O Dia Internacional da Homeopatia, celebrado em 10 de abril, marca o nascimento do médico alemão Samuel Hahnemann, fundador da ciência terapêutica que trata cada pessoa em sua individualidade e como um todo, utilizar substâncias altamente diluídas para reequilibrar a energia vital de forma suave. Partindo do diagnóstico do desequilíbrio físico, mental e emocional que o indivíduo apresenta quando adoece, a homeopatia utiliza medicamentos para estimular a reação curativa do organismo e a promoção do equilíbrio mental e emocional.

Este olhar médico em busca das alterações da vitalidade, das manifestações que expressam o sofrimento do corpo e da alma impõe ao ato de cuidar um respeito absoluto às expressões do paciente, garantindo consequentemente, um cuidado humanizado e o estabelecimento de um processo de cura suave que opera através das forças naturais do organismo”, diz o médico homeopata Hylton Sarcinelli, de 71 anos, carioca que mora no sul da Bahia.

A homeopatia foi introduzida no Brasil por Benoit Mure em 1840, tornando-se uma nova opção de tratamento. A especialidade é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) desde 1980 e ofertada no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2006.  Passados mais de 200 anos desde a sua introdução, no entanto, apesar da sua imensa popularidade, a homeopatia continua a despertar polêmica sobre a sua eficácia.

Para o especialista, o debate sobre a homeopatia não ter base científica é puro preconceito.

Todo o trabalho de construção do saber homeopático é experimental e sustentado na racionalidade científica. Há uma ampla gama de trabalhos científicos enfocando exatamente este questionamento”, afirma.

Ataques têm como aliada a ‘indústria da doença’

Segundo ele, a ausência de matéria nos medicamentos gera essa questão e a afirmação de serem “apenas água”, um preconceito que gera impedimentos da ordem dos preconceitos porque mesmo pesquisa de resultados clínicos e de estatísticos não desfazem.

O problema central deste debate está na questão das dinamizações que ultrapassam o número de Avogadro, que representa a dispersão regular de átomos, abrindo a possibilidade de haver ação medicamentosa, atuação terapêutica para medicamentos dinamizados onde não há mais matéria”, esclarece.

Para o especialista, esse preconceito faz parte de uma batalha secular que tem entre os aliados nos ataques os interesses econômicos da ‘indústria da doença’. “A redução de custos nos cuidados da saúde pública não interessa à indústria de insumos e com o poder que detém investem pesadamente em campanhas para desacreditar a homeopatia como alternativa de cuidados”, esclarece o médico.

Segundo ele,  “o cuidado da saúde com a homeopatia é para cuidar do equilíbrio da vitalidade, para não adoecer, restaurar a saúde e evitar que os problemas recorrentes entrem em atividade e se desenvolvam”.

Leia mais

Cientistas defendem que homeopatia seja excluída do SUS
Homeopatia pode diminuir sintomas agudos da Covid-19
Homeopatia pode e deve ser aliada aos medicamentos alopáticos

Pacientes em uso de homeopatia deixam de usar alopáticos

Muitas pessoas têm dúvidas se podem usar concomitantemente a medicação alopática e homeopática. Para o especialista, abdicar dos medicamentos alopáticos não é uma determinação ou um impedimento para o tratamento homeopático.

Muito pelo contrário, o que vemos ocorrer é o paciente que usava vários remédios para tratar de diversos problemas irem abandonando-os paulatinamente à medida que os distúrbio recorrentes se esparsam e ficam raros, ou tão fracos que prescidem das drogas que eram usuais”.

Mas há casos em que as lesões do organismo impedem abolir o uso, mas mesmo nestes casos a doses necessárias são menores.

É importante considerar que existem muitas partes boas num corpo adoecido e melhorar o funcionamento destas pode trazer muito alívio e bem estar. Nem sempre é possível curar um caso grave, mas sempre é possível melhorar a saúde”.

Sem efeitos colaterais

Ainda segundo ele, “não há limites para cuidar da saúde e muitas vezes a redução, ou supressão de remédios e seus efeitos colaterais já representa um ganho significativo para o bem estar”.

Os remédios homeopáticos nunca provocam efeitos colaterais, razão das substâncias utilizadas estarem em doses mínimas, suficientes apenas para provocar a reação de recuperação”, assegura.

Hylton trabalha com clínica geral, atendendo adultos e crianças tanto online, quanto presencialmente. Nesta última modalidade, atende com médico voluntário no Posto de Saquaira, sede do Distrito Sanitário da área onde mora, na cidade de Marau, sul da Bahia.

Na forma online a maioria dos pacientes é do Rio de Janeiro, onde ele vivia até seis anos atrás, quando decidiu optar por morar onde gostava passar as férias. “A pandemia impôs o atendimento online e agora tenho cliente do Brasil inteiro e até residentes no exterior”, conta.

O Congresso Nacional recebe iluminação verde neste sábado (12) e domingo (13), em apoio ao Dia Internacional da Homeopatia (10 /04) e ao Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença de Parkinson (11/04).

Palavra de Especialista

A cura e o benefício da saúde pelo princípio da semelhança

Por Hylton Sarcinelli*

Hoje (dia 10 de abril), o mundo comemora o Dia Mundial da Homeopatia, homenageando a data de nascimento de Samuel Hahnemann, o fundador do método de cuidar da saúde através do princípio da semelhança. “Similia similibus curantur” significa que se aplica no tratamento de doenças a substância que tem o poder de provocar manifestações similares.

Sob este princípio o curador buscará para cuidar de uma hepatite aquela substância que a experiência popular, as experimentações na saúde e os acidentes tóxicos eventuais indicaram atuar sobre o fígado.

Assim, cabe ao médico conhecer as ações próprias a cada substância para usar no tratamento dos enfermos que manifestem sintomas semelhantes, administrando-a em dose suficientes apenas para estimular o organismo e provocar a reação de cura e restauração que é inata a todos os seres vivos.

Este olhar médico em busca das alterações da vitalidade, das manifestações que expressam o sofrimento do corpo e da alma impõe ao ato de cuidar um respeito absoluto às expressões do paciente, garantindo consequentemente, um cuidado humanizado e o estabelecimento de um processo de cura suave que opera através das forças naturais do organismo.

O desenvolvimento da homeopatia já tem mais de 200 anos, mas está apenas se iniciando quando se considera a tarefa de instrumentalizar seus atores a cuidar da vida em todas as suas dimensões e tratar os processos de adoecimento humano progridem a cada dia.

Os médicos homeopatas e demais atores dos cuidados que a Homeopatia oferece à vida humana, animal e vegetal não se cansam de homenagear o gênio criador desta racionalidade médica e de agradecer pela honrosa, gigantesca e nobre tarefa de professar a missão da cura e do benefício da saúde por meio do princípio da semelhança.

Vivas a Samuel Hahnemann, a todos os seus discípulos e seguidores nesta senda de amor ao próximo, de “ação pelo semelhante”!

*Médico homeopata, militante da Liberdade de Escolha na saúde: direito ao tratamento com homeopatia no SUS e informações aos estudantes da saúde.

Shares:

Posts Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *