Aos 56 anos, Denise Santos Sally se sente melhor do que aos 40. A contatóloga (técnica em lentes de contato), assim como sua irmã Deysimar, tem doença renal policística autossômica dominante, que é causada por uma mutação genética que herdaram. Depois de dois anos de hemodiálise, mantendo uma boa alimentação e sendo examinada pelos médicos regularmente, estava pronta para um transplante, quando recebeu a ligação informando que um órgão compatível havia sido doado e já operou no dia seguinte.
“Conviver com outros pacientes transplantados, já conhecer os médicos, não precisar ir a outro lugar… isso me deu mais confiança para a cirurgia”, conta Denise, que já tinha voltado a trabalhar quatro meses depois da operação quando viu a irmã Deysimar, de 51 anos, também ser chamada para receber o rim doado.
Deysimar Santos Sally passou pelas consultas prévias e foi operada no mesmo dia que o órgão apareceu no banco cadastral. Neste dia 27 de setembro, quando é comemorado o Dia Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos e Tecidos, ela completa dois meses de transplantada.
“Agora uma faz companhia à outra no acompanhamento pós-cirúrgico. Vendo a melhora na qualidade de vida da minha irmã, eu queria receber o transplante também. Só tenho que tomar os medicamentos corretamente e curtir a vida. Já estou planejando viajar no fim do ano. É um grande alívio, uma sensação de liberdade”, celebra Deysimar.
As duas pacientes da Clínica de Doenças Renais de Niterói foram transplantadas, por estarem muito bem, graças à qualidade da terapia renal substitutiva e do preparo. Hoje realizam todo acompanhamento pós-cirúrgico na mesma unidade.
Um em cada dez brasileiros sofre de problemas renais
De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, mais de 120 mil pessoas dependem da hemodiálise para viver. O procedimento, que limpa e filtra o sangue do organismo cujo rim não é mais capaz de fazê-lo, também controla a pressão arterial e ajuda a manter o equilíbrio das substâncias.
O nefrologista Alan Castro, gerente técnico da Fresenius Medical Care, empresa líder mundial em produtos e serviços de diálise, diz que a máquina garante a vida, sendo uma das alternativas de tratamento para insuficiência renal, mas o transplante é a melhor opção para pacientes crônicos, na maioria dos casos.
O nosso trabalho é estimular, através das equipes multidisciplinares de saúde, os pacientes a realizarem o transplante, por ser a modalidade de terapia que mais melhora a qualidade de vida e sobrevida do paciente com falência renal funcional. Porém, é preciso garantir um bom cuidado antes, durante e depois da cirurgia”, afirma o especialista.
Novos números de transplantados no Brasil
De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o Brasil tem cerca de 32 mil pacientes cadastrados em lista de espera para um transplante de órgãos e a maioria aguarda por um rim (mais de 20 mil). O Ministério da Saúde apresenta nesta quinta-feira (27), Dia Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos, balanço de doação e transplantes em 2018. Na ocasião, a pasta também lançará a Campanha Nacional de Incentivo à doação de órgãos.
No Rio de Janeiro, o Programa Estadual de Transplantes (PET) é responsável pela coordenação das atividades de doação e transplante, incluindo a gestão da fila única. Nas Clínicas de Doenças Renais (CDR) é feito um trabalho de incentivo e esclarecimento de dúvidas para que os pacientes se inscrevam no aguardo de um transplante.
Hoje há no estado cerca de 2 mil pacientes esperando; o número pode aumentar ou diminuir de acordo com o ritmo de doações de órgãos e também com o fluxo de inscrições. As clínicas CDR Botafogo e CDR Niterói oferecem, além dos serviços de diálise, exames pré-operatórios e acompanhamento ambulatorial depois do transplante seja com doador vivo ou de doador falecido, uma vez que a CDR está autorizada a inscrever pacientes na lista de espera do SNT.
Tratamento de qualidade é fundamental
É importante que o paciente que aguarda o órgão esteja bem preparado enquanto espera, para não desperdiçar a chance de ser transplantado quando um doador compatível é encontrado. Pacientes que são submetidos a uma diálise de qualidade no período anterior ao transplante apresentam menor taxa de complicações e menor necessidade de hemotransfusão depois de operados.
A nefrologista Ana Beatriz Barra, gerente médica da Fresenius Medical Care, explica que as clínicas CDR de Niterói e Botafogo realizam consultas pré e pós-operatórias para pacientes de convênio, mesmo para aqueles que não realizam a hemodiálise em uma das Clínicas que integram a rede.
Segundo a especialista, Estar em boas condições clínicas é fundamental para ser selecionado, quando o órgão compatível surge na lista de espera de doador falecido do Sistema Nacional de Transplante (SNT).
Fonte: Fresenius Medical Care