Em 25 de abril é comemorado o Dia Mundial da Luta Contra a Malária, uma infecção parasitária que afeta os glóbulos vermelhos do sangue. A data foi instituída pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2007, e tem como finalidade reconhecer o esforço global para o controle efetivo da doença. Em 2020, segundo a OMS, cerca de 627 mil pessoas morreram em decorrência da malária, sendo 77% das vítimas crianças com menos de cinco anos de idade.

Com clima propício para a propagação da doença, o Brasil encara a malária como um desafio, principalmente na Região Amazônica, onde as altas temperaturas e umidade do ar elevada, favorecem a reprodução dos mosquitos transmissores.  Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), no Brasil, 99,9% das transmissões da doença ocorrem nos estados amazônicos – Amapá, Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Roraima, Pará e Tocantins.

O Hospital Bom Pastor (HBP) – unidade própria da Pró-Saúde em Guajará-Mirim (RO) – registrou 37 casos de malária ano passado. No primeiro trimestre deste ano, já são nove diagnósticos da doença. “A maior parte dos pacientes admitidos em nosso hospital para tratamento de malária é composta por crianças indígenas, com idades entre dois e 12 anos”, explica o médico Juan Carlos Boado. Distante dos centros urbanos, o serviço do HBP atua como referência para 54 aldeias, em uma da região onde 90% do acesso é feito por meio fluvial.

Entenda a malária

malária é uma doença infecciosa transmitida por meio da picada da fêmea do mosquito Anopheles, conhecido como “mosquito prego”, que é infectada por uma ou mais espécies de protozoário do gênero Plasmodium. Quando o mosquito infectado pica o ser humano, os parasitas vão até o fígado e entram nas células vermelhas do sangue onde rapidamente se multiplicam até o rompimento delas, liberando assim mais parasitas na corrente sanguínea. Nesse processo, os sintomas típicos se manifestam.

Sintomas mais comuns

Os sintomas mais comuns envolvem febre alta, calafrios intensos, tremores, sudorese, perda de apetite, cefaleia (dor de cabeça), dor nas articulações e vômitos. Quando causada pela espécie Plasmodium falciparum, tipo mais grave, ocorrem quadros de anemia grave, convulsões, insuficiência renal e dificuldade respiratória. Os sintomas podem começar de 8 a 30 dias após a infecção.

Se não for tratada logo na fase inicial, ela pode progredir para a forma grave levando à morte em poucos dias. Os óbitos podem ocorrer devido a danos cerebrais ou danos aos órgãos vitais, e a doença também impacta na redução das células vermelhas no sangue o que pode causar anemia.

Tratamento gratuito

O tratamento é realizado por meio de medicamentos fornecidos gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde), com objetivo de impedir o desenvolvimento do parasita. “A cura é possível quando a doença é tratada em tempo hábil e de forma adequada. No entanto, sem os devidos cuidados, pode se tornar ainda mais grave e causar a morte”, alerta Juan.

Segundo Bárbara Santos, professora do curso de enfermagem da Uninassau/Recife, campus Boa Viagem, o Ministério da Saúde, por meio de programas estratégicos, disponibiliza gratuitamente recursos para diagnóstico e tratamento dessa patologia no país.

“O diagnóstico imediato seguido pelo tratamento oportuno são os meios mais efetivos para interromper a cadeia de transmissão e reduzir a letalidade da Malária. Mas é importante que as pessoas estejam atentas às medidas de prevenção, busquem informações sobre locais que são endêmicos, antes de possíveis viagens, façam o uso de repelentes, telas e mosquiteiros, e principalmente, procurar imediatamente o serviço de saúde caso apresente algum desses sintomas”, explica a enfermeira.

Como prevenir a doença

Ainda não existe uma vacina disponível no Brasil. Algumas substâncias capazes de gerar imunidade estão sendo estudadas no mundo todo, mas os resultados encontrados ainda não são satisfatórios para a implantação da vacinação como medida de prevenção. Por isso, o principal meio de prevenção é evitar a picada do mosquito que transmite a doença. “Faça uso de repelentes na pele exposta e na roupa, use rede mosqueteira impregnada de repelente, como precaução a mosquitos menores que possam atravessá-la”, orienta o médico Juan Carlos Boado.

Com Assessorias

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