Ao considerar a definição de Infecção Sexualmente Transmissível (IST) da Organização Mundial da Saúde (OMS), a Mpox tem sido vista como uma infecção que pode ser transmitida durante atividades sexuais ou contato íntimo. No entanto, a principal forma de contato não é pela presença do vírus no sêmen, mas sim pelo contato pele a pele direto.

O alerta é da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), ao esclarecer as principais formas de contágio. A doença é transmitida por fluidos corporais, contato com lesões e, em alguns casos, por via sexual, especialmente devido às erupções cutâneas que podem aparecer nos órgãos genitais e na boca. Além disso, o compartilhamento de objetos contaminados, como toalhas e roupas de cama, pode disseminar o vírus Orthopoxvirus.

Celso Granato, médico infectologista e patologista clínico da SBPC/ML, observa que casos de Mpox foram registrados em crianças que não possuem atividade sexual, evidenciando que o contágio pode ocorrer em situações cotidianas, como brincadeiras.  No entanto, o especialista recomenda que as pessoas mantenham um número reduzido de parceiros sexuais e alertem uns aos outros sobre lesões cutâneas. “Quanto mais exposição ao risco e maior o número de parceiros, pior”, diz o médico.

Embora o uso do preservativo seja crucial para a prevenção de outras ISTs como HIV, sífilis e gonorreia, ele ressalta que “no caso da Mpox, o contato pele a pele é a forma mais importante de contágio”, o que significa que o preservativo, por si só, não garante proteção contra a infecção. Portanto, a educação e a conscientização sobre a transmissão da Mpox são fundamentais para mitigar os riscos associados a essa infecção.

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Diagnóstico

A mpox é uma doença viral aguda que está sob vigilância global desde que a OMS declarou emergência de saúde pública, em 14 de agosto. O período de incubação da Mpox varia de 5 a 21 dias. Os primeiros sintomas incluem febre, dor de cabeça e mal-estar, seguidos por erupções cutâneas, que podem surgir em qualquer parte do corpo, devido ao contato pele a pele com uma pessoa infectada. “Essas lesões são características e aparecem em estágios uniformes, o que as diferencia de outras doenças como a catapora”, explicou.

Granato também ressalta a importância fundamental da medicina laboratorial no diagnóstico precoce e na contenção da doença. Segundo ele, embora a Mpox tenha uma semelhança clínica com a varíola, doença erradicada nos anos 70, hoje há ferramentas laboratoriais avançadas que permitem diferenciar claramente o vírus da Mpox de outros vírus similares. No entanto, ressalta Granato, é necessário que haja vigilância constante, principalmente em portos e aeroportos, para identificar e isolar casos suspeitos, minimizando o risco de disseminação global.

Ele destaca o uso do PCR em tempo real, uma técnica molecular que detecta o DNA do vírus de forma rápida e precisa. “Esse teste é o mais confiável e seguro, sendo amplamente utilizado em laboratórios de referência como o Instituto Adolfo Lutz, Fiocruz e Evandro Chagas, além de laboratórios privados”, destacou o especialista da SBPC/ML.

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Vacinação

Ele também menciona que, embora exista uma vacina eficaz contra a Mpox, sua disponibilidade é limitada e, por isso, é priorizada para indivíduos que tiveram contato próximo com casos confirmados.

Além do diagnóstico inicial, a medicina laboratorial é essencial para monitorar possíveis complicações, como infecções bacterianas secundárias, e garantir que o tratamento seja adequado e eficaz, contribuindo para uma recuperação segura dos pacientes.

O alerta da OMS funciona como um chamado à ação para os profissionais de saúde e para a população em geral, lembrando que o diagnóstico precoce e a prevenção são as melhores armas contra a disseminação da Mpox, finalizou.

Fonte: SBPC/ML

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