo desta campanha”, destaca a presidente da Sobest, Angela Boccara.

Cuidados Paliativos levam apoio à família dos pacientes

De um total de 80 países, o Brasil ocupa a 42ª posição no ranking de qualidade de morte realizado pela empresa britânica Economist Intelligence Unit, atrás de Chile, Argentina, Uruguai e Equador. O estudo, divulgado em 2015 pela revista The Economist, classifica os países considerando os cuidados paliativos oferecidos à sua população.
Dados da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) indicam que existem 172 equipes que atuam com cuidados paliativos no País. Para efeito de comparação, nos anos 2000, esse número já era 11 vezes maior nos Estados Unidos, de acordo com a entidade. Apesar dos poucos serviços atuantes, o reconhecimento da importância dessa área de atuação que trabalha com prevenção e alívio do sofrimento se reflete no crescimento do interesse e da capacitação dos profissionais de saúde.
Essa abordagem oferece tratamento focado na melhora de qualidade de vida do paciente com uma doença grave, ameaçadora da vida, podendo ser crônica ou um evento grave agudo, e de sua família. Trata-se de um atendimento essencial para dar a segurança de que os valores, crenças e autonomia dos envolvidos serão respeitados.

“Os cuidados paliativos têm por princípio tratar o binômio paciente-família. Nos momentos de doenças graves e ameaçadoras da vida, a família demanda apoio com orientações práticas sobre o processo que está ocorrendo e como lidar melhor com a situação. Além disso, precisa de suporte de assistência social, psicologia e espiritual. Muitas vezes essa necessidade é estendida até o período do luto. A abordagem de cuidados paliativos é exatamente nesse sentido: orientando e apoiando a família em tudo o que precisa para passar por este processo”, afirma a médica paliativista e professora do Instituto Terzius, Dra. Cristina Terzi.

 

Dentre as dificuldades enfrentadas pelos familiares está a ansiedade pela falta de um plano de cuidados, ou seja, de saber e entender o que virá pela frente. “A equipe de cuidados paliativos apoia o paciente e seus parentes, para juntos, de forma compartilhada, definirem quais são as melhores opções diante de cada momento”, completa a médica. Ela acrescenta que a equipe atua ouvindo e entendendo as dúvidas e necessidades, respeitando e apoiando a cultura e individualidade de cada família e oferecendo apoio tanto de ordem física como psicológica.

Algumas iniciativas já estão ocorrendo. Segundo a ANCP, o número de pessoas trabalhando com qualidade em cuidados paliativos está em crescimento – uma alta de quase 50% em dois anos. Para Cristina Terzi, é necessária a capacitação em cuidados paliativos dos profissionais da equipe multidisciplinar.

A maioria dos médicos vai se deparar com pacientes com doenças ameaçadoras da vida em seu dia a dia. Desta forma, oncologistas, neurologistas, cardiologistas, clínicos gerais, geriatras e intensivistas são exemplos de especialistas que deveriam ter, ao menos, conhecimento básico de cuidados paliativos. A grande maioria das escolas de medicina, assim como de enfermagem, psicologia, assistência social e fonoaudiologia não têm esse tema como matéria na graduação”, afirma.

Com Assessorias

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