A nova edição do Boletim InfoGripe da Fiocruz aponta que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por influenza A – o vírus da gripe – têm atingido níveis de incidência de moderada a muito alta em jovens, adultos e idosos. Entre os óbitos por SRAG nas quatro últimas semanas epidemiológicas, 72,5% foram causados por influenza A; 12,6% para Vírus Sincicial Respiratório (VSR); 9,7% para rinovírus; e 5,9% para Sars-CoV-2 e 1,4% para influenza B.

Já a prevalência entre os casos positivos foi de 50,7% para VSR; 36,5% para influenza A;  14,7% para rinovírus; 2,1% para Sars-CoV-2 (Covid-19) e 0,9% para influenza B no mesmo período.  A atualização destaca a alta de mortalidade de idosos e crianças de até dois anos de idade, respectivamente, devido à doença. Já a incidência tem sido maior em crianças pequenas, seguida pela população idosa. 

Boletim também indica que as hospitalizações por Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que atingem sobretudo as crianças pequenas, têm apresentado sinal de interrupção no crescimento ou até mesmo início de queda em localidades como São Paulo, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.

Já a influenza A mostra indícios de descontinuidade no aumento no Mato Grosso do Sul e no Pará, embora os casos da doença ainda permaneçam em níveis altos de incidência nesses estados.  Divulgada nesta quinta-feira (29/5), a análise é referente à Semana Epidemiológica (SE) 21, período de 18 de abril a 25 de maio. 

Quanto antes tomar a vacina, melhor

Os dados laboratoriais por faixa etária indicam que a influenza A tem sido o principal vírus responsável pelo aumento dos casos de SRAG entre adultos e idosos e jovens a partir dos 15 anos.  Já o aumento das ocorrências de SRAG nas crianças de até quatro anos tem sido impulsionado principalmente pelo VSR. No entanto, também o rinovírus e a influenza A têm contribuído para o aumento dos casos de SRAG nessa faixa etária, assim como nas crianças e adolescentes de 5 até 14 anos.

A pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Cientifica da Fiocruz e do InfoGripe, ressalta a importância da vacinação diante do atual cenário epidemiológico. Ela reforça que é fundamental levar as crianças, os idosos e outros grupos prioritários para se vacinarem contra o vírus. “A vacina ainda leva por volta de uns 15 dias para fazer efeitos, então quanto antes esse grupo tomar a vacina, melhor”, observa a especialista.

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Nível de alerta risco ou alto risco em 22 unidades da federação

Em nível nacional, verifica-se aumento de SRAG nas tendências de longo (últimos seis meses) e curto prazo (últimos três meses), relacionado ao crescimento dos casos de SRAG por influenza A e VSR na maioria dos estados do país.

O estudo mostra que 22 das 27 unidades federativas apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco, com sinal de crescimento na tendência de longo prazo na SE 21: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

Dezenove das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco com sinal de crescimento na tendência de longo prazo na SE 21: Aracaju (Sergipe), Belo Horizonte (Minas Gerais), Boa Vista (Roraima), Cuiabá (Mato Grosso), Curitiba (Paraná), Florianópolis (Santa Catarina), Goiânia (Goiás), Joao Pessoa (Paraíba), Macapá (Amapá), Manaus (Amazonas), Porto Alegre (Rio Grande do Sul), Porto Velho (Rondônia), Recife (Pernambuco), Rio Branco (Acre), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Salvador (Bahia), São Luís (Maranhão), São Paulo (São Paulo) e Vitoria (Espírito Santo).

Gráficos do InfoGripe.

 

Maioria dos casos positivos este ano foi de VSR

Em 2025, já foram notificados 75.257 casos de SRAG, sendo 36.622 (48,7%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 27.275 (36,2%) negativos e ao menos 6.363 (8,5%) aguardando resultado laboratorial.

Entre os casos positivos do ano corrente, observou-se 44,9% de VSR, 23,4% de rinovírus; 20,7% de influenza A; 12,2% de Sars-CoV-2 (Covid-19) e 1,2% de influenza B.

Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado.

Agência Fiocruz, com Redação

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