O hábito de lavar as mãos tem sido cada vez mais disseminado nos dias de hoje, em virtude da pandemia, porque funciona como prevenção contra o coronavírus e, consequentemente, evita a disseminação da doença. Mas, não foi só agora que percebemos que essa atitude pode salvar vidas. A descoberta da relevância da higienização das mãos data do século XIX, como a principal forma de prevenir outro grande problema de saúde pública: a infecção hospitalar.

Em 1846, o médico-obstetra Ignaz P. Semmelweis observou que as maternidades em que os obstetras lavavam as mãos antes do parto tinham uma menor taxa de mortalidade materna. A partir do dia 15 de maio daquele ano, o médico defendeu e incorporou a prática da lavagem de mãos como atitude obrigatória para todos os profissionais da saúde que entrassem em enfermarias.

Assim, é possível abranger não só as ações e os fatos ocorridos no ambiente hospitalar, mas em todas as ocorrências de internação e pós-internação ligadas ao paciente. Nessa data, o Ministério da Saúde e os serviços de saúde, especialmente os hospitais, conscientizam a população e os funcionários da área sobre a importância do controle de infecções hospitalares.

No Brasil, o dia 15 de maio é o Dia do Combate à Infecção Hospitalar. Atualmente, o termo “infecção hospitalar” foi trocado por “Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS)”. Assim, é possível abranger não só as ações e os fatos ocorridos no ambiente hospitalar, mas em todas as ocorrências de internação e pós-internação ligadas ao paciente.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as infecções hospitalares atingem até 14% dos pacientes internados no Brasil, podendo chegar a 100 mil mortes por ano. Em 2020, essa data tem um significado ainda mais importante: o mundo está em um cenário de pandemia devido ao coronavírus. Isso significa que as medidas de proteção e segurança devem ser mais rigorosas, principalmente em um hospital de saúde mental.

O tema é preocupação recorrente tanto da equipe de um hospital, quanto do paciente, porque esse problema de saúde pode acontecer em processos de internação ou em procedimentos cirúrgicos, ou até mesmo se manifestar após a alta por diversos motivos e de diferentes formas”, afirma Marcos Antonio Cyrillo, infectologista e diretor clínico do Hospital Igesp.

Ele cita como exemplo, desde procedimentos inadequados durante uma cirurgia até, eventualmente, questões ligadas a ambiente ou predisposição do paciente que, ao ser internado ou ir ao hospital com o quadro de saúde já um pouco debilitado, fica suscetível a bactérias e vírus, que podem comprometer o quadro clínico, principalmente em processos mais invasivos.

Entre as condições que aumentam a propensão à infecção hospitalar estão fatores como baixa imunidade, idade avançada ou o, em casos de recém-nascidos, a fragilidade da fase inicial do bebê. No entanto, independentemente da situação, prevenir é sempre o melhor remédio”, ressalta o médico.

Por isso, a higienização frequente das mãos, tanto dos pacientes e acompanhantes, quanto da equipe médica é de extrema importância, já que elas costumam ser o principal meio de contágio. Isso acontece porque as mãos ficam em contato direto com objetos e lugares que podem estar contaminados por vírus, fungos e bactérias.  Daí a importância de disseminar a informação e fazer com que as pessoas tenham em mente que lavar as mãos com água e sabonete comum pode prevenir cerca de 80% das doenças transmissíveis por essa via.

E é por esta relevância que se faz tão necessário transformar o dia 15 de maio em uma verdadeira campanha de conscientização sobre a importância da higienização das mãos como forma de prevenção e controle das infecções hospitalares em escala nacional. E assim, fazer com que esse tema seja uma prioridade não só dos hospitais, mas também de estados e municípios, para que a condição deixe de ser um empecilho na concretização efetiva do direito à saúde de todo cidadão brasileiro”, ressalta o médico.

Dia do Combate à Infecção Hospitalar  

dia 15 de maio serve para lembrar a todas as Instituições de Saúde a importância das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar. Esse tipo de serviço tem como responsabilidade planejar e implantar ações de biossegurança, ou seja, a adoção de procedimentos e normas que têm como objetivo a manutenção da saúde dos colaboradores, pacientes e seus familiares.

As ações mais importantes nesse contexto são a correta higienização das mãos dos profissionais de saúde, o uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI) — como máscaras, face shields, luvas e aventais —, o controle do uso de antibióticos, bem como a limpeza e desinfecção de objetos e superfícies.

Rebecca Saad, médica infectologista e responsável pela Comissão de Controle de InfecAssim, é possível abranger não só as ações e os fatos ocorridos no ambiente hospitalar, mas em todas as ocorrências de internação e pós-internação ligadas ao paciente. Segundo a Dra. Rebecca, a ação que mais surte efeito na prevenção da infecção hospitalar é a lavagem das mãos.

 Isso ocorre porque as mãos são a principal via de transmissão de micro-organismos durante a assistência à saúde”. A mão é o principal vetor de infecção tanto hospitalar quanto comunitária. Essa medida simples e menos dispendiosa, que é feita com água e sabão, pode prevenir a propagação dos germes multirresistentes e das infecções hospitalares”, disse.

No contexto da pandemia, toda a população foi orientada a realizar a correta lavagem das mãos. Isso se dá porque o coronavírus não consegue penetrar na pele, mas pode permanecer na superfície, esperando a oportunidade de entrar no organismo por lugares mais vulneráveis, como os olhos, nariz e boca. Ao lavar as mãos, é possível destruir o vírus, já que o sabão solta o vírus da pele e faz com que o seu envelope se dissolva, matando-o.

Os riscos de infecção em um hospital de saúde mental  

A diferença para um hospital de saúde mental é o tipo de paciente que ele abriga. Frequentemente, as doenças psiquiátricas  que acometem os pacientes internados nessa instituição tornam os hábitos de higiene inadequados e mais escassos, o que pode contribuir para a disseminação de infecções”, afirma a Dra. Rebecca Saad.

cia mais comuns são a pneumonia e a infecção do trato urinário, principalmente em pacientes acamados, assim como a gastroenterite e a escabiose. Nesse contexto, as medidas de segurança incluem a rápida detecção e o tratamento dos quadros clínicos, assim como medidas de prevenção para evitar o seu surgimento, como:

  • a higienização das mãos e a proteção dos funcionários, visto que eles são responsáveis pelo cuidado de todos os pacientes, isso ocorre por meio do uso de máscaras, face shields (protetores faciais);
  • o diagnóstico precoce de infecções;
  • a limpeza das mãos dos pacientes, principalmente antes das refeições e após usar o banheiro.

Em um hospital psiquiátrico, as infecções relacionadas à assistência são ainda maiores. Com os cuidados redobrados da equipe, no entanto, é possível contornar a situação.

As medidas de segurança


O Hospital Santa Mônica tomou algumas medidas específicas. No momento, as visitas estão suspensas devido ao risco de familiares e amigos levarem o vírus para dentro do estabelecimento. Para evitar a disseminação do vírus, a Dra Rebecca, que é especialista em doenças infecciosas, tomou algumas medidas.

Segundo ela, “os pacientes que estão na primeira admissão, ou seja, pacientes novos que vieram da comunidade, são isolados por um período antes de poderem circular pelo Hospital Santa Mônica como os demais.

Geralmente a observação dura cerca de 6 dias, visto que o período médio de incubação da doença varia entre 5 e 5 dias e meio. O ideal seriam 14 dias, mas esse prazo se torna inviável, devido ao risco de piora do quadro psiquiátrico dos pacientes.”

No Hospital Santa Mônica realizamos o exame PCR para detecção do vírus pelo Laboratório Fleury que é nosso parceiro nesta área, o resultado sai em até 48 horas. Contamos com uma área de isolamento para pacientes que apresentarem sintomas respiratórios, estes serão encaminhados para um hospital geral para tratamento, ou em caso de inviabilidade de transferência, permanecerão no isolamento.

Após a resolução do quadro, eles podem ser admitidos e ficarão em observação por 6 dias como os demais. Com essas medidas é possível controlar a disseminação do vírus dentro do hospital de saúde mental.

Para conscientizar os pacientes, a Dra Rebecca instruiu a sua equipe a realizar palestras de orientação sobre a importância da higiene das mãos e de manter o distanciamento, evitando o contato físico. Além disso, a médica frisa que as oficinas que antes eram realizadas com muitas pessoas tiveram o seu número de alunos reduzidos, a fim de evitar a aglomeração em sala de aula.

Com Assessorias

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