As lesões por pressão (LP), muito comuns em pessoas acamadas e impossibilitadas de mudar de posição, atingem em torno de 9% de todos os pacientes internados e cerca de 23% dos que estão em tratamento residencial. Os idosos são as pessoas mais suscetíveis a desenvolver LP, devido às próprias condições causadas pelo envelhecimento do corpo humano, como a diminuição da espessura e a desidratação da pele, entre outros fatores.
Para alertar especialmente profissionais de saúde e cuidadores de doentes acamados, a Sobest – Associação Brasileira de Estomaterapia: estomias, feridas e incontinências realiza em novembro a campanha “Mude de Lado e Evite a Pressão”. Durante todo o mês, diversas iniciativas serão realizadas em hospitais, universidades e clínicas de todo o país, com atividades de conscientização de profissionais de saúde e cuidadores. A campanha ocorre desde 2013 em parceria com a National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) e a European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP).
A lesão por pressão é um problema que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e tem sido o foco de ações globais de prevenção. É uma ferida na pele causada pela interrupção da circulação sanguínea em um determinado local do corpo, geralmente próximo de uma região óssea, aliada a uma pressão contínua nesta mesma região.
Os pacientes acometidos sofrem alterações clínicas e danos funcionais importantes. “Há também aumento da dor e perigo de infecções graves, o que gera internações mais prolongadas. E, o que todos queremos evitar, um risco maior de morbidade. Por isso, conhecendo estratégias de prevenção, é possível evitar essas lesões. Este é o objetivo desta campanha”, destaca a presidente da Sobest, Angela Boccara.
Cuidados Paliativos levam apoio à família dos pacientes
“Os cuidados paliativos têm por princípio tratar o binômio paciente-família. Nos momentos de doenças graves e ameaçadoras da vida, a família demanda apoio com orientações práticas sobre o processo que está ocorrendo e como lidar melhor com a situação. Além disso, precisa de suporte de assistência social, psicologia e espiritual. Muitas vezes essa necessidade é estendida até o período do luto. A abordagem de cuidados paliativos é exatamente nesse sentido: orientando e apoiando a família em tudo o que precisa para passar por este processo”, afirma a médica paliativista e professora do Instituto Terzius, Dra. Cristina Terzi.
Dentre as dificuldades enfrentadas pelos familiares está a ansiedade pela falta de um plano de cuidados, ou seja, de saber e entender o que virá pela frente. “A equipe de cuidados paliativos apoia o paciente e seus parentes, para juntos, de forma compartilhada, definirem quais são as melhores opções diante de cada momento”, completa a médica. Ela acrescenta que a equipe atua ouvindo e entendendo as dúvidas e necessidades, respeitando e apoiando a cultura e individualidade de cada família e oferecendo apoio tanto de ordem física como psicológica.
Algumas iniciativas já estão ocorrendo. Segundo a ANCP, o número de pessoas trabalhando com qualidade em cuidados paliativos está em crescimento – uma alta de quase 50% em dois anos. Para Cristina Terzi, é necessária a capacitação em cuidados paliativos dos profissionais da equipe multidisciplinar.
A maioria dos médicos vai se deparar com pacientes com doenças ameaçadoras da vida em seu dia a dia. Desta forma, oncologistas, neurologistas, cardiologistas, clínicos gerais, geriatras e intensivistas são exemplos de especialistas que deveriam ter, ao menos, conhecimento básico de cuidados paliativos. A grande maioria das escolas de medicina, assim como de enfermagem, psicologia, assistência social e fonoaudiologia não têm esse tema como matéria na graduação”, afirma.
Com Assessorias